Menor que o Salário Mínimo
Recentemente os professores tiveram um ganho há muito reivindicado: a criação do Piso Nacional de Salário, hoje de R$ 950,00. Contudo, mais da metade dos estados e municípios brasileiros não obedece a lei federal, e mais de 50% dos professores ganha menos de R$ 720,00, com agravante na região Nordeste, onde metade do professorado recebe salário menor que R$ 450,00. Essas e outras revelações estão no estudo "Professores do Brasil: Impasses e Desafios", publicado pela Unesco.
Como 79% dos professores são do poder público, a solução implica em maior volume orçamentário, melhor articulação política entre as esferas governamentais (federal, estadual, municipal), continuidade da política nacional de salários e mobilização da categoria para garantir seus direitos e conseguir também uma plano decente de carreira.
O estudo da Unesco também toca em outra grave questão: os cursos de licenciatura não ensinam a ensinar. Há professores que não aprendem na faculdade a alfabetizar uma criança. Nos cursos de pedagogia o máximo encontrado em prática de ensino é da ordem de 10% do currículo, muito pouco para quem está sendo formado para trabalhar em sala de aula.
Não podemos dizer que as conclusões do estudo sejam novidade. Pelo contrário, há décadas fala-se das péssimas condições de trabalho dos professores da educação básica (ensino infantil, fundamental e médio): baixos salários; escolas desaparelhadas; falta de plano de carreira; má formação pedagógica. Tudo o que o estudo da Unesco revela é denunciado pela mídia e pelos próprios professores há muito tempo.
E podemos adicionar mais um agravante: o magistério desvalorizado está desumanizando o ensino. E mais: perdeu-se o verdadeiro sentido da educação, substituída pelo ensinar conteúdos e preparar para concursos e vestibulares. Isso é instrução, que faz parte da educação, mas não é a educação.
É fato que estados e municípios possuem autonomia, mas responder positivamente aos esforços do governo federal em melhorar as condições do magistério, é política que fomenta no presente um futuro bem melhor. A verdade é que um remanejamento orçamentário, colocando a educação como prioridade, faria com que a maioria dos professores já estivesse recebendo o piso nacional.
Basta uma pesquisa na Internet, nos sites oficias das prefeituras, para verificar que muitas sequer possuem uma Secretaria de Educação, ou, quando ela existe, é facilmente nublada pelos setores de obras, transportes, imposto territorial, que dominam as notícias e chamadas oficiais.
Enquanto o professor for considerado o último dos seres humanos, e a educação relegada a segundo plano, continuaremos a ter inúmeros problemas sociais, que jamais serão solucionados com segurança pública, postos de saúde, avenidas, estradas, água e esgoto. Tudo isso é importante, mas colocados nas mãos de pessoas sem o mínimo de educação, ou mal educadas, terão efeito efêmero, constituindo-se em mais problemas em futuro próximo.
Educar ou educar, não há outra alternativa. Para isso, entre outros fatores, pagar bem o professor e ter uma boa escola, fazem parte dos esforços urgentes de termos a sonhada educação de qualidade.
Pensemos nisso.
Como 79% dos professores são do poder público, a solução implica em maior volume orçamentário, melhor articulação política entre as esferas governamentais (federal, estadual, municipal), continuidade da política nacional de salários e mobilização da categoria para garantir seus direitos e conseguir também uma plano decente de carreira.
O estudo da Unesco também toca em outra grave questão: os cursos de licenciatura não ensinam a ensinar. Há professores que não aprendem na faculdade a alfabetizar uma criança. Nos cursos de pedagogia o máximo encontrado em prática de ensino é da ordem de 10% do currículo, muito pouco para quem está sendo formado para trabalhar em sala de aula.
Não podemos dizer que as conclusões do estudo sejam novidade. Pelo contrário, há décadas fala-se das péssimas condições de trabalho dos professores da educação básica (ensino infantil, fundamental e médio): baixos salários; escolas desaparelhadas; falta de plano de carreira; má formação pedagógica. Tudo o que o estudo da Unesco revela é denunciado pela mídia e pelos próprios professores há muito tempo.
E podemos adicionar mais um agravante: o magistério desvalorizado está desumanizando o ensino. E mais: perdeu-se o verdadeiro sentido da educação, substituída pelo ensinar conteúdos e preparar para concursos e vestibulares. Isso é instrução, que faz parte da educação, mas não é a educação.
É fato que estados e municípios possuem autonomia, mas responder positivamente aos esforços do governo federal em melhorar as condições do magistério, é política que fomenta no presente um futuro bem melhor. A verdade é que um remanejamento orçamentário, colocando a educação como prioridade, faria com que a maioria dos professores já estivesse recebendo o piso nacional.
Basta uma pesquisa na Internet, nos sites oficias das prefeituras, para verificar que muitas sequer possuem uma Secretaria de Educação, ou, quando ela existe, é facilmente nublada pelos setores de obras, transportes, imposto territorial, que dominam as notícias e chamadas oficiais.
Enquanto o professor for considerado o último dos seres humanos, e a educação relegada a segundo plano, continuaremos a ter inúmeros problemas sociais, que jamais serão solucionados com segurança pública, postos de saúde, avenidas, estradas, água e esgoto. Tudo isso é importante, mas colocados nas mãos de pessoas sem o mínimo de educação, ou mal educadas, terão efeito efêmero, constituindo-se em mais problemas em futuro próximo.
Educar ou educar, não há outra alternativa. Para isso, entre outros fatores, pagar bem o professor e ter uma boa escola, fazem parte dos esforços urgentes de termos a sonhada educação de qualidade.
Pensemos nisso.
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