quinta-feira, 21 de março de 2019

Professor, você é a nossa esperança



Diante de tantos quadros de violência e descaso público que assolam nossas escolas uma parcela do professorado está estressada, desestimulada e literalmente jogando a toalha, desistindo de maiores esforços no magistério, decidindo por dois caminhos, duas alternativas: retirar-se do magistério ou continuar simplesmente aguardando a aposentadoria. Entendemos o que está acontecendo, mas por outro lado vemos aqueles professores dedicados, criativos e com muito amor à profissão, e convido a você, professor, para olhar para essa terceira alternativa, esse outro caminho: não entregar-se às mazelas do sistema, seja ele público ou particular, trabalhando para fazer a diferença.

Não sei se você, professor, já parou para refletir sobre a sua importância para a formação da sociedade em que vivemos, pois você é o desenvolvedor das aptidões, das habilidades, das competências e também do caráter, junto com a família, das crianças e dos jovens, ou seja, das novas gerações, que diariamente se dirigem para a escola na esperança de crescer um pouco mais, não na altura física, mas como ser humano.

Sabe, professor, é preciso que você sinta esse ser que está com você na chamada sala de aula, que prefiro chamar de espaço de aprendizagem coletiva, que é um ser humano pensante, se emociona, vive intensamente, ou está à margem precisando de um aceno, um abraço e de entendimento sobre porque ele deve estudar e qual a aplicação na vida do que estuda. Em outras palavras, o ensino escolar somente será humanizado se você, professor, se humanizar e ir além dos conteúdos programáticos do currículo.

Independente das leis, dos programas oficias, das burocracias, é você professor que pode fazer a diferença sendo criativo, afetivo e estimulador do potencial dessas crianças e jovens, para que elas se sintam motivadas a bem viver, a aprender a empatia que as leva a fazer aos outros somente o que gostariam que os outros lhes fizesse, o que está tão em falta no mundo atual.

Para trabalhar a humanização você deve trabalhar em si o sentimento do amor. Amor pela educação. Amor pelo ensino. Amor pela vida. Amor pelos outros. Ter disposição afetiva para caminhar junto, para integrar os vários agentes educativos, destacando-se a família e a comunidade. Não ter medo de colocar em ação práticas pedagógicas inovadoras. Não ter receio de transformar a escola, pois somente assim assistiremos a sociedade se transformar para melhor, sendo mais justa, menos violenta.

Professor, não perca a esperança. Mas não fique aguardando que a transformação venha de fora, aconteça pela iniciativa de outros. Seja você o protagonista que, com amor e dedicação, criatividade e inovação, vai transformar a escola, o ensino, a família, a comunidade e, enfim o mundo. Acredite nisso, é o que lhe peço, pois com seu exemplo seus colegas ficarão contagiados, e teremos então uma massa significativa de educadores trabalhando por uma humanidade mais feliz.

Com o intuito de lhe ajudar, veja na internet https://www.ibemeduca.com.br.

Bom trabalho para você.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Quem deve educar: a família ou a escola?

Ouvimos em alto e bom som um apresentador de programa radiofônico afirmar que a família educa enquanto a escola instrui. Será mesmo? Bem, por não ser professor e um estudioso sobre educação, podemos entender que o comunicador em questão possa ter se equivocado, mas e quando um pedagogo faz a mesma afirmação?

Indagamos: será que a escola, em seu papel social, nada tem a ver com o ato de educar? será que a educação é exclusividade da família? e quando os pais falham na educação dos filhos? o professor, antes de mais nada, não deve ser um educador? em verdade, para que tenhamos educação integral e profunda das novas gerações, a família e a escola não devem trabalhar unidas?

Lembremos que a formação da sociedade é dependente da educação que a mesma promove dos seus indivíduos. Uma sociedade mais justa ou mais injusta não acontece por acaso, e podemos verificar sem grandes esforços que a causa está na boa ou má educação desenvolvida ao longo do tempo. Ora, todos sabemos que educação nunca foi prioridade em nosso Brasil. Mesmo em se tratando apenas do ensino escolar, aqui tomando a escola apenas e tão somente como uma unidade de ensino, de instrução através de conteúdos curriculares, nem assim podemos nos orgulhar da história da nossa educação, pois ainda hoje temos escolas de ensino fundamental sem banheiros, sem água potável, sem internet, com índices de analfabetismo funcional alarmantes, com evasão escolar assustadora, envolvidas em atos variados de violẽncia interna. E o que falar da exclusão de crianças e jovens oriundas de comunidades pobres?

Diante desse quadro real, contemporâneo, assistimos famílias desestruturadas levando seus filhos ao excesso de liberdade, ou o contrário, excesso de repressão, com pais e responsáveis perdidos com relação ao como devem educar suas crianças e seus jovens.

Muitos pais entendem que a educação de seus filhos tem início quando os mesmos podem ser matriculados na escola, para que assim aprendam e se tornem adultos preparados para seguir uma boa carreira profissional. Esses pais estão na contramão do entendimento que a educação pertence à família, pois a estão terceirizando para a escola. Acontece que muitos professores se queixam de seus alunos, acreditando que as correções de maus hábitos e do caráter devem ser providenciados pela família. E agora, o que fazemos?

Devemos mudar nosso pensamento sobre a educação e o papel da escola e da família em sua promoção. Esses dois importantíssimos institutos sociais devem promover a educação e, de preferência, juntos, unidos, integrados, sem essa história de empurrar a magna questão do educar para um ou para o outro. Tanto a família deve educar quanto a escola. Tanto a família deve instruir quanto a escola.

Dia virá em que vamos entender que educação deve ser prioridade. Que toda a sociedade, aqui englobando todas as suas instituições, deve estar preocupada com a educação e realizando ações de bem educar, ou seja, de colocar em prática a regra de ouro que é a empatia, o saber se colocar no lugar do outro para fazer a ele somente o que se deseja que ele nos faça. É isso o que está faltando, e continuará a faltar enquanto a família e a escola estiverem em guerra, e continuarmos a ouvir esse falso e equivocado discurso que compete a um educar e ao outro instruir. Defender essa ideia é dar mostras de ignorância sobre o que é educação e sua importância.

quinta-feira, 14 de março de 2019

A escola está divorciada da educação

Os acontecimentos recentes no Brasil, nos Estados Unidos e outros países, de violência exacerbada dentro das escolas, com invasores assassinando alunos e professores e deixando dezenas de feridos, somados aos casos acentuados de bullying entre estudantes, destes com os professores, e também dos professores para com os alunos, nos levam necessariamente a refletir sobre o que está acontecendo e, mais do que isso, detectar as causas e procurar as soluções.

Devemos iniciar nossas reflexões a partir do entendimento sobre o que é educação e qual o papel da escola na sociedade humana, pois sem esse entendimento qualquer opinião desprovida de fundamento, de conhecimento sobre o que se opina, perderá sua validade.

São várias as definições possíveis sobre educação, mas uma sobressai pela sua importância e profundidade: educação é o processo de desenvolvimento do potencial cognitivo e afetivo do ser humano, respeitando suas fases de desenvolvimento psicogenético, permitindo ao mesmo desenvolver aptidões, habilidades, conhecimentos e virtudes. É um processo dialógico e ético que forma o cidadão consciente de si, dos outros e da vida para construção de uma sociedade justa e harmônica. Isso é educação no sentido lato, extenso e profundo.

E qual o papel da escola na sociedade humana? Será o de transmitir conhecimentos através da abordagem de conteúdos curriculares? Será formar o cidadão consciente e ético? É um amálgama disso e outras coisas mais reveladas pelo conceito extenso e profundo da educação? Acreditamos que a terceira pergunta formulada responde mais satisfatoriamente à questão do papel da escola na sociedade humana, ou seja, a escola existe como instituição sócio educacional do homem para prover suas necessidades tanto intelectuais quanto emocionais, e não simplesmente trabalhar a aquisição de saberes propiciados por disciplinas curriculares. Naturalmente que esse trabalho, para se fazer completo, passa pela integração de esforços, de ações da escola com a família e com a comunidade, e destas com a escola.

O que temos assistido, de longo tempo, é um divórcio entre a escola e a educação. Hoje, com suas exceções, e ainda bem que temos muitas exceções, a escola não mais educa, não mais realiza o processo da educação. Ela está engessada em instruir, e às vezes muito mal, com os professores atolados em exigências burocráticas, carga curricular devastadora, avaliações através de provas e notas e outras questões que fizeram com que não mais encontremos a educação dentro da escola. E como temos ouvido de pedagogos e professores, parece que a educação passou a ser responsabilidade única da família, o que não corresponde à verdade, pois se a família tem sua parcela de ação no processo educacional das novas gerações, a escola igualmente, e que vai muito além de ensinar língua portuguesa, matemática e outras disciplinas do currículo.

Ora, se a escola está divorciada da educação, não será sua militarização, ou armando os professores com pistolas e fuzis que solucionaremos a violência interna e externa que hoje assola as unidades escolares públicas e particulares. Aliás, militarização e armamento dentro da escola constituem uma aberração. A escola deve voltar a educar, essa é a solução.

Não somos donos da verdade, mas o que queremos é que na escola tenhamos de fato o processo educacional que levará as novas gerações a crescerem com conceitos éticos, que consigam colocar em prática a regra de ouro da educação: aprender a fazer ao outro somente o que gostaria que o outro lhe fizesse.

Precisamos de uma escola inovadora e criativa, dinâmica na sua metodologia e com seu ensino humanizado. Uma escola que se preocupe com a formação do caráter dos educandos, o que deve ser prioridade dentro do processo educacional. Uma escola integrada com a família e a comunidade onde está inserida.

Essa escola já existe, são aquelas reconhecidas pelo Ministério da Educação em 2016 e que estão no Mapa de Inovação da Educação Brasileira, entre elas o Centro Educacional Conhecer, parceiro do Instituto Brasileiro de Educação Moral, onde podemos ver e nos emocionar com uma educação desenvolvida através do Projeto Escola do Sentimento.

Que possamos, em futuro breve, assistirmos as escolas reconciliadas com a educação, pois somente assim nosso Brasil melhorará, pois é com cidadãos éticos e conscientes que se faz um país melhor, sem injustiça e sem violência.

Como educadores ressaltamos os instrumentos da educação:

Instrução com amor.
Livros.
Autonomia e criticidade.
Formação do caráter.
Desenvolvimento do senso moral e da ética.
Resgate dos valores humanos.
Liberdade com responsabilidade.

Muitas pessoas podem não acreditar que a educação possa resolver a violência e outros males que afligem a escola e atingem a sociedade humana, mas é fato que sem ela, não teremos verdadeira solução.

(Este texto foi escrito em parceria com o educador Ronaldo Gomes).

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...