terça-feira, 5 de maio de 2009

Renovação do Ensino Médio

O Ministério da Educação entregou ao Conselho Nacional de Educação proposta de renovação do Ensino Médio, na esperança de implementar modificações já a partir do segundo semestre de 2009.

Entendamos as principais modificações:

1 - Que o estudante do ensino médio tenha a possibilidade de escolher 20% de sua grade curricular.

2 - Ampliação da carga horária do ensino médio de 2,4 mil horas para 3 mil horas.

3 - Valorização da leitura em todas as áreas do conhecimento.

4 - Maior oferta de atividades culturais ao aluno.

5 - Associação do ensino com a prática.

6 - Eliminação da divisão por disciplinas no currículo, com a distribuição em quatro grandes áreas: línguas; matemática; extas e biológicas; e humanas.

Os Estados, que são os gestores do ensino médio, não serão obrigados a aderir à nova proposta, mas receberão cooperação técnica e incentivos financeiros para construção de projetos dentro da nova visão, que aproxima o ensino médio do ensino superior.

Em princípio, podemos dizer que as linhas gerais da proposta parecem boas, mas, como sempre, a pressa pode ser inimiga das novas idéias. Não será prematuro querer que já neste segundo semestre pelo menos cem escolas estejam engajadas nesse modelo, implantando atividades a partir de 2010? E o espaço para discussão da proposta? E a preparação pedagógica dos professores? E o tempo para a mudança de mentalidades?

Não resta dúvida que estudantes na faixa etária de 15 a 17 anos têm direito à autonomia, e que a aproximação do ensino médio com propostas pedagógicas construtivistas deve gerar bons frutos, mas acelerar o processo sem dar o devido tempo para sua maturação é extremamente perigoso.

Por que o MEC não divulga o documento, colocando-o em discussão pública, fazendo com que os profissionais da educação participem amplamente do debate? Isso poderia ser feito a partir de agora e até o final de 2009, tendo o próximo ano como marco para iniciar a implantação da proposta, com segurança, a partir de estudos e projetos realizados pelas secretarias estaduais de educação.

Boas idéias se perdem por causa da pressa em implantá-las, e isso não é nada conveniente para a educação.

Pensemos nisso!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Tempo de Aula

A Fundação Getúlio Vargas publica pesquisa revelando que, em média, os alunos do ensino fundamental passam aproximadamente 3 horas diárias na escola. Foram ouvidos 160 mil estudantes de todo o país na faixa etária até 17 anos, constatando-se um elevado número de faltas na frequência escolar.

Apenas 3 horas diárias! Na África do Sul a média é 6 horas!

Para agravar, a evasão escolar chega a 18% entre adolescentes de 15 a 17 anos. Para 40% deles o motivo principal para abandonar a escola é a falta de interesse.

Sim, os adolescentes não conseguem ficar na escola, isso porque ela não atrai, não é prazerosa, não trabalha a realidade da vida, os professores são burocráticos, não existem relações profundas de amizade e companheirismo. Enfim, a escola é o último lugar onde os adolescentes gostariam de estar.

Essa sinalização parece encontrar apenas ouvidos surdos. Continuam as escolas apostando todas as fichas na preparação do aluno para o vestibular e concursos outros, entupindo-os de matérias para estudar, testes, provas, seminários e até monografias, sem um pingo de preocupação com o emocional, com o sentimento, com o amor.

Bagunça, confusão, agressão? Retira-se o aluno da sala de aula, aplica-se uma advertência, expede-se um comunicado aos pais, e finalmente é feita a suspensão. Professores berram e trabalham estressados; pais ficam neuróticos; alunos abandonam a escola. E dá-lhe encaminhamento a psicólogo e psiquiatra, numa procura interminável por transtornos da personalidade.

Não é o aluno que está doente. Quem padece da saúde é a escola. Não é a educação que está errada. Quem está um verdadeiro caos é o ensino.

Até quando vamos tapar o sol com a peneira e depositar todas as culpas nos alunos e nos pais?

Que adianta ter passado o ensino fundamental para 9 anos, se a frequencia escolar é mínima?

É verdade que a pesquisa mostra que a cada ano de estudo o salário sobre 15%, mas será que a escola existe apenas para formar profissionais para o mundo do trabalho? Isso não parece estar motivando os alunos, portanto, temos de repensar a escola e seus objetivos. Que tal dar uma olhada no projeto Escola do Sentimento em www.educacaomoral.org.br?

Se não é solução, é, pelo menos, uma bela tentativa de mudar essa escola que afasta o aluno ao invés de aconchegá-lo.

Pensemos nisso!

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...