Sexualidade costuma ser um tema controverso, assunto muitas vezes proibido, envolto em crendices, superstições, tabus, que somente deve ser abordado em conversações íntimas entre mãe e filha, e entre o pai e o filho, mesmo assim com reservas, pois falar de sexo é problemático, é difícil. Muitos pais consideram que os filhos nunca têm a idade certa e nunca estão preparados para essa conversa, o que leva muitas crianças e adolescentes a procurar e encontrar informações fora da família, e nem sempre essas informações estão corretas, nem sempre estão envoltas em valores morais superiores. Devemos considerar que num mundo globalizado, de comunicação online e amplo conteúdo digital acessível a quem quer que seja, encontrar informações e orientações, mesmo equivocadas, sobre a sexualidade e a prática sexual, é muito fácil, motivo pelos quais os pais não podem ficar omissos ou com medo de falar sobre sexo com os filhos.
O instinto sexual é natural no ser humano, inerente à nossa biologia corporal, e também ao nosso psiquismo, ou seja, faz parte do homem e da mulher, do masculino e do feminino. Se o instinto sexual é natural, isso quer dizer que ele faz parte dos desígnios de Deus, o Senhor da Vida, portanto não é pecaminoso. O sexo é uma energia a ser utilizada pelo espírito reencarnado não apenas para a reprodução da espécie, mas igualmente para a promoção do bem e do belo, portanto, temos aqui uma abordagem que normalmente não é feita, ou seja, a questão da conduta sexual, do comportamento sexual do indivíduo, pois se o sexo é natural, a promiscuidade, a prostituição e o escândalo aviltam a sexualidade, tratando-se de uma questão moral que não pode ser colocada debaixo do tapete.
Nisso, com em tudo, o Espiritismo possui orientações muito seguras, mostrando que sempre seremos responsáveis, perante a lei divina, pelas consequências de nossas escolhas e de nossas ações, revivendo o ensino moral de Jesus, quando nos disse que a cada um sempre será dado segundo as suas obras, ou seja, porque a lei divina está gravada em nossa consciência, sempre teremos pela frente, nesta vida, no mundo espiritual ou em próxima encarnação, que enfrentar a nós mesmos em expiações e provas muitas vezes dolorosas, pois fizemos o mal a nós mesmos e também aos outros ao desviarmos a energia sexual para prazeres fugidios, aberrantes, promíscuos, desrespeitando os outros, que utilizamos como objetos descartáveis de prazer egoístico.
Já o mesmo não sucede quando canalizamos a energia sexual com respeito ao outro e a nós mesmos, numa relação saudável, porque amorosa, afetiva, solidária, com quem escolhemos para partilhar conosco esta existência, em laços legítimos de amor, geradores de paz de consciência e felicidade.
O comportamento sexual está intimamente associado à conduta moral, aos valores que elegemos para nortear nossa existência, e o verdadeiro espírita deve sempre pensar que somente deve fazer aos outros o que deseja que eles lhe façam, trazendo para nossa reflexão mais um ensino de Jesus.
Quando o sexo é mal dirigido, utilizado sem controle, deixando-nos levar somente pelo instinto, geramos um transtorno degenerativo para nós mesmos, criando um vício, uma dependência aviltante tanto dos órgãos genésicos, quanto do psiquismo, que passa a se alimentar constantemente de pensamentos sexualizados, de pornografia, assim como de relações que fornecem apenas sensações, sempre fugidias, passageiras, pois vinculadas apenas ao corpo, sensações essas necessitadas de realimentação, como qualquer vício moral e/ou físico.
Já a mente equilibrada pelo sentimento de amor faz o sexo ser normal e saudável, utilizando a energia sexual com disciplina, com autocontrole, no respeito a si e ao outro, sem criar qualquer dependência.
E o Espiritismo ainda nos desvela a realidade espiritual, no depois da morte, do descontrole sexual, pois a viciação não termina com o túmulo, inerente que é ao espírito e não ao corpo. A matéria se desfaz, mas a mente conserva o vício, torturando o espírito que, sem poder extravasar biologicamente o instinto perturbado, procura, através do processo de vampirização, sugar as energias sexuais das pessoas imprevidentes que se deixam arrastar para aventuras perigosas e de vastas consequências na sexualidade aviltada.
Não é o sexo que produz os distúrbios comportamentais nessa área, mas sim o desequilíbrio mental, o descontrole emocional, com a consequente falta de disciplina na função sexual, advertência que o Espiritismo faz para todas as pessoas, sejam heterossexuais ou homossexuais.
A educação da sexualidade é prerrogativa da família,, preparando as novas gerações para o uso saudável e disciplinado da energia sexual, e os pais encontram na doutrina espírita seguras orientações para que possam conversar com seus filhos, levando-os a se conscientizarem que Deus nada faz de errado ou pecaminoso, pois o que provém Dele é sempre certo e bom, mas os erros, equívocos e malversações provém, antes, dos homens, que devem aproximar cada vez suas consciências e suas ações da lei divina, que é justa, porque perfeita.