segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Um texto lindo, para refletir

Compartilho com meus amigos e amigas o lindo texto abaixo, recebido por e-mail. Não sei quem é o autor, nem mesmo se a história é verdadeira, mas, será isso o mais importante?

No Brooklyn, Nova Iorque, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças especiais. Algumas crianças ali permanecem por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser encaminhadas para uma escola comum..

Num jantar beneficente de Chush, o pai de uma criança fez um discurso que nunca mais seria esquecido pelos que ali estavam presentes.

Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, perguntou:

- “Onde está a perfeição no meu filho Pedro , se tudo o que DEUS faz é feito com perfeição? Meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não se pode lembrar de fatos e números como as outras crianças. Então, onde está a perfeição de Deus?”

Todos ficaram chocados com a pergunta e com o sofrimento daquele pai, mas ele continuou:

- "Acredito que, quando Deus traz uma criança especial ao mundo, a perfeição que Ele busca está no modo como as pessoas reagem diante desta criança.”

Então ele contou a seguinte história sobre o seu filho Pedro :

- “Uma tarde, Pedro e eu caminhávamos pelo parque onde alguns meninos que o conheciam estavam jogando beisebol. Pedro perguntou-me:"

- "Pai, você acha que eles me deixariam jogar?"

Eu sabia das limitações do meu filho e que a maioria dos meninos não o queria na equipe. Mas, entendi que se Pedro pudesse jogar com eles, isto lhe daria uma confortável sensação de participação. Aproximei-me de um dos meninos no campo e perguntei-lhe se Pedro poderia jogar. O menino deu uma olhada ao redor, buscando a aprovação de seus companheiros de equipe e mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade e disse:

- "Nós estamos perdendo por seis rodadas e o jogo está na oitava. Acho que ele pode entrar na nossa equipe e tentaremos colocá-lo para bater até a nona rodada".

Fiquei admirado quando Pedro abriu um grande sorriso ao ouvir a resposta do menino. Pediram então que ele calçasse a luva e fosse para o campo jogar. Na oitava rodada, a equipe de Pedro marcou alguns pontos, mas ainda estava perdendo por três. Na nona rodada, a equipe de Pedro marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Pedro foi escalado para continuar. Uma questão, porém, veio à minha mente: a equipe deixaria Pedro , de fato, rebater nesta circunstância e deitar fora a possibilidade de ganhar o jogo? Surpreendentemente, foi dado o bastão a Pedro . Todo o mundo sabia que isto seria quase impossível, porque ele nem mesmo sabia segurar o bastão. Porém, quando Pedro tomou posição, o lançador se moveu alguns passos para arremessar a bola de maneira que Pedro pudesse ao menos rebater. Foi feito o primeiro arremesso e Pedro balançou desajeitadamente e perdeu. Um dos companheiros da equipe de Pedro foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador.

O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Pedro . Quando veio o lance, Pedro e o seu companheiro da equipe balançaram o bastão e juntos rebateram a lenta bola do lançador. O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem da base, Pedro estaria fora e isso teria terminado o jogo. Ao invés disso, o lançador pegou a bola e lançou-a numa curva, longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem da base.

Então todo o mundo começou a gritar: “Pedro corre para a primeira base, corre para a primeira. ”Nunca na sua vida ele tinha corrido... mas saiu disparado para a linha de base, com os olhos arregalados e assustado. Até que ele alcançasse a primeira base, o jogador da direita teve a posse da bola. Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem da base, o que colocaria Pedro fora de jogo, pois ele ainda estava correndo. Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim, lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem da base. Todo o mundo gritou:

- “Corre para a segunda, Pedro, corre para a segunda base.”

Pedro correu para a segunda base, enquanto os jogadores à frente dele circulavam deliberadamente para a base principal. Quando Pedro alcançou a segunda base, a curta parada adversária colocou-o na direção de terceira base e todos gritaram:

-“Corre para a terceira.”

Ambas as equipes correram atrás dele gritando:

- “Pedro, corre para a base principal.”

Pedro correu para a base principal, pisou nela e todos os 18 meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido o campeonato e ganho o jogo para a equipe dele.

- "aquele dia, disse o pai, com lágrimas caindo sobre face, aqueles 18 meninos alcançaram a Perfeição de Deus. Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!”

Para refletir: Todos precisamos parar alguns momentos para pensar naquilo que é realmente importante na vida. A amizade e a solidariedade nunca sairão de moda.

Basta querermos!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A vergonhosa fábrica de ensino

Assistimos reportagem em programa televisivo, mostrando as incorreções gramaticais de alunos e professores das escolas públicas em provas, testes e redações, tanto do vestibular quanto do ensino fundamental e médio. Simplesmente uma vergonha! Textos sem nexo, respostas fora do contexto, palavras com grafia errada, erros de concordância verbal. E não critiquemos apenas os estudantes, pois os professores também estão de mal a pior.

A constatação da reportagem é que estamos diante de um gigantesco universo de analfabetos funcionais nas salas de aula das escolas públicas. São analfabetos ensinando analfabetos. Entretanto, os analfabetos que ensinam têm diploma universitário. Os analfabetos que são ensinados já alcançaram o ensino médio ou realizam o vestibular para o ensino superior. E o governo federal insiste em reservar 50% das vagas das universidades para alunos das escolas públicas!

Percebemos com clareza que não há preocupação com a qualidade, a não ser no discurso. Continuamos a ensinar mal, formar mal, educar mal na escola pública, e queremos impor, por lei, a entrada de um grande contigente de jovens despreparados na universidade. É um absurdo! O sistema público de ensino brasileiro pode ser comparado a uma empresa que não se preocupa com o controle de qualidade dos seus produtos. Tudo vai para o mercado, do jeito que estiver, e as queixas se avolumam e a empresa começa a perder mercado, até encontrar a falência e fechar as portas. A diferença está em que o ensino público brasileiro, mantido pelas verbas governamentais, por mais degradado esteja, nunca fechará as portas, continuando a alimentar o mercado com homens e mulheres que mal sabem interpretar um texto, quanto mais redigir um com correção.

Ora, se você não sabe interpretar um texto, e não sabe redigir um texto, é claro que sua leitura de um livro estará imensamente prejudicada. Os olhos passeiam pelas letras, mas a mente não consegue decodificar a mensagem. Então, o que acontece? A reprovação técnica de dezenas de cursos universitários no âmbito do ensino superior; o não preenchimento de vagas especializadas nas empresas; etc, etc.

Quando vemos movimentos como o Todos pela Educação, e o governo se comprometendo com as metas ali traçadas, e nos deparamos com a realidade dura do analfabetismo funcional nas escolas, sentimos que entre o discurso e a prática existe um abismo, e que poucos esforços estão sendo feitos para a construção da necessária ponte.

Melhorar a qualidade do ensino público é urgente. Se isso não for feito a curto e médio prazo, assistiremos a deterioração implacável das universidades junto com o crescimento da legião de miseráveis e subempregados em nosso país, apesar dos esforços em melhorar a distribuição de renda.

Pensemos nisso.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Humanização do educar

Entre as reflexões que devemos fazer sobre o ato de educar, que alguns insistem em entender apenas como ato de ensinar, está a questão da humanização. Não apenas a humanização do ensino, ou mesmo da filosofia do educar, mas a humanização do educador, que, infelizmente, é visto pela maioria como um profissional do ensino, e não como mestre, um mero professor de conteúdos disciplinares, e não um orientador do crescimento moral da criança e do jovem.

Muito bem vislumbrou essa questão o educador Paulo Freire:

“A ação de um educador humanista, revolucionário, identificando-se, desde logo, com a dos educandos, deve orientar-se no sentido da humanização de ambos. Do pensar autêntico e não no sentido da doação, da entrega do saber. Sua ação deve estar infundida da profunda crença nos homens. Crença no seu poder criador. Isso tudo exige dele que seja um companheiro dos educandos, em suas relações com estes”.

Humanizar revela o acreditar. Sem a crença no homem, no seu potencial e na sua transformação, não é possível estabelecer o processo de humanização. Se o educador entra na sala de aula rotulando os educandos: quem vai aprender, quem não vai aprender; quem é inteligente, quem não é inteligente; quem merece elogios, quem não merece; quem deve receber boa nota, quem não deve e assim por diante, ele estará demonstrando sua frieza e indiferença, e quem é frio e indiferente, mecânico e repetitivo, não pode humanizar, pois não conseguirá dar o que não tem.

O primeiro ato da humanização é trabalhar a própria sensibilização do ser. Sentir a si mesmo é pré requisito para sentir o outro. O segundo ato é acreditar em si mesmo. Quem acredita em seu potencial adquire condições de acreditar no potencial do outro.

Tem razão Paulo Freire quando fala que a educação não é um ato de entrega do saber. Esse ato é historicamente repetido, fazendo da escola um ambiente gelado, não criativo, indiferente ao que é e quer o educando. Assim, entendemos que educação é estimular, é fazer pensar, é dar espaço para a criatividade. é desenvolver o senso moral, é fazer crescer a criticidade, é humanizar, tornar sensível para a solidariedade.

O ato de educar verdadeiro existe quando educador e educando interagem, são companheiros de viagem, olham nos olhos e eles brilham.

Quando educador e educando gostam de repartir o saber, pensar sobre o saber e agir com esse saber, temos a educação e, automaticamente, a humanização do educar.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ensinar a ser humano

Vamos ver se você consegue saber quem disse esta frase:

“Considerando-se que a educação é para todos, estamos funcionando bem no que se refere à alfabetização e matemática. Nisso somos bastante bons. Mas fracassamos tristemente quando se trata de ensinar aos indivíduos a serem seres humanos”.

Bem, pode ser qualquer educador brasileiro ou estrangeiro, não é mesmo? Na verdade ele não é brasileiro. Quem falou isso foi o professor norte-americano Leo Buscaglia, que a maioria das pessoas aqui no Brasil conhece apenas como autor de livros de autoajuda, o que não corresponde à verdade, pois ele sempre considerou seus livros como pedagógicos, e de fato são.

A indústria editorial transformou Buscaglia em bestseller e, porque ele falava do Amor, logo carimbou seus escritos como autoajuda, para tristeza desse grande educador, que durante muitos anos coordenou o curso "Amor" na Universidade da Carolina do Sul e fez centenas de palestras e workshops sobre educação.

Concordo com Leo Buscaglia: até estamos bem em alfabetização e matemática, pelo menos temos demonstrado aqui no Brasil interesse e empenho nessas duas áreas, mas quanto a ensinar aos indivíduos a serem seres humanos, somos um fracasso.

Eis nossa realidade escolar que não permite dúvida quanto ao tema: escolas desvalorizadas, alunos desmotivados, prática generalizada do bullyng, gravidez precoce na adolescência, agressões contra professores, drogas e violência, tudo isso envolvendo a juventude, que anda longe da cidadania e da ética, ou seja, está muito distante de realmente ter a postura de um ser humano. E falo de um ser humano sensível, consciente, responsável, solidário.

Entupimos nossos jovens de matemática, geografia, língua portuguesa, história, informática, biologia, esportes, sociologia, física, filosofia etc, e não reservamos um tempinho sequer para ensinar amor, cidadania, ética, responsabilidade, participação, autocontrole, solidariedade, respeito. Valores humanos e virtudes estão apenas nos discursos de especialistas em educação, pois a prática escolar só reserva espaço para preparar para vestibular e mercado de trabalho.

Estamos em crise social porque alimentamos geração a geração a crise moral.

O que esperar de jovens que só sabem viver o dia de hoje? Que só sabem consumir? Que só sabem procurar o prazer imediato? Que só olham para si mesmos?

Enquanto não ensinarmos os indivíduos a serem seres humanos, será utopia sonhar com a paz, a honestidade e tudo o mais que sempre desejamos para vivermos dias melhores.

Para dar esse ensino de que nos fala Leo Buscaglia, precisamos aplicar, primeiro em nós e depois aos outros, três passos educacionais importantíssimos: sensibilizarmo-nos, despertarmos e conscientizarmo-nos para nossa realidade humana, reconhecendo que não somos apenas cognitivo, mas também emocional.

Buscaglia dizia que somente ele era suficientemente louco para dar aula de Amor numa universidade. Será que somente eu sou suficientemente louco para dizer que precisamos humanizar a educação e fazer com que o homem aprenda a ser gente?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ensinar é seduzir

Diz-nos o educador-poeta Rubem Alves, ao colocar no papel suas íntimas reflexões sobre o ato de educar:

“Antes de mais nada é preciso seduzir. Eu posso iniciar uma aula mostrando uma casca vazia de caramujo. Normalmente ninguém presta atenção nela, mas é um assombro de engenharia. Minha função é fazer com que os alunos notem isso”.

Seduzir é o verbo que aproxima professor e aluno. Faz com que o ensino tenha sentido e prazer. Sai da formatação fria de um currículo e aulas planejadas dentro de um mesmo rito, e deixa o pensamento sonhar, criar, perguntar, criticar.

Conheci uma professora de escola pública que adorava origami. Passava horas fazendo e ensinando dobradura em papel. E como gostava de trabalhar essa arte com os alunos! Uma delícia! Então resolveu elaborar uma fazenda completa num canto do pátio, como atividade de um projeto sobre meio ambiente. Foi considerada louca pelas colegas professoras. Insistiu, envolveu os alunos, e uma turma inteira se mobilizou para fazer a fazenda de papel e dar-lhe vida. Seus olhos derramavam lágrimas de alegria ao contar a fantástica experiência de seduzir os alunos para algo considerado quase impossível com crianças de 7/8 anos.

Você, professor(a), já pensou em dar uma aula a partir de uma casca vazia de caramujo? Ou de um copo plástico descartável? Ou de uma notícia de rodapé de um jornal? Ou de uma conversa aparentemente fútil de dois alunos de sua sala de aula? Por que não? Experimente seduzir seus alunos para as coisas da vida. Permita-se sonhar em sala de aula, os resultados são fantásticos!

Tive um professor de literatura no ensino médio que entrou na sala empunhando uma vitrola e alguns discos. Não tínhamos CD e outras tecnologias modernas. Ligou o aparelho, colocou um disco de música popular brasileira e deixou-nos ouvindo. Aquilo nos assustou e não apreendemos o que ele queria. Em seguida, ao término da música, disse-nos que já estávamos aprendendo literatura, pois, no caso, a música era cantada, tinha letra, e letra é poesia. E seguimos o curso entre canções, ritmos e ... livros. Como aquelas aulas eram gostosas! E como aprendi e gostei de literatura!

E aquele outro professor, já no ensino superior, que gastou quinze minutos da aula fazendo guerra de aviãozinho e bola de papel conosco, uma turma de quase cem alunos, para em seguida levantar a bandeira da paz e iniciar uma aula de matemática como nunca tinha visto, demonstrando matematicamente que era impossível que ele ganhasse aquela batalha? Nós o elegemos melhor professor do período, e tornou-se amigo e confidente. Ele me seduziu para a matemática, que não era do que mais gostava.

Para bem ensinar é preciso seduzir.

E você, que ensina, está seduzido pela arte da educação?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Se as Escolas Dessem Aula de Amor

Em uma de suas visitas ao Brasil, o conhecido médico norte-americano Patch Adams - imortalizado no cinema com o filme "O Amor é Contagioso" - deu a seguinte declaração:

“O amor é a coisa mais importante do mundo, certo? Mas não há uma escola no mundo, da pré-escola ao segundo grau, que dedique uma única hora de aula ao amor. Mas todas ensinam a cada semana cinco horas de matemática, cinco de história e cinco de línguas. Nada disso é mais importante do que o amor. Imagine como o mundo seria se as crianças recebessem semanalmente cinco horas de aulas de amor por 13 anos!”.

Seria maravilhoso!

E se as escolas, pelo menos nos últimos trinta anos, tivessem dedicado cinco horas semanais para ensinar amor, já teríamos duas gerações de pessoas vivendo em bases mais éticas e humanizadas.

Essa fala de Patch Adamns motivou-nos a colocar o Amor como tema do último Encontro sobre Educação realizado pelo Instituto Brasileiro de Educação Moral, em parceria com a Papelaria Itatiaia, no dia 08 de agosto, na cidade de Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro.

E desfilaram no evento educadores do porte de Leo Buscaglia, Paulo Freire, Rubem Alves, Pestalozzi, entre outros, todos com um ponto em comum: consideram que o amor é a base da educação.

E pudemos analisar com professoras e professores vindos dos municípios da Baixada Fluminense, e também da cidade do Rio de Janeiro, não apenas o que é o amor na educação, mas como inseri-lo no processo ensino-aprendizagem, analisando tudo de bom que o amor pode dar ao crescimento cognitivo e emocional do ser humano.

E não faltaram diálogos e vivências. E quem não falou, marcou sua presença com um brilho especial no olhar, o brilho da maravilhosa, fantástica descoberta do amor, que todos podemos amar, que a educação é mil vezes melhor quando permeada por esse sentimento.

Então ficamos com aquela sensação saborosa de que se todas as escolas dessem aula de amor, tudo seria diferente.

Eu acredito que seria diferente ... muito diferente.

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...