Valores e Mídia

Quais são os seus valores de vida? Eis uma pergunta que poucas pessoas se fazem, mas que é fundamental para ter consciência de si e da própria vida. Para auxiliar o leitor em sua resposta sugerimos uma análise da programação televisiva que normalmente assistimos.

Você é daqueles que, quando chega do trabalho, a única opção possível de lazer é ficar grudado na telinha? Ou passa as horas dos domingos assistindo a programação dos canais da tevê aberta? Bem, se você é dessas pessoas em que o mundo gira em torno da programação televisiva, cuidado, seus valores precisam ser reavaliados.

Comecemos pelo domingo. É Faustão, Sílvio Santos, Gugu e outros predominado à tarde; transmissão ao vivo do futebol; e depois, à noite, programas como Fantástico e Domingo Espetacular, entre outros parecidos quanto ao gênero, podendo terminar com pancadaria solta em algum filme. Valores? Besteirol, exploração da sensualidade, insinuações sexistas, exploração da miséria humana e vai por aí, num festival sem fim, repetido a cada domingo, domesticando a audiência.

E durante a semana, com a tarde ocupada por programação do tipo "escolha seu namorado", "exponha seu problema conjugal", "assista um filme fraquinho", o quadro não é muito diferente.

Para terminar, novelas e mais novelas, uma atrás da outra, com intervalo apenas para o jornalismo noticioso e sensacionalista.

Se você só conhece isso, e faz disso sua cultura predominante, não é de espantar que recente pesquisa tenha detectado que mais de 60% dos brasileiros, se tivessem oportunidade, dariam emprego aos parentes no serviço público, ou se locupletariam de ganhos da corrupção, sem nenhuma dor de consciência.

Lembremos que a mídia televisiva, em tese, procura dar ao telespectador aquilo que ele quer ver, dentro de seus valores, mas que, ao mesmo tempo, impinge às pessoas valores agregados ao mundo publicitário, ao mundo da moda, etc, passando valores que serão incorporados pela população consumista e verdadeiramente domada para fazer o que se quer que ela faça.

Então vemos que a maioria das pessoas não pensa, não fala e não quer saber da educação, ou, quando pensa, fala e quer saber, confunde a educação com o ensino escolar, com a aquisição do saber, com provas e notas. Isso não é educação, faz parte, mas não é a educação, que deve trabalhar o desenvolvimento de valores, o pensamento crítico, a consciência de cidadania.

A verdadeira educação, porque existe a falsa educação (o que estamos vendo hoje), é aquela que faz todos os esforços para formar o caráter do indivíduo, para desenvolver seu senso moral, para equilibrar o conhecimento com o sentimento, ou seja, em resumo, a verdadeira educação é a educação moral.

A televisão, em geral, passa longe, muito longe desse ideal. Por isso, cuidado! Ligue o sinal de alerta e comece a deixar de lado o controle remoto, ou o que é ainda melhor, exija a melhora da programação.

Pode a mídia televisiva ser poderosa aliada da educação, desde que reformule seus valores e, em consequência, a programação.

Pensemos nisso!

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