A procura do embelezamento corporal, seja por meio de tratamentos específicos, cirurgias, exercícios físicos, dietas e outras ações, tem ocupado muitos homens e mulheres, famosos ou não, numa busca desenfreada pelo corpo perfeito, ocasionando inclusive a morte em cirurgias plásticas em clínicas não habilitadas, ou por ingestão de medicamentos que prometem milagres que não existem, ou mesmo por excesso de exercícios físicos, sem o devido acompanhamento de profissionais habilitados. Em pleno século 21 muitas pessoas ainda procuram a fonte da juventude, agora não mais indo ao encontro dessa desejada água milagrosa, mas através de procedimentos estéticos os mais variados, esquecidos que o corpo, dádiva divina, é apenas a vestimenta, pois somos almas imortais, portanto sobreviventes à morte do corpo. Naturalmente temos que cuidar do corpo, pois é com ele que fazemos a jornada evolutiva no plano terreno, mas há uma grande diferença em cuidar do corpo e viver pelo corpo, tudo fazendo tão somente para o corpo, deixando de lado nossa realidade espiritual.
Perseguir um padrão social de beleza leva muitas pessoas, além de vários sacrifícios para atingir essa meta, ao campo do sensualismo, das experiências sexuais sem maior compromisso, esquecidas que nem elas, nem ninguém, são objetos descartáveis. Pelo contrário, todos somos seres humanos dotados de inteligência e sentimento, estando em pleno desenvolvimento do potencial divino que nos é dado no ato da criação. Saber respeitar a si mesmo é a chave para saber respeitar o outro, e o sensualismo combinado com a sexualidade aberta e irresponsável, leva a distúrbios profundos, tanto comportamentais quanto emocionais, com graves repercussões espirituais.
Por outro lado, temos a questão da riqueza, condenada por muitos, e que o Espiritismo compreende como sendo oportunidade que Deus nos dá para fazermos o bem, portanto, o problema não está no acúmulo da fortuna, desde que esta tenha sido gerada licitamente e esteja promovendo coisas boas e úteis à sociedade. Condenável é o desperdício financeiro por desleixo ou por egoísmo, satisfazendo caprichos pessoais em prejuízo de terceiros, numa flagrante oposição ao ensino de Jesus que devemos fazer aos outros somente o que desejamos que eles nos façam. Infelizmente temos assistido riquezas acumuladas que nada servem para a sociedade, e quando o detentor da riqueza morre, disputas judiciais intensas invadem os tribunais, com os herdeiros guerreando entre si, num egoísmo feroz, em muitos casos deteriorando impérios industriais e comerciais, levando muitas pessoas ao desemprego e ao desespero.
A união da beleza com a riqueza gera outras distorções de caráter de profundas consequências. Uma artista de renome internacional, confessou em entrevista que utiliza vez ou outra as redes sociais para provocar sensacionalismo, assim mantendo-se nos holofotes das mídias de comunicação, pois, segunda ela, uma mentira de vez em quando não faz mal a ninguém, no que ela se equivoca totalmente, pois a mentira muitas vezes provoca tragédias de longa repercussão, inclusive além encarnação, ou seja, prosseguindo no mundo espiritual após a morte. Esse comportamento inclui muitas vezes utilizar a beleza física e o sensualismo para a obtenção de ganhos financeiros vantajosos, em que influenciadores da opinião pública não titubeiam em enganar, em iludir, pois estão olhando apenas para vantagens pessoais, normalmente materiais.
Se o uso da beleza e da riqueza para fins pessoais, egoístas, muitas vezes não é atingido pela lei humana, não fica impune perante a lei divina que, é bom lembrar, está gravada em nossa consciência. Quem vive como se fosse o corpo, como se a vida somente existisse entre o nascimento e a morte, tem profunda desilusão ao descobrir que é uma alma, e que a morte do corpo não resultou no fim de tudo. E pior: responderá pelos abusos que perpetrou, pelo mau uso da sexualidade, por não ter utilizado a bem de todos a fortuna acumulada. Grandes sofrimentos morais lhe aguardam no mundo espiritual, como consequência da consciência culpada que infringiu a lei divina.
Mas nem a beleza, nem a riqueza, são condenáveis, pois elas podem gerar muitos bons frutos para a alma e para a sociedade, ou seja, podem ser bem aproveitadas pela pessoa e a benefício de todos. São duas provas difíceis, mas das quais pode a alma sair vencedora, mantendo-se nos campos da humildade e da simplicidade, não se deixando arrastar pelas tentações que a vida humana ainda nos apresenta.
A Doutrina Espírita nos remete a reflexões bastante oportunas sobre os temas da beleza e da riqueza, situando-os no campo moral, tendo em vista nossa realidade imortal e nossa destinação futura que é chegar, pelos próprios esforços, ao estado de Espírito Puro, representado aqui na Terra por Jesus Cristo, nosso guia e modelo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário