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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

O homem no centro da vida

A primazia do homem supõe que ele estará colocado no centro das preocupações do mundo, como um dado filosófico e como uma inspiração para as ações. Dessa forma, estarão assegurados o império da compaixão nas relações interpessoais e o estímulo à solidariedade social, a ser exercida entre indivíduos, entre o indivíduo e a sociedade e vice-versa e entre a sociedade e o Estado, reduzindo as fraturas sociais, impondo uma nova ética, e, destarte, assentando bases sólidas para uma nova sociedade, uma nova economia, um novo espaço geográfico. O ponto de partida para pensar alternativas seria, então, a prática da vida e a existência de todos. Milton Santos Hoje as relações sociais estão empoderadas no dinheiro e na informação. A economia de cada nação e a economia global regem os destinos humanos, muitas vezes sem considerar a existência do próprio ser humano, decorrendo dessa anomalia a globalização da miséria e a concentração de renda em poucas mãos. É um modelo perverso, desumano, perpetuad

Vacina educacional

O início do século 20 foi marcado pela epidemia da gripe espanhola, com 500 milhões de pessoas infectadas, calculando-se em torno de 20 milhões de mortes, acompanhando o final da trágica primeira guerra mundial com 17 milhões de mortos (esse número é variável, podendo ser maior), ou seja, somando-se as baixas da epidemia viral com as baixas da guerra mundial, temos 37 milhões de mortes, com algumas pesquisas alegando que esse número pode chegar a 50 milhões de pessoas vitimadas fatalmente. Apesar de números tão estarrecedores, isso não evitou que o egoísmo, o orgulho, a indiferença e a fome de poder material levasse o ser humano a uma nova guerra mundial, vinte anos depois, resultando em 70 milhões de vítimas e ampla destruição, com dores e sofrimentos inenarráveis. Durante o século 20 tivemos pelo menos 21 genocídios espalhados pelo mundo, levando aproximadamente 100 milhões de pessoas à morte, tendo por causa perseguições étnicas e conflitos religiosos. Ao todo, somando-se a gripe es

Avaliação de quem deveria fazer

O educador, filósofo e escritor Mario Sergio Cortella, conhecido pela sua vasta e profunda atuação, em entrevista concedida para a revista Isto É (29/01/21), indagado sobre sua avaliação do trabalho do atual Ministro da Educação, Milton Ribeiro, respondeu de forma incisiva, sem deixar dúvida, remetendo-nos a sérias reflexões: Não tivemos a presença do Ministério da Educação como órgão orientador até agora, durante os 24 meses de governo. Então, não é nem possível avaliar, pois não há nada a ser avaliado. Nada foi feito. Não há clareza nenhuma. Não dá nem para fazer uma comparação com governos anteriores, pois não se tem um programa nem projetos . Como não concordar com Cortella? Até mesmo o que sempre foi feito, como o Enem, foi um choque de falta de planejamento e organização, com mais 50% de abstenção na prova presencial, e mais de 60% por cento de abstenção na prova digital, a que se somam as falhas técnicas. Um festival de horrores para o que já um horror, pois o Enem é uma prova v