A epidemia de dengue no Rio de Janeiro, não apenas na capital, mas igualmente nos municípios da baixada fluminense, mostra cruelmente como estamos insensíveis para com o outro. O vizinho com seu vizinho, o familiar com seu familiar, o médico com o paciente, a autoridade pública com o povo.
Todo mundo fala, pede, exige, chora... mas trabalhar efetivamente no combate ao mosquito transmissor e no tratamento dos infectados... aí já é outra história.
O prefeito da cidade maravilhosa diz que rezou para que os mosquitos fossem levados pelos santos protetores para alto mar, enquanto mantém fechado o Hospital de Acari. As forças armadas limitam-se a abrir tendas de hidratação, quando possuem hospitais de campanha já utilizados anos atrás. O governo estadual gasta dinheiro emergencial para pagar médicos vindos de outras regiões do país, mas não contrata em definitivo os profissionais de saúde que a rede necessita. E todos se acusam: a população acusa o governo de descaso, o governo acusa a população de desleixo.
Mas, tenhamos calma... O Ministro da Saúde achou o vilão: é a indústria farmacêutica, que está lucrando com a venda de paracetamol, e ameaça proibir a publicidade do remédio.
Enquanto isso a mídia televisiva sobrevoa as cidades infectadas e descobre, nas áreas públicas, incubadoras perfeitas para o mosquito transmissor: pátios e prédios mal cuidados empoçando água. E, para espanto geral, apressam-se as autoridades responsáveis a informar que tomam os devidos cuidados, mesmo contrariando as imagens e os depoimentos dos moradores locais.
Pobre saúde humana. Pobre ser humano.
Até quando saúde e educação serão considerados prioridades apenas nos discursos e no papel? Enquanto isso utilizemos manga comprida, calça e meia em ambiente preferencialmente refrigerado, pois aí o mosquito não tem vez. Como se essa fosse a realidade do nosso povo, e isso fosse solução para a epidemia.
Até quando seremos assim tão insensíveis à dor de quem perde um filho para um pequeno e terrível mosquito?
Pensemos nisso!
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Fora da educação não há salvação
Marcus De Mario Quem estuda com seriedade o Espiritismo, depara-se com o lema “fora da caridade não há salvação”, expresso por Allan Kardec ...
-
Sabe aquela história comovente baseada em fatos reais, retratando um período sombrio da humanidade, mas ao mesmo tempo mostrando que a bonda...
-
Na escola sueca Vittra Telefonplan não há classes nem salas de aula. O ambiente de design moderno busca incentivar a criatividade e o desen...
-
Quando analisamos o serviço de evangelização infantojuvenil desenvolvido pelos Centros Espíritas, é comum observarmos a utiliza...
Nenhum comentário:
Postar um comentário