Passei de ano, mas não aprendi

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Data Popular, em parceria com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), aponta que 46% dos alunos da rede estadual paulista dizem ter passado de ano sem aprender a matéria, e somente um em cada três consideram a escola boa ou ótima. Para 70% dos estudantes ouvidos, o colégio onde estudam é violenta.

A pesquisa “Qualidade da Educação nas escolas estaduais de São Paulo” ouviu 700 professores, 700 pais e 700 alunos da rede estadual de São Paulo. De acordo com o estudo, metade dos pais e 30% dos alunos avaliam a escola como ótima ou boa. O conceito "regular" aparece para 36% dos pais e 42% dos alunos. Já 14% dos pais e 25% dos alunos acha a escola ruim ou péssima.

Sobre a aprovação automática feita pela progressão continuada, quase metade dos alunos ouvidos disseram tem passado de ano sem aprender o conteúdo, e 75% dos estudantes e 94% dos pais afirmaram serem contra o sistema no qual mesmo com notas insuficientes os estudantes não são reprovados no final do ano letivo.

Os alunos disseram faltar cinco vezes por mês. Os pais afirmaram que participam da vida escolar do filho, mas apenas um em cada quatro pai ou mãe já foi a a alguma reunião do conselho escolar do filho.

Segundo a pesquisa, 44% dos professores e 28% dos alunos da rede estadual paulista já sofreram algum tipo de violência em suas escolas. Metade dos alunos dizem já terem presenciado casos de discriminação de raça, origem migratória e orientação sexual na escola. Segundo a pesquisa, pais e professores consideram a falta de segurança o maior problema do lugar onde as crianças estudam.

Os professores apontaram que para oferecer mais qualidade na educação é preciso investir em infraestrutura (22%), valorizar os professores (20%) e aprimorar o relacionamento com os pais (18%). Para os pais, é preciso ter atividades extracurriculares (39%), qualificação dos professores (17%) e mais tecnologia (15%). Para os alunos, é necessário investir em atividades extracurriculares (29%), mudança no método de ensino e formato das aulas (21%) e mais tecnologia (15%).

Entre as soluções sugeridas, a pesquisa aponta maior investimento em infraestrutura e qualificação dos professores, e uma participação maior dos pais.
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A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo emitiu nota de esclarecimento onde apela para um linguajar retórico, informando que faz todos os esforços para recuperação dos alunos e para o combate à violência. Pelo visto, esses esforços não estão funcionando a contentto.

Os resultados da pesquisa apontam um drama há muito conhecido dos brasileiros, e que não acontece apenas em São Paulo. Como a educação não é prioridade, os anos passam e os problemas continuam, e uma massa de jovens, todos os anos, faz sua inserção social sem o mínimo preparo, tento intelectual quanto emocional.

No Estado do Rio de Janeiro, há um contínuo esvaziamento no ensino médio da filosofia e da sociologia, com os professores sendo pressionados para não entrar no campo da ética. É claro, qual governante quer ter cidadãos que saibam pensar e saibam fazer uso do senso crítico?

Entretanto, se trabalhássemos desde a educação infantil a ética, o pensar, o senso moral, tudo seria diferente.

Você acredita nisso?

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