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Mostrando postagens de janeiro, 2008

Era Uma Vez Uma Floresta

Se a ganância destruidora-comercial continuar, num tempo não muito avançado contaremos às nossas crianças, começando com o famoso "era uma vez", a história da floresta amazônica, que elas conhecerão apenas em imagens de fotos e vídeos. Isso talvez não aconteça, e espero que realmente não aconteça, mas é certo que o futuro reserva para a humanidade uma floresta amazônica bem menor do que hoje conhecemos. Desde a década de 1970, quando a mídia tornou-se mais poderosa através da televisão, ouço falar do desmatamento e vejo, ali, naquela telinha, as imagens da devastação. São mais de quarenta anos sempre ouvindo e vendo a mesma coisa. Os governos se sucedem e nada é feito de mais concreto. O Ibama continua desaparelhado, com número insuficiente de fiscais; a polícia federal também não possui ação eficiente na área amazônica; as forças militares assistem sem serem acionadas. Mas agora o governo federal ficou alarmado e resolveu decretar medidas emergenciais de controle. No discurs

Insensibilidade

Sempre que imagens feitas de um helicóptero passeiam sobre metrópoles, e na tela da tevê vejo extensas aglomerações urbanas feitas de tijolo aparente ou madeira, característica das chamadas comunidades, novo nome das favelas, ocupando principalmente morros, sinto que me invade uma profunda angústia, e me pergunto: como deixamos isso acontecer? Como podemos viver sabendo que ao lado está crescendo a favelização da cidade em que vivemos? Sentados, indiferentes, em mesas de bares e restaurantes, muitos argumentam: é o descaso das autoridades públicas! Dançando, alegres e soltos, em danceterias e casas de shows, outros replicam: nem todos têm as mesmas oportunidades sociais! Navegando, confortáveis, em banda larga, há os que perguntam: e quem mandou virem todos para a grande cidade? E, assim, tudo continua como antes, ou melhor, a favelização continua crescendo, e milhares, milhões de pessoas subvivem. É que deixamos que uma terrível epidemia tomasse conta. O pavoroso vírus da insensibilid

Causa e Solução

Pesquisa realizada pela UNESCO, que é o órgão das Nações Unidas para a educação, sobre o ensino médio (antigo segundo grau) brasileiro revelou aspectos alarmantes e que merecem nossa reflexão. Vejamos o resumo dos resultados dessa pesquisa: "A pesquisa da Unesco, "Ensino Médio: Múltiplas Vozes", realizada em 13 capitais, entrevistando 7 mil professores e mais de 50 mil alunos da rede pública e privada, revelou o alto grau de insatisfação dos estudantes com o que aprendem nas escolas. Não é surpresa, portanto, que 43% dos 8,7 milhões de alunos matriculados nesse nível de ensino já tenham "repetido de ano" - como se diz. Curiosamente, professores e alunos concordaram sobre quais são os três principais problemas do ensino médio: desinteresse do aluno, indisciplina e falta de espaço - social, cultural e esportivo na escola."