Diante da crise

A nação brasileira está passando nos últimos tempos por momentos complicados, que tem repercutido na atmosfera social, levando a uma incerteza quanto ao futuro. Entre os vários episódios ocorridos podemos destacar as delações premiadas levando autoridades públicas, parlamentares e outras pessoas aos tribunais; o impeachment da presidente da república; a falência financeira de vários estados; o eclodir da violência com o crescimento da criminalidade; o aumento do desemprego por motivo da crise econômica.

Diante desse quadro muitas pessoas adentram pela desesperança, pela desmotivação, ou reagem subvertendo a ordem e os valores morais, como no caso de saques na ausência da autoridade policial, ou em manifestações públicas que descambam para a violência, ou mesmo em praças esportivas com a explosão do ódio e da agressividade selvagem. São demonstrações do quanto estamos ainda vinculados aos instintos e ao imediatismo, procurando na violência ou na repressão dos órgãos de segurança pública, solução para problemas que na verdade são de ordem moral.

Uma sociedade que se considere civilizada não pode submeter-se à ordem e à legalidade apenas quando há coerção da autoridade policial, sendo que na sua ausência essa mesma sociedade atropela as leis, as regras de boa convivência, e se manifesta em atos de selvageria ou, ao contrário, de indiferença.

Precisamos encontrar equilíbrio revisando nossos valores de vida e nossas atitudes no coletivo, reconstruindo, sem traumas, a zona de conforto em que até então vivíamos, e que nos satisfazia, mas que agora a crise social está nos solicitando transformar.

E para onde vamos? Par os valores morais da vida, humanizando-nos e espiritualizando-nos, aprendendo paulatinamente, e com perseverança, a colocar em prática a regra de ouro da educação: aprender a fazer ao outro o que gostaria que o outro me fizesse.

É uma regra universal e para todos os tempos que, desejemos ou não, nos liga a Jesus, ícone do cristianismo, regra que tem por alicerce o amor ao próximo, justamente o que está faltando, e que deveria ser o norteador da educação, pois se temos muitos aprendizados na família e na escola, falta-nos aprender o essencial, até hoje menosprezado pelos pais e professores, que são os encarregados do ensino.

De que adianta alta dose de conhecimentos se nos falta o sentimento?

Precisamos substituir a autoridade da segurança pública, via policiamento ostensivo e embates violentos, pela autoridade da educação moral, via desenvolvimento do caráter e das virtudes, em manifestações de justiça e de amor. Assim realizando, as crises haverão de minimizar e mesmo desaparecer com o tempo, e o desânimo e a desesperança serão substituídos pelo trabalho incessante e a perspectiva de um futuro cada vez melhor.

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