O futuro da humanidade

Lançando um olhar para o futuro, muitas pessoas questionam o que será da raça humana daqui a alguns anos. Com alto desenvolvimento tecnológico, ainda paira no ar a ameaça de outra guerra mundial. Temos problemas com uma melhor distribuição de renda; a pobreza e a miséria estão espalhadas pelo mundo; a corrupção e a desonestidade continuam a fazer vítimas; a violência parece ser generalizada; consumo de drogas e álcool acompanham boa parcela da população. Enfim, poderíamos ocupar linhas e mais linhas enumerando os males humanos que nos acompanham na atualidade. Entretanto, é preciso também estender o olhar para as coisas boas que marcam nossa atualidade, e que provavelmente farão a diferença no amanhã: organizações não governamentais protegendo o meio ambiente e o próprio ser humano; acordos comerciais menos protecionistas; avanços significativos nos diálogos entre as nações; tecnologia de ponta a serviço da melhor saúde das pessoas, e tantas outras boas coisas acontecendo que não podem ser desprezadas. Não podemos ter um olhar apenas negativo, pois o positivo também existe. Contudo, persiste a pergunta: qual o futuro da humanidade?

Não temos uma bola de cristal mágica, dessas que a ficção nos apresenta como reveladora do futuro, mas temos uma certeza: o futuro passa pela educação. Não estamos nos referindo simplesmente ao trabalho da escola. Educação vai muito além da escola. Educação passa também pela família, pelo lar, e adentra às instituições constituídas, sejam elas públicas ou privadas. E educação não se restringe a conteúdos curriculares, ou mesmo ao ensino informal, pois isso se chama instrução, aquisição de conhecimentos, mas que pode não dar autonomia responsável, nem formar cidadãos éticos. Quantas pessoas ostentando títulos e carreiras, e que são desonestas?

Para termos um futuro sem injustiça social, sem concentração da renda na mão de alguns, sem ameaças de guerras, sem sentimento, precisamos compreender e sentir a educação como formadora do caráter das pessoas, como poderoso instrumento de desenvolvimento das virtudes, o que fará com que nós, os seres humanos, deixemos paulatinamente de pensar apenas em nós e nos preocupemos com o outro. Essa educação fará com que aprendamos a nos amar.

Como bem lembra Paulo Freire, educador brasileiro ainda pouco estudado e colocado em prática, a educação pode não fazer essa transformação sozinha, mas essa transformação não acontecerá sem a educação.

É bom começarmos a focar na educação, se queremos um amanhã bem melhor que o hoje.

Comentários

Adriano Monteiro disse…
Ao dirigirmos o olhar para a realidade que se apresenta, percebemos que a nossa sociedade está carente de um direcionamento em praticamente todos os aspectos. Orientada ao consumo, define padrões de felicidade e contentamento em função daquilo que pode comprar. Sem um referencial objetivo à respeito de seu próprio papel num mundo cada vez mais populoso, entrega-se ao individualismo, perdendo qualquer noção de coletividade; consequência? A depressão torna-se o mal do século, ocasionando casos e mais casos de transtornos de fundo emocional e em última instância, inchando os números de consumo de medicamentos controlados entre todas as faixas etárias, e num ponto alarmante do gráfico, indicar o aumento exponencial do número de suicídios.
Governos colapsando em todas as esferas, levam milhares de pessoas a encontrar-se numa situação onde viver reflete um desafio sobre-humano. Desemprego, fome, violência... e nesse canário os números são frios ao contabilizar o número de roubos e homicídios. De amigos que se despedem de amigos, pais que despedem de filhos, esposas que se despedem de seus esposos, etc.
Será o fim dos tempos previstos no Apocalipse, ou será que a humanidade, ao longo de toda a sua história não fez nada menos que revelar sua tendência autodestrutiva?
De acordo com o sociólogo Zigmund Bauman , o motivo de vivermos tal qual o personagem da historia de Ulrich -Der Mann ohne Verwandtschaften — o homem sem vínculos, é porque simplesmente estamos perdendo todas as referências. E numa sociedade que preenche seus vazios e seus medos através de um mecanismo de consumo, a educação torna-se um simples assessório. Educar-se não é o fim almejado no que diz respeito à construção do ser e a finalidade em si (como dizem os teóricos), é algo de que o individuo precisa para poder ingressar no mercado de trabalho, e trabalhando ser remunerado e sendo remunerado, poder consumir... e consumindo alimenta esse ciclo de falso controle e aparente normalidade.

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