Ensinar é seduzir
Diz-nos o educador-poeta Rubem Alves, ao colocar no papel suas íntimas reflexões sobre o ato de educar:
“Antes de mais nada é preciso seduzir. Eu posso iniciar uma aula mostrando uma casca vazia de caramujo. Normalmente ninguém presta atenção nela, mas é um assombro de engenharia. Minha função é fazer com que os alunos notem isso”.
Seduzir é o verbo que aproxima professor e aluno. Faz com que o ensino tenha sentido e prazer. Sai da formatação fria de um currículo e aulas planejadas dentro de um mesmo rito, e deixa o pensamento sonhar, criar, perguntar, criticar.
Conheci uma professora de escola pública que adorava origami. Passava horas fazendo e ensinando dobradura em papel. E como gostava de trabalhar essa arte com os alunos! Uma delícia! Então resolveu elaborar uma fazenda completa num canto do pátio, como atividade de um projeto sobre meio ambiente. Foi considerada louca pelas colegas professoras. Insistiu, envolveu os alunos, e uma turma inteira se mobilizou para fazer a fazenda de papel e dar-lhe vida. Seus olhos derramavam lágrimas de alegria ao contar a fantástica experiência de seduzir os alunos para algo considerado quase impossível com crianças de 7/8 anos.
Você, professor(a), já pensou em dar uma aula a partir de uma casca vazia de caramujo? Ou de um copo plástico descartável? Ou de uma notícia de rodapé de um jornal? Ou de uma conversa aparentemente fútil de dois alunos de sua sala de aula? Por que não? Experimente seduzir seus alunos para as coisas da vida. Permita-se sonhar em sala de aula, os resultados são fantásticos!
Tive um professor de literatura no ensino médio que entrou na sala empunhando uma vitrola e alguns discos. Não tínhamos CD e outras tecnologias modernas. Ligou o aparelho, colocou um disco de música popular brasileira e deixou-nos ouvindo. Aquilo nos assustou e não apreendemos o que ele queria. Em seguida, ao término da música, disse-nos que já estávamos aprendendo literatura, pois, no caso, a música era cantada, tinha letra, e letra é poesia. E seguimos o curso entre canções, ritmos e ... livros. Como aquelas aulas eram gostosas! E como aprendi e gostei de literatura!
E aquele outro professor, já no ensino superior, que gastou quinze minutos da aula fazendo guerra de aviãozinho e bola de papel conosco, uma turma de quase cem alunos, para em seguida levantar a bandeira da paz e iniciar uma aula de matemática como nunca tinha visto, demonstrando matematicamente que era impossível que ele ganhasse aquela batalha? Nós o elegemos melhor professor do período, e tornou-se amigo e confidente. Ele me seduziu para a matemática, que não era do que mais gostava.
Para bem ensinar é preciso seduzir.
E você, que ensina, está seduzido pela arte da educação?
“Antes de mais nada é preciso seduzir. Eu posso iniciar uma aula mostrando uma casca vazia de caramujo. Normalmente ninguém presta atenção nela, mas é um assombro de engenharia. Minha função é fazer com que os alunos notem isso”.
Seduzir é o verbo que aproxima professor e aluno. Faz com que o ensino tenha sentido e prazer. Sai da formatação fria de um currículo e aulas planejadas dentro de um mesmo rito, e deixa o pensamento sonhar, criar, perguntar, criticar.
Conheci uma professora de escola pública que adorava origami. Passava horas fazendo e ensinando dobradura em papel. E como gostava de trabalhar essa arte com os alunos! Uma delícia! Então resolveu elaborar uma fazenda completa num canto do pátio, como atividade de um projeto sobre meio ambiente. Foi considerada louca pelas colegas professoras. Insistiu, envolveu os alunos, e uma turma inteira se mobilizou para fazer a fazenda de papel e dar-lhe vida. Seus olhos derramavam lágrimas de alegria ao contar a fantástica experiência de seduzir os alunos para algo considerado quase impossível com crianças de 7/8 anos.
Você, professor(a), já pensou em dar uma aula a partir de uma casca vazia de caramujo? Ou de um copo plástico descartável? Ou de uma notícia de rodapé de um jornal? Ou de uma conversa aparentemente fútil de dois alunos de sua sala de aula? Por que não? Experimente seduzir seus alunos para as coisas da vida. Permita-se sonhar em sala de aula, os resultados são fantásticos!
Tive um professor de literatura no ensino médio que entrou na sala empunhando uma vitrola e alguns discos. Não tínhamos CD e outras tecnologias modernas. Ligou o aparelho, colocou um disco de música popular brasileira e deixou-nos ouvindo. Aquilo nos assustou e não apreendemos o que ele queria. Em seguida, ao término da música, disse-nos que já estávamos aprendendo literatura, pois, no caso, a música era cantada, tinha letra, e letra é poesia. E seguimos o curso entre canções, ritmos e ... livros. Como aquelas aulas eram gostosas! E como aprendi e gostei de literatura!
E aquele outro professor, já no ensino superior, que gastou quinze minutos da aula fazendo guerra de aviãozinho e bola de papel conosco, uma turma de quase cem alunos, para em seguida levantar a bandeira da paz e iniciar uma aula de matemática como nunca tinha visto, demonstrando matematicamente que era impossível que ele ganhasse aquela batalha? Nós o elegemos melhor professor do período, e tornou-se amigo e confidente. Ele me seduziu para a matemática, que não era do que mais gostava.
Para bem ensinar é preciso seduzir.
E você, que ensina, está seduzido pela arte da educação?
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