O Brasil possui mais de 5 mil municípios, e o governo federal teve a iniciativa de realizar encontro nacional de prefeitos para tratar de diversos assuntos relacionados à gestão municipal e os programas federais dos ministérios e secretarias. A educação não poderia faltar nesse contexto e assim o Ministro da Educação, Fernando Haddad, compareceu para falar do Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) e responder perguntas. E foi nesse quesito que os prefeitos escorregaram.

As perguntas, feitas por escrito, revelaram uma tragédia. A começar pela guerra com a gramática portuguesa, bombardeada sem dó por erros grosseiros, revelando que muitos prefeitos e secretários municipais necessitam de reforço escolar. E a tragédia continuou com a revelação do desconhecimento dos gestores municipais sobre os programas do MEC. Teve prefeito que nem sabia que o piso salarial do magistério é lei, surpreendendo-se com a informação. O programa para aquisição de merenda escolar, existente desde 1950, era um mistério para boa parte dos prefeitos.

Preservando sua imagem, o ministro respondeu as perguntas em bloco, evitando o constrangimento público de ter de explicar questões básicas que deveriam ser de pleno domínio de prefeitos e secretários de educação.

Com essa constatação, que podemos perfeitamente chamar de "analfabetismo funcional gestor", o Ministério da Educação resolveu reformular sua página na internet, abrindo um canal exclusivo com as prefeituras, com o objetivo de sanar as dúvidas e dar as orientações necessárias para que o PDE não fique engessado no desconhecimento e na burocracia. É o velho ditado popular: há males que vem para o bem.

Como em nosso país candidato a cargo de gestão pública deve estar filiado a um partido político, supõe-se que a representação político-partidária prepare seu candidato para a possibilidade de vencer nas urnas o pleito eleitoral e assim melhor governar o município, mas pelo que se constatou no encontro nacional, não é bem isso que ocorre.

Se o MEC percebeu a necessidade de mudanças, também os partidos políticos devem mudar. Não é possível termos prefeitos semi analfabetos, ou desconhecedores dos programas estaduais e federais de apoio ao município na área da educação.

E, só para manter o histórico, quem mais apanhou nesse encontro nacional de prefeitos foi a educação, a prima pobre da administração pública, que nunca valoriza o que mais tem valor para o homem e para o país. Até quando?

Pensemos nisso!

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