De devedor a credor

O governo federal anuncia que o Brasil passou a ter reservas financeiras internacionais superiores ao valor da dívida externa, e que nos últimos anos o principal da dívida diminuiu em quase 6 bilhões de dólares, graças à recompra de títulos da dívida. É um fato auspicioso que, somado ao fato de que há mais de cinco anos o Brasil não recorre nem ao Fundo Monetário Internacional (FMI), nem ao Banco Mundial para novos empréstimos, demonstra que, na área econômica, a política governamental tirou o Brasil da lama e travou a ciranda financeira que endividava a nação.

Podemos ter críticas ao governo Lula, não concordar com todas as suas ações, o que é natural numa democracia, e ao mesmo tempo saber elogiar. Para quem viveu a alta inflação e a correção monetária, o Brasil de hoje é um paraíso, pois, finalmente, está economicamente estável, embora ainda apresentando graves desvios na distribuição de renda.

O que se espera é a continuidade da política de estabilização e o gradual pagamento do principal da dívida externa, decrescendo anualmente o montante de pagamento dos juros, para que nosso desenvolvimento interno seja compatível com uma nação desenvolvida. Tudo isso ao mesmo tempo em que controlamos a inflação, distribuímos melhor a renda e geramos emprego e renda compatível para uma vida digna. É possível? Sim, é plenamente possível, desde que os interesses políticos não se percam nos labirintos dos interesses de grupo.

Seja o governo federal igualmente firme nos programas sociais, na geração de empregos, no desenvolvimento econômico, no combate à corrupção pública, no controle do meio ambiente e no apoio à educação, e o Brasil será grande como merece seu povo e sua riqueza territorial.

Deixar de ser devedor sem perspectiva de pagamento já é um grande alívio, e merecem nosso aplauso todos os que, ao longo dos últimos anos, se esforçaram e se esforçam para que consigamos dar aos brasileiros e ao mundo essa notícia.

Aplaudimos, mas continuamos a acompanhar com criticidade, para não nos iludirmos com uma notícia que é boa, mas que pode nos levar à euforia de esquecer os males que ainda necessitam de combate.

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