terça-feira, 30 de setembro de 2008

Democracia e Cidadania

Importante realização está acontecendo em Campinas, no Estado de São Paulo, onde foi fundado o Grupo Democracia e Cidadania, reunindo professores da UNICAMP, PUCCampinas e da FACAMP, representantes do Ministério Público Federal e estudantes. O Grupo pretende discutir temas pertinentes aos direitos dos brasileiros, através de debates mensais, abertos ao público. Ao final de cada debate será elaborado um documento a ser apresentado ao Estado e à sociedade.

O primeiro debate ocorreu em 27 de agosto com o tema "A Barbárie do Rio Já é Realidade no Brasil?", com a participação dos professores Eni Orlandi, do Instituto de Estudos da Linguagem, e Andrei Koemer, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, ambos da UNICAMP.

O segundo debate aconteceu no último dia 24 de setembro, com o tema "A Velocidade Seletiva da Justiça, o Caso Daniel Dantas", com a participação do juiz Nilo Toldo, da Associação dos Juízes Federais, e Walter Maeirovitch, ex-secretário nacional antidrogas e colunista da revista Carta Capital.

O próximo debate, que acontece sempre no auditório da Livraria Cultura, será no dia 29 de outubro, e debaterá a Educação, com o sugestivo tema "Fala Sério: o Encino Brazileiro Ainda Tem Geito?" (não se assuste, a grafia é essa mesma).

Continuaremos a divulgar os eventos do Grupo Democracia e Cidadania, disponibilizando os documentos através deste Blog.

Bem que essa iniciativa pode ser copiada por outras instituições universitárias do país e se transformar numa salutar vivência dos preceitos democráticos, servindo de pólo para o pleno exercício da cidadania, realizando o tão imprescindível diálogo entre Sociedade e Estado.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Para Que Serve a Escola?

Após uma visita familiar, dirigi-me ao ponto de ônibus, em subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, e enquanto esperava a condução, assisti crianças de uma escola pública, em algazarra, tomarem conta da rua, saídas do seu turno de estudo em demanda aos seus lares. Meninos e meninas entre sete e dez anos de idade.

Atravessavam a rua sem nenhum cuidado. Discutiam, falavam alto, faziam gestos nada amistosos uns com os outros. Observei a fala: gírias, palavras erradas, frases desconexas. Uma menina, aparentando sete ou oito anos, pequenina, utilizava sua mochila como arma, batendo nas costas de um colega e chamando-o para a briga. Felizmente o garoto não aceitou a provocação. E assim continuaram na algazarra, sem respeito aos colegas, às pessoas na rua, até a dispersão natural da volta ao lar.

Em outra cena, um amigo relata que as professoras fazem do pátio da escola pública, único local livre para recreação dos alunos, já que não existe uma quadra de esportes, estacionamento para os seus carros, e com mais um detalhe: as professoras com carro, incluindo aqui a diretora, são as primeiras a deixarem a escola assim que o horário de aulas termina.

Mudando o cenário, a lista de material escolar, e outros materiais, de uma escola particular é tão grande, e com quantidades tão expressivas, que a direção e professores utilizam as "sobras" em proveito próprio, já que a sala reservada à guarda do material não suporta tanto estoque.

Cenários que nos fazem indagar: para que serve a escola?

Para instruir? Talvez, pois os índices publicados pelo Ministério da Educação depois das provas de avaliação do ensino, são desanimadores. Então, instruir não parece ser a melhor vocação da escola.

Para educar? Depende do sentido que damos a essa palavra. Considerando educação como sinônimo de equipamentos pedagógicos instalados, ou de formação de habilidades e competências, estamos mal, principalmente no cenário público. Agora, considerando educar como formar cidadãos plenos, conscientes, éticos, não parece que a escola esteja socialmente determinada a isso.

Repetindo consideração de Frei Betto sobre o tema:

"Seria a escola mera estufa de adestramento para o mercado de trabalho?"

Consideramos que a escola existe para auxiliar os pais na educação dos filhos, para dar o complemento moral e intelectual à formação integral dos jovens, exigindo dos professores a auto-educação, o exemplo, a dedicação. E a escola não pode estar desligada da vida dos seus alunos e da comunidade à qual ela pertence e para quem desenvolve seus serviços. Escola onde ninguém aguenta ficar nem mais um minuto, não é uma verdadeira escola.

Se você está na escola considerando que ali está apenas para desenvolver seu trabalho profissional, como atestam seus diplomas, não está na hora de rever seu papel e no que você está transformando a escola?

A escola não é uma indústria ou um negócio comercial como outro qualquer. Lá dentro, em todos os setores, em todas as atividades, o tempo todo, lidamos com gente, com a formação dessa gente, trabalhando no presente aquilo que será o futuro.

Não está na hora de pensarmos seriamente nisso?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Um Homem de Bem

Seu exemplo é arrebatador e digno de ser copiado por todos. Fez vida política, pautando sua ação pela ética e honestidade, defendendo os direitos humanos, a liberdade e a igualdade entre todos os homens. Sua atuação foi tão marcante que mereceu homenagem da Câmara dos Deputados, figurando sua imagem, biografia e feitos na Galeria de Honra. Incentivou a industrialização, o transporte e a comunicação, tornando-se empresário pioneiro e mostrando visão profunda e de futuro, antecipando no tempo o que seria a nação no terceiro milênio. Escreveu nas páginas dos jornais, sem medo de projetar suas idéias e defender a espiritualidade humana, considerado dos melhores cronistas de sua época. Mas, antes de tudo, era médico humanitário, sem coragem para cobrar as consultas, dando do que tinha para aliviar as dores alheias. Tudo abandonou pela medicina em nome da beneficência. Seu falecimento movimentou multidão incalculável em cortejo pelas ruas cariocas, despedindo-se dele milhares de beneficiados por sua alma caridosa. Seu nome atravessou fronteiras e até hoje une os corações sinceros que solicitam seu auxílio espiritual: Bezerra de Menezes.

Quem já não ouviu falar do "médico dos pobres"? Quem, num momento de dor ou aflição, já não solicitou seu auxílio através de uma oração? E os relatos de sua ação, enquanto alma, não param de chegar de todos os recantos. Agora ele recebe justa homenagem: sua vida está nas telas do cinema com o filme "Bezerra de Menezes - Diário de Um Espírito".

E, coisa incrível, a produção financeiramente modesta, e com ainda menos recursos para divulgação, está lotando todas as salas de exibição. O povo acorre prestimoso para ver e sentir esse homem de bem, esse homem que vai muito além de ter sido espírita, pois sua alma generosa a todos pertence.

É um fenômeno religioso? Se assim considerássemos, estaríamos minimizando a importância de Bezerra de Menezes na cultura brasileira. Ele ultrapassa o espaço de uma religião, o Espiritismo, e invade todas as crenças. Quantos católicos não confessam já terem feito rogativas pelo seu auxílio, ele que é considerado um homem santo?

Assistir o filme é ter a alma sensibilizada, é compreender o alcance do bem na geração de um novo paradigma.

Dizem que as bilheterias estão assombradas, que uma espécie de magnetismo está chamando as pessoas. Seja como for, e acreditamos que a melhor explicação para esse sucesso é a gratidão que nós, brasileiros, temos a esse homem, vale a pena assistir o filme e sair do cinema com lágrimas nos olhos e força de vontade para renovar a própria existência.

Se você quer ver o exemplo de um homem de bem, assista esse filme, e encante-se com Bezerra de Menezes.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Eleições e Ética

A Justiça Eleitoral está fazendo campanha publicitária solicitando ao eleitor que tenha cuidado e responsabilidade ao escolher os seus candidatos para as eleições municipais, afinal os eleitos ficarão no poder durante quatro anos, com mandato para legislar e administrar. Devemos, portanto, escolher bem, analisando a vida do candidato, suas realizações, se as promessas que faz são viáveis e realmente necessárias para a população, e, principalmente, se ele é ético, se é um bom cidadão, se é honesto, se não tem conduta duvidosa.

Finalmente nós brasileiros estamos construindo uma consciência coletiva ética e cidadã para uma melhor eleição. Depois de tantas décadas assistindo a malversação da administração pública, tanto na esfera municipal quanto nas esferas estadual e federal, iniciamos uma reação salutar comandada pelo Supremo Tribunal Eleitoral.

E essa reação não se resume à campanha publicitária, pois as regras eleitorais foram ajustadas e audiências públicas com os juízes eleitorais serão realizadas, para esclarecer os eleitores em todo o país. Nunca, na história brasileira, tivemos um movimento tão intenso e bem articulado para acabar com os "currais" eleitorais, e com a participação de diversas organizações civis.

Pena que os candidatos ainda não tenham percebido que uma nova era teve início, e que o cidadão brasileiro está muito mais consciente. A maioria continua verbalizando promessas e mais promessas, como se fossem os redentores da vida. E a bola da vez é a saúde, seguida da educação e da segurança publica. Pelo que falam, os candidatos às prefeituras vão fazer das cidades verdadeiros paraísos. Alguém ainda acredita nisso?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Anencefalia e Aborto

Está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito, ou não, da mulher realizar o aborto quando a ciência confirmar a anencefalia no feto em desenvolvimento, ou seja, a má formação cerebral, com ausência de partes neuronais, determinante da morte imediata ou após algum tempo, do bebê. Audiências públicas estão em andamento permitindo aos ministros uma ampla visão do assunto.

Pesquisas realizadas por jornais, revistas e organizações especializadas revelam que o povo brasileiro é contrário ao aborto, e na Câmara Federal projeto que tentava a legalização do aborto foi derrotado na primeira comissão de análise. Agora trata-se de uma especificidade, a anencefalia, com o pensamento de que não é necessário deixar prosseguir a gravidez constatando-se que o bebê não sobreviverá. E por que a mulher deveria se submeter a nove meses de gestação sabendo que tudo terminará no sofrimento da morte da criança?

Ah, como parece fácil decidir sobre a vida! Ainda mais da vida de outra pessoa, que sequer pode se defender. O feto não é um apêndice da mãe, a ciência já provou que ele possui DNA diferente da mulher, depositária do seu desenvolvimento. É um ser humano diferenciado que, como estabelece a Constituição Federal, tem direito a vida.

Certa vez, numa aula num curso sobre sexualidade, o aborto gerou polêmica entre as alunas, todas jovens em torno dos 17 anos de idade. Não havendo mais tempo para prosseguir, propus continuarmos o assunto na aula da semana seguinte, o que foi aceito por todas, entretanto, lembrei que não poderia dar a aula seguinte porque suas mães haviam feito o aborto e, portanto, eu não teria alunas. Na outra aula elas voltaram diferentes: não poderiam admitir o aborto, pois se suas mães houvessem feito isso elas não teriam sonhos, namorados, conquistas a fazer, ou seja, a vida é sagrada e todos devem ter o mesmo direito de viver.

Mas a criança vai nascer sem cérebro, ou com ele muito danificado, sem chance de sobrevida maior! Lembro que, a partir da concepção, já temos um ser humano em pleno desenvolvimento, ou seja, vivendo, compartilhando com a mãe estímulos diversos, dando sinais de interação. Isso é vida, e porque vamos determinar a sua interrupção? Gostaríamos que fizessem isso conosco?

Que a ciência continue a avançar para prevenir e tratar a anencefalia. E que a lei continue a preservar o direito à vida. E que os pais e familiares destinem a esse ser humano todo o amor e dedicação, como seus pais ou responsáveis dedicaram a eles.

Pensemos nisso!

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...