Recebi um vídeo muito interessante, e para fazer pensar, mostrando uma criança com aproximadamente dois ou três anos de idade brincando com um cão, e fazendo de tudo com ele. O cachorro mostra-se extremamente paciente, não reclama, trata o garoto com amabilidade e acompanha-o por todos os cantos. E o menino sobe nele, deita sobre seu corpo, mexe em seu focinho, dá e puxa gravetos de sua boca, enfim, não poupa o cão, que mesmo assim participa de tudo e em nenhum momento reclama. O vídeo tem o sugestivo nome de "Muitos Pais Não Têm Esta Paciência".
É verdade. Muitos pais se aborrecem com seus filhos com facilidade, e normalmente reagem com violência. Não tem paciência para responder a mesma pergunta várias vezes, esquecendo que criança é assim mesmo. Isso me remete a outro belo vídeo recebido dos meus amigos internautas, mostrando um senhor idoso sentado no banco de uma praça ao lado de sua casa. Com ele está um jovem, seu filho, lendo um jornal. Vendo pássaros voarem e pousarem nas plantas e gramado, o velho pergunta várias vezes: o que é isso? O filho, cada vez mais irritado, vai respondendo: é um pássaro! Até que "explode", grita com o velho pai e diz que está cansado de responder a mesma coisa.
O velho sai, entra em casa e retorna com um diário surrado, aberto numa determinada página, e pede ao filho que leia em voz alta. Está escrito: "Hoje meu pequeno filho me perguntou vinte e uma vezes a mesma coisa, e eu respondi pacientemente vinte e uma vezes que era um pássaro". A cena termina com o filho, sensibilizado e chorando, dando um sentido abraço em seu velho pai.
Educar é um ato de amor e exige compreensão e paciência.
Não se pode educar com irritabilidade, xingamentos, bofetadas, palmadas, castigos físicos e pressão psicológica. Essas coisas geram frustrações, inibições, rebeldia, ou seja, complicam o relacionamento entre pais e filhos.
Para bem educar nada melhor que o diálogo, a explicação paciente, a troca de responsabilidades, a participação doméstica e, fundamental, o bom exemplo. Esse conjunto de ações forma a educação de qualidade que os pais devem exercer com seus filhos, pois o amor não é tolerante a ponto de deixar tudo acontecer. Pelo contrário, compete ao amor disciplinar, orientar, exigir, mas sempre de forma participativa, mostrando que direitos e deveres, liberdades e responsabilidades andam de mãos dadas.
Para medir seu grau de paciência para com os filhos, observe se você consegue responder a mesma pergunta, ou explicar a mesma coisa, repetidamente, cinco vezes, sem aumentar o tom de voz, sem mostrar irritação, impaciência.
Se você consegue, parabéns, está no bom caminho para bem educar.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Conteúdo e singularidade
Para entender a abordagem que vou fazer neste texto, é melhor, primeiro, ler o que disse Leo Buscaglia, em seu livro "Vivendo, Amando e Aprendendo":
“Talvez a essência da educação não seja entupir os jovens de fatos, e sim ajudá-los a descobrir a sua singularidade, ensinar-lhes a desenvolvê-la e depois mostrar-lhes como doá-la. Nenhum professor jamais ensinou alguma coisa a alguém. As pessoas aprendem por si. Como professores temos que acreditar na mudança, temos que saber que é possível, do contrário não estaríamos ensinando, pois a educação é um constante processo de modificação. Há uma mesa cheia de maravilhas. A educação é o processo de levar as pessoas a ela. Você pode enfeitar a mesa, não pode obrigar ninguém a comer. Todo mundo ensina a todo mundo, o tempo todo, o que são e quem são. Por isso é que todo mundo é professor. Como pessoa afetuosa, é bom você ter muito, muito cuidado com os rótulos que põe nos outros”.
Concordo com ele. Não temos que entupir os jovens de fatos, de informações, de conteúdos curriculares quem nem mesmo o professor sabe direito para que servem. Temos que ajudar os jovens a se descobrirem como pessoas, a desenvolver seus potenciais e como eles podem, maravilhosamente, doar de si para o bem da coletividade. Fatos, informações e conteúdos formam o ensinar, nem sempre ligado ao educar, que é tornar humano, a partir da singularidade, ou seja, da individualidade única do estudante.
Professor que não acredita na transformação (mudança) do aluno, não é professor. É um lesa-individualidade que deveria retirar-se da escola, abandonar o magistério e dedicar-se a outra profissão. Ele pode ser um bom vendedor de cachorro-quente, mas não é um bom professor. E o professor precisa gostar do que faz, acreditando em si e nos seus alunos, acreditando na educação.
De fato, professores nada ensinam a seus alunos. O aluno aprende porque quer, porque apreende os significados, porque se sente estimulado a descobrir e criar. Não existe cátedra, existe facilitação da aprendizagem.
O exemplo de Leo Buscaglia é significativo. Posso enfeitar a mesa e colocar alimentos maravilhosos, saborosos à disposição de todos. Mas os convidados só se deliciarão com as iguarias se quiserem. Não posso obrigá-los a comer o que não querem. Sequer posso obrigá-los a se alimentar. Mas posso incentivá-los, estimulá-los, e colocar na mesa as iguarias que efetivamente gostem, e não aquelas que são do meu gosto.
Conheço um professor que, invariavelmente, dá suas aulas recheadas de slides. Fala muito a cada slide, e, normalmente, produz mais slides do que o tempo de aula permite utilizar. Os alunos saem sempre frustrados. Não conseguem dialogar, perguntar e nem assistir toda a apresentação. É sempre assim. Esse professor não sabe trabalhar a singularidade, a individualidade dos estudantes, não sabe tocar o ser humano que está ali. Ele não acredita na transformação, mas apenas na formatação, o que é bem diferente.
Posso ter um bom currículo e conteúdos variados, mas se não sonhar, se não criar, se não entender que não estou ali para ensinar, e sim para fazer pensar, para estimular o aprendizado, estarei somente entupindo meus alunos com fatos.
Tornar as pessoas mais humanas, conscientes de si e de sua participação social, a partir do respeito à sua individualidade única, dando-lhes visão profunda do ser e da vida, é realizar a educação, aprendendo com quem está aprendendo, caminhando junto com quem está na caminhada para chegar onde já chegamos.
“Talvez a essência da educação não seja entupir os jovens de fatos, e sim ajudá-los a descobrir a sua singularidade, ensinar-lhes a desenvolvê-la e depois mostrar-lhes como doá-la. Nenhum professor jamais ensinou alguma coisa a alguém. As pessoas aprendem por si. Como professores temos que acreditar na mudança, temos que saber que é possível, do contrário não estaríamos ensinando, pois a educação é um constante processo de modificação. Há uma mesa cheia de maravilhas. A educação é o processo de levar as pessoas a ela. Você pode enfeitar a mesa, não pode obrigar ninguém a comer. Todo mundo ensina a todo mundo, o tempo todo, o que são e quem são. Por isso é que todo mundo é professor. Como pessoa afetuosa, é bom você ter muito, muito cuidado com os rótulos que põe nos outros”.
Concordo com ele. Não temos que entupir os jovens de fatos, de informações, de conteúdos curriculares quem nem mesmo o professor sabe direito para que servem. Temos que ajudar os jovens a se descobrirem como pessoas, a desenvolver seus potenciais e como eles podem, maravilhosamente, doar de si para o bem da coletividade. Fatos, informações e conteúdos formam o ensinar, nem sempre ligado ao educar, que é tornar humano, a partir da singularidade, ou seja, da individualidade única do estudante.
Professor que não acredita na transformação (mudança) do aluno, não é professor. É um lesa-individualidade que deveria retirar-se da escola, abandonar o magistério e dedicar-se a outra profissão. Ele pode ser um bom vendedor de cachorro-quente, mas não é um bom professor. E o professor precisa gostar do que faz, acreditando em si e nos seus alunos, acreditando na educação.
De fato, professores nada ensinam a seus alunos. O aluno aprende porque quer, porque apreende os significados, porque se sente estimulado a descobrir e criar. Não existe cátedra, existe facilitação da aprendizagem.
O exemplo de Leo Buscaglia é significativo. Posso enfeitar a mesa e colocar alimentos maravilhosos, saborosos à disposição de todos. Mas os convidados só se deliciarão com as iguarias se quiserem. Não posso obrigá-los a comer o que não querem. Sequer posso obrigá-los a se alimentar. Mas posso incentivá-los, estimulá-los, e colocar na mesa as iguarias que efetivamente gostem, e não aquelas que são do meu gosto.
Conheço um professor que, invariavelmente, dá suas aulas recheadas de slides. Fala muito a cada slide, e, normalmente, produz mais slides do que o tempo de aula permite utilizar. Os alunos saem sempre frustrados. Não conseguem dialogar, perguntar e nem assistir toda a apresentação. É sempre assim. Esse professor não sabe trabalhar a singularidade, a individualidade dos estudantes, não sabe tocar o ser humano que está ali. Ele não acredita na transformação, mas apenas na formatação, o que é bem diferente.
Posso ter um bom currículo e conteúdos variados, mas se não sonhar, se não criar, se não entender que não estou ali para ensinar, e sim para fazer pensar, para estimular o aprendizado, estarei somente entupindo meus alunos com fatos.
Tornar as pessoas mais humanas, conscientes de si e de sua participação social, a partir do respeito à sua individualidade única, dando-lhes visão profunda do ser e da vida, é realizar a educação, aprendendo com quem está aprendendo, caminhando junto com quem está na caminhada para chegar onde já chegamos.
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