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Mostrando postagens de outubro, 2020

Como é bom sonhar

  “ Os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos” (Rubem Alves). Como ser um especialista em amor? Essa intrigante pergunta perseguia o Maurício, professor de Matemática no ensino fundamental e médio, trabalhando tanto numa escola pública quanto numa escola particular, às voltas com crianças e adolescentes. Como conciliar conteúdos, provas e notas com o amor e a interpretação dos sonhos de seus alunos? Durante muito tempo o professor Maurício acreditou que o pensamento de Rubem Alves era um delírio impossível de se concretizar na realidade da escola e da sala de aula. Então ele fez contato solicitando que falássemos alguma coisa: utopia ou possibilidade? Lembramos então do Léo Buscaglia, que ficou conhecido como “professor do amor”, lá nos Estados Unidos. Ele foi o primeiro a estabelecer numa universidade um curso sobre o amor. Foi chamado de louco e pervertido no início, mas

Discriminação racial existe, sim

  Dois de cada 3 presos no Brasil são negros. De cada 10 vítimas de assassinato, 8 são negros. A proporção de negros nas cadeias aumentou 14% nos últimos 15 anos. 66,7% dos presos brasileiros são negros, a maioria jovens, na faixa etária de 18 a 24 anos. Esses dados são revelados pelo 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e que não podemos deixar passar, ainda mais quando sabemos que na escola pública brasileira a maior parte dos alunos é composta de crianças e jovens negras e oriundas de comunidades pobres. E também quando sabemos que nos institutos destinados a jovens infratores encontramos o mesmo quadro. A discriminação racial no Brasil é um fato, principalmente contra os negros, que ainda carregam o estigma da escravidão ocorrida por três séculos em nosso país, em que o negro não tinha direitos e valia menos que um animal de carga. É triste constatarmos isso em pleno século 21, ainda assistindo es

Acho que sou o pior filho do mundo

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  O Anderson, nos seus oito anos, escreveu no aplicativo de comunicação instantânea: Meu pai só critica meus erros. Não passa um dia sem me dar pelo menos umas dez broncas. Acho que sou o pior filho do mundo. Ele nunca me abraçou de verdade. Muitos dos seus colegas de escola e amigos também fizeram postagens semelhantes, seja em relação ao pai, seja em relação à mãe, ou a ambos. Para uma criança ter essa percepção significa que seu relacionamento com os pais está muito ruim, neste caso específico com o pai. Essa situação acontece por um motivo essencial: os pais de hoje não foram preparados para serem pais, nem pelos seus pais, nem pelos seus professores. Podem ter recebido muitas coisas, muitas informações e muitas orientações, mas não receberam educação para serem pais, para saberem educar os filhos, para formar uma família equilibrada. Anderson é vítima de uma sociedade onde seus membros estão individualistas, imediatistas, consumistas, e onde a

Educando as próprias emoções

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É comum vermos pais e professores estressados e que não sabem mais o que fazer com seus filhos e alunos, pois estes não sabem obedecer, não têm limites, muitas vezes são violentos ou cheios de manhã e birra, são indolentes, preguiçosos ou muito acelerados. Aliás, para muitos pais e e professores a maioria das crianças têm problema de hiperatividade ou de transtorno de deficit de atenção, quando na verdade são mal educados, não sabem lidar consigo mesmas, com os outros e com o mundo. Para bem educar filhos e alunos, pais e professores precisam fazer, antes de qualquer outra coisa, a educação emocional de si mesmos. Quantos pais e professores não são acelerados, indolentes, individualistas, violentos, sem limites e manhosos? Quantos pais e professores não são viciados em celulares e redes sociais? Quantos pais e professores não são nervosos, mandatários e só sabem criticar? Quantos pais e professores não são indiferentes, egoístas e consumidores desenfreados? Quantos