segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Os robôs sociais e os seres humanos


Marcus De Mario

O avanço tecnológico através da ciência é uma realidade presente na vida atual, trazendo-nos novidades inúmeras que, bem utilizadas, não apenas atestam o progresso, mas se tornam ferramentas úteis e valiosas, como é o caso da robótica, desenvolvendo os mais variados robôs para as mais diversas tarefas, assim facilitando nosso dia a dia, seja em termos domésticos, seja em termos industriais, assim como em outras áreas. Agora estamos diante do surgimento dos chamados robôs sociais, que muito se assemelham aos seres humanos, quer na aparência, quer na inteligência e, inclusive, no emocional, pois são muito bem programados para imitar o homem e a mulher. Entretanto, por mais se nos assemelhem, por mais perfeita seja a inteligência artificial que os programe, são robôs, são máquinas, não são seres humanos. Não pensam por si próprios, e sim através de uma programação; não sentem por si mesmos, mas através de programas que os fazem imitar o ser humano. Somente o ser humano, por ser um Espírito criado por Deus, pode pensar, sentir, criar e agir por conta própria, assumindo as consequências de suas escolhas e ações.


Um robô pode ser aperfeiçoado pela tecnologia humana, mas somente o Espírito pode jornadear até a perfeição com o seu querer, sua vontade. Um robô pode ser uma maravilha tecnológica, mas somente o Espírito é uma maravilha divina. O robô é finito, pois é matéria; o Espírito vive por toda a eternidade, pois é imortal.

Como seres criados por Deus, somos impulsionados para a socialização, para o relacionamento com os outros seres humanos e com a natureza. O robô está limitado à sua programação, podendo ser ligado e desligado a qualquer momento, e quando se torna obsoleto, ultrapassado por novas tecnologias, é descartado, enquanto o ser humano, alma vivente por toda a eternidade, sempre se aperfeiçoa, sempre alcança planos mais elevados da vida.

Isto compreendido, assistimos cientistas e empreendedores anunciando que os robôs sociais, perfeitos símiles dos seres humanos, haverão de preencher o vazio existencial que muitas pessoas carregam. Já fazemos isso colocando em nosso viver algumas espécies de animais, ou substituindo a relação com o outro, pela relação com objetos. São verdadeiros misantropos, pessoas com aversão às outras pessoas, preferindo conviver com animais, plantas, objetos e robôs, até porque estes não lhes importunam, são bem mais fáceis de controle, ou então preferem a solidão, retirando-se do mundo, evitando a convivência, estabelecendo-se em locais mais isolados.

Pobres seres humanos que ainda não compreenderam o significado da reencarnação, oportunidade que Deus nos concede para continuarmos os esforços pelo nosso progresso moral e intelectual, visando mais rapidamente alcançar a perfeição. E isso somente pode ser feito na convivência com os outros, na troca de saberes e experiências, substituindo paulatinamente o mal pelo bem, na compreensão e vivência do Evangelho, dos ensinos morais trazidos pelo messias divino, fazendo-se nosso guia e modelo.

O avanço tecnológico é tão acentuado que não temos dúvida que um robô possa imitar com tal destreza um ser humano, que até mesmo o confundiremos com um de nossa espécie, mas apesar disso, nunca um robô deixará de ser um robô, e não adianta fugir de nós mesmos e dos outros, pois a morte nos levará de volta ao mundo espiritual, onde teremos que enfrentar o que teimamos em deixar de lado nesta existência, ou seja, enfrentar a nós mesmos e nossas dificuldades de relacionamento.

Pode-se afirmar que um robô social será um suporte emocional, não um substituo da relação com outro ser humano, mas isso pode criar uma dependência nociva, e teremos outro aspecto dos transtornos emocionais e mentais a preencher os consultórios terapêuticos.

É o amor que rege todo o universo, e amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, é a regra a ser aprendida e vivida, por isso Jesus proclamou em alto e bom som: amai-vos uns aos outros!

Pesquisas mostram que estudantes que tiveram os professores substituídos por programas de inteligência artificial e grande aparato tecnológico, tem muito mais dificuldade de apreender os conteúdos estudados. Podem memorizá-los com mais facilidade, mas não os incorporam na mesma medida ao seu patrimônio intelectual e emocional, pois se ressentem da falta do contato humano, da convivência com os outros.

Não nos iludamos: nenhuma tecnologia, por mais avançada, pode substituir o que Deus criou, e fomos feitos para muito nos amarmos, o que não conseguiremos aprender e viver substituindo-nos por robôs, mas apenas interagindo com outros seres humanos, aqui, nesta existência, e na vida futura que nos aguarda
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