quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Entre o bem e o mal

Fala-se em crise econômica, crise social, crise política, crise de valores e tantas outras crises, e, diante desse quadro, as projeções futuras se tornam nebulosas e contraditórias. Esquecemos que, na verdade, estamos vivendo um momento em que o bem e as virtudes estão tomando conta da vida, e aqueles que durante muito tempo se mantiveram no mal, estão tendo de prestar contas.

Não existe acaso. Uma nova geração de juízes, promotores, desembargadores e humanistas se apresenta para combater com veemência o egoísmo, o orgulho, a prepotência, a hipocrisia, a corrupção, num descortino histórico, pois não há mais como continuarmos a viver através de interesses pessoais e de pequenos grupos, em prejuízo da coletividade humana e do próprio planeta. Se temos leis consideradas muito boas, elas devem ser colocadas em prática, e aqueles que infringem essas leis devem ser punidos.

Devemos apoiar decididamente todas as ações que visam combater o desvio de verba pública, o enriquecimento ilícito, a corrupção de todos os níveis, para que uma sociedade melhor surja desse esforço, que não é realizado sem pedras pelo caminho, pois o mal procura reagir de todas as formas possíveis para camuflar a verdade e manter as regalias que sempre usufruiu, em detrimento do bem estar do povo.

Não nos iludamos com as promessas do socialismo materialista representado por diversos partidos políticos, e por ícones de nossa estrutura social. Quando falta espiritualidade nos discursos e, principalmente, nas bases ideológicas, os resultados, como já assistimos, trarão imensas desilusões. Estejamos atentos e utilizemos o bom senso, não permitindo a repetição de cenários que já trouxeram muita dor, sofrimento e arrependimento.

É tempo de semear o bem, de procurar o que é justo, de trabalhar honestamente e de implantar a solidariedade, a cooperação e a fraternidade. Os direitos são iguais e uma nova ordem social está nascendo, para trazer paz de espírito, extinguir a miséria e promover equilíbrio social.

Não fiquemos escandalizados com as reações hipócritas, com as manobras sorrateiras, com a falsidade dos discursos de autoridades públicas, de legisladores e empreendedores, pois eles estão navegando em águas equivocadas, e, mais tempo ou menos tempo, acabarão por naufragar em seus atos impensados.

Façamos nossa parte apoiando as investigações promovidas pela Justiça Federal e pelo Ministério Público e, igualmente, trabalhando pelo bem, pois se aqueles que muito têm devem ser responsabilizados pelos desvios que cometem, nós também devemos ser honestos no pouco, pois com a mesma medida que julgarmos o outro, seremos julgados.

Vale lembrar um ensino trazido há mais de dois mil anos: a cada um será dado segundo suas obras.

Acreditemos em dias melhores, que a tempestade vai se transformar em bonança, e que o futuro será bem melhor que o presente.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O professor e sua conduta

No dia-a-dia da escola, diante dos desafios da vida que invadem a sala de aula, principalmente com relação aos temas como sexualidade, luto, morte, separação, drogas, violência doméstica é possível detectar cinco posturas comuns ao professor:
Tentar ignorar os problemas 
A tendência do professor é ignorar o assunto em sala de aula, ou aplicar um bom sermão para calar qualquer tentativa de abordagem do mesmo, como se isso resolvesse os dramas e indagações dos alunos.
Dizer que não foi preparado para lidar com isso
Embora reconheça a importância das questões apresentadas pelos alunos, declara não ter conhecimento nem preparo pedagógico específico para tratar do tema, e muitas vezes empurra a questão para a coordenação ou a direção da escola.
Fingir que está diante do quadro apenas para passar os conteúdos
Postura comum de grande parte dos professores, entrando e saindo da sala de aula com um planejamento fechado, como se dar aula fosse sinônimo de escrever e apagar, ditar lições e corrigir exercícios, muitas vezes fazendo com que os alunos "gastem" o tempo da aula apenas copiando matéria.
Alegar que não ganha para encarar essas questões
Comum mas irresponsável essa atitude. Nenhum profissional pode se eximir de dar tudo de si no trabalho que exerce, e o professor não é diferente, mesmo porque a formação intelectual e moral do futuro cidadão está em suas mãos. Como todo mundo sabe que o salário de professor é baixo, e nem por isso deixa de procurar a profissão, o argumento, por isso mesmo, também não é válido.
Repetir, ano a ano, as mesmas provas, testes, trabalhos, textos, exercícios
Por comodidade e facilidade o tempo passa e o trabalho se repete, de tal forma que alunos de séries mais adiantadas explicam para aqueles das séries iniciais tudo o que o professor vai fazer e dar em sala de aula. Essa atitude do professor é porta aberta para a desatualização pedagógica e seu desligamento da realidade da vida.

O que fazer para mudar essas atitudes comuns do professorado? Propomos seja trabalhado em grupos de estudo e cursos de capacitação os Princípios de Conduta do Educador, que são os seguintes:
Afeto
Desenvolver o sentimento de simpatia e afeição dos educandos.
Ajuda
Satisfazer todas as necessidades de cada dia dos educandos.
Amor
Imprimir nos corações dos educandos esse sentimento através do incessante contato.
Bondade
Utilizar de calma e paciência na solução dos problemas.
Estímulo
Desenvolver nos educandos as habilidades e raciocínios que os capacitem a fazer uso eficiente e constante deles em todas as relações e circunstâncias.
Natureza
Estudar as questões do bem e do mal, fazendo com que os educandos se posicionem e se preparem com fatos reais como base para suas concepções de estética e arte, justiça e vida moral.
Convicção
Crer no que faz, acreditar no processo da educação moral e comunicar isso ao educando através do entusiasmo e da perseverança.

Esses sete princípios exigem uma mudança de postura do professor, passando de transmissor de conhecimentos para construtor de consciências.
 
Ignorar os temas da vida ou passar ao largo dos mesmos, implica em criar vazios no processo de educação, que fatalmente farão falta para o pleno desenvolvimento intelectual e moral do educando.
 
É urgente o trabalho de estímulo ao pensar, ou seja, fazer com que o educando pense sobre si mesmo, a vida e a construção da sociedade, para que possa identificar-se plenamente consigo mesmo, com o próximo e com a natureza.
 
Propomos, portanto, um trabalho pedagógico amplo, total e feito com amor e não mero profissionalismo, e nem mesmo com discursos retirados de estudos e leituras de livros, mas sim pela prática transformadora de criar uma escola participativa e um ensino desafiador.

Como fazer
Para a realização plena desse trabalho, a escola precisa ter como parâmetro um projeto pedagógico bem desenvolvido, como aqui apresentamos, onde estejam abolidos os sermões, as pressões, os regulamentos impostos pela direção, os exercícios prontos e estejam implantados: 

1 - A conquista e melhora dos sentimentos dos educandos; 
2 - O despertamento nos educandos das nobres e puras qualidades morais; e 
3 - O desenvolvimento dessas qualidades nas ações externas, através da atividade e da obediência consciente."

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Contra o ódio, somente o amor

O antídoto contra o ódio é o amor, e o amor deve ser aplicado na educação, propiciando o desenvolvimento de pessoas de bom caráter, de paz, de fraternidade, solidárias, e isso deve ser feito tanto na família quanto na escola. 

Infelizmente vemos muita preocupação com segurança pública, com fatores econômicos e tantas outras coisas, e pouca preocupação com a educação, que vive confundida com instrução, com acúmulo de conhecimentos, sem a devida formação do caráter dos indivíduos. É então que assistimos contristados o ódio protagonizar cenas dantescas de ataques terroristas, de crimes os mais diversos, onde a vida humana perde seu significado e seu valor. 

Se tivessemos optado pela educação com amor, pela educação formadora do caráter, pela educação humanizada, pela educação que desenvolve virtudes, se tivessemos feito essa opção tempos atrás, provavelmente o fanatismo religioso, o radicalismo das ideias, a agressividade gratuita não fariam mais parte do cenário social da humanidade. 

Disse-nos o Mestre Jesus que devemos amar o próximo como nos amamos, e Ele não condicionou esse amor a nenhum fator que não fosse o próprio amor, pois é nesse sublime sentimento que devemos encontrar a concordância, o respeito, exercendo o diálogo construtivo, o que nos levará, com o tempo, a combater com eficácia o egoísmo, o orgulho, a indiferença, a prepotência, a hipocrisia e outros vícios morais que ainda nos desonram. 

Eduquemos com amor as novas gerações, para que elas substituam o fanatismo e o ódio, de toda ordem, pelo entendimento e pela paz. 

Que nossas orações envolvam todas as vítimas da violência, e que nossa solidariedade ampare todos os que ficaram com a alma dilacerada pela dor.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

A educação e o gosto pela leitura

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, com dados de 2012, mostra que os brasileiros lêem em média 0,82 livro inteiro por trimestre, ou seja, em um ano, nada mais do que três livros. Já a Federação do Comércio do Rio de Janeiro, em outra pesquisa, constatou que sete em cada dez pessoas não leram um livro sequer no ano de 2013. Você ficou preocupado? Pois saiba que ainda não é tudo.

O Indicador de Analfabetismo Funcional - Inaf, divulgado este ano, revela que apenas 8% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são alfabetizados proficientes. Explicando: somente essa minoria consegue opinar sobre o que lê, consegue debater sobre o posicionamento do autor do texto ou sobre o seu estilo literário. E agora, ficou impressionado? Se você faz parte dessa família, sinta-se um privilegiado.

Essas pesquisas atestam o que vivenciamos no cotidiano, quando reunimos pessoas, sejam alunos na escola, ou um grupo de adultos, para leitura de um livro, ou de um texto qualquer. É notória a dificuldade que elas têm com vírgulas, exclamações, interrogações e parágrafos, acrescido isso do desconhecimento sobre a pronúncia e o significado de palavras.

O problema está instalado nas famílias, onde o livro e a leitura não são prioridades para a maioria, e se estende para a escola, pois segundo o Censo Escolar de 2014, apenas 36% tem biblioteca e 21% possuem sala de leitura, e mesmo assim parte dessas escolas, digamos privilegiadas, nem sempre fazem um bom trabalho pedagógico de incentivo à leitura.

Quem não lê livro também não lê jornal, revista e nenhum outro texto mais complexo, mais longo, preferindo as pílulas do mundo digital, onde textos acima de 140 palavras são considerados exagerados por muitas redes sociais e mesmo por agências noticiosas. Vive-se num mundo de poucas palavras, num universo restrito da rica língua portuguesa.

Mas nem tudo está perdido. Trabalhos pedagógicos muito bem feitos estão dando excelentes resultadios e transformando essa realidade, como, por exemplo, as da EMEF Célia Regina Andery Braga, no bairro de Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, e também o trabalho realizado pela Secretaria de Educação de Ponta Grossa, a pouco mais de 100 Km de Curitiba, orientando os gestores das 120 unidades de ensino na implantação ou melhoria dos espaços de leitura. Você pode se inteirar dessas iniciativas no site da revista Nova Escola.

É certo que quando a escola trabalha a biblioteca, a contação de histórias, a leitura dramatizada, a troca de livros e outras atividades relacionadas, o universo escolar se modifica e os alunos, antes rebeldes ou indiferentes, se apaixonam pela leitura e levam essa paixão para os pais e a comunidade em que vivem. 

E talvez sonhem como sonha João Carlos de Almeida Lima, 8 anos, aluno do 3º ano do ensino fundamental, quanto ao seu futuro: "Ser quem escreve livros".

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Se o amor fosse ensinado

Viajando pelo mundo para divulgar sua sensacional ideia dos Doutores da Alegria e a humanização dos hospitais, o médico Patch Adams, que ficou famoso graças ao filme biográfico estrelado pelo ator Robin Williams, em entrevista fez uma declaração sobre a escola e a educação, nos seguintes termos: "Todo mundo fala que o amor é a base da educação, mas nunca encontrei uma escola que ensinasse o amor".

Refletindo sobre essa frase, deparamo-nos num ônibus com alunos da rede pública de ensino fundamental deslocando-se para a escola. Entraram numa grande algazarra, muitos pela porta de trás, sem passar pela roleta, ou seja, sem utilizar o cartão que todos deveriam possuir e utilizar; ficaram "zoando" os passageiros e pedestres; amontoaram-se na parte de trás, dificultando a saída dos passageiros; falavam alto, com palavrões e insinuações de duplo sentido, enfim, fizeram da viagem um verdadeiro inferno, testando a paciência dos que se deslocavam para seus compromissos. Estão na escola, possuem família, mas parece que não sabem respeitar o próximo e, portanto, não sabem amá-lo.

Se vamos falar com eles, mesmo que educadamente, com todo o respeito, somos recebidos com indiferença e indolência, isso quando não recebemos ameaças por estarmos incomodando-os, entrando no espaço deles. Arrogam-se o direito de fazer o que querem, afinal o espaço é público. Não estão nem aí com os outros, pois importam-se apenas consigo mesmos. Em tudo assistimos o individualismo exacerbado, o egoísmo predominando. Elegem direitos, mas não cumprem com os deveres de civilidade. Arrogam liberdade, mas não assumem as responsabilidades da convivência social. Então, perguntamos, o que a educação está fazendo? Quem está falhando: a família ou a escola?

Os pais dirão que a falha está na escola da atualidade, pois essa escola, seja ela pública ou privada, não educa, apenas instrui, e muito mal. Os professores dirão que a falha está na família dos dias de hoje, que dá liberdade demais aos filhos, não dá bons exemplos e joga toda a responsabilidade da educação para a escola. Afinal, quem está com a razão?

Nossa experiência e os estudos feitos a respeito mostram que o problema está em duas questões: primeiro, que família e escola devem ser parceiras, pois a responsabilidade de educar pertence a ambas, não é mais possível ficarem cada uma de um lado e em plena guerra; segundo, que educação é muito mais que instrução, e vai muito, muito além, de trabalhar conteúdos curriculares e formar profissionais disso ou daquilo.

É por tudo isso que imaginamos o quanto seria bom se a escola e a família se preocupassem com as regras de ouro da educação, ou seja, com fazer com que a criança, desde cedo, aprendesse a fazer ao outro somente o que gostaria que o outro lhe fizesse, e aprendesse a se amar e amar ao próximo.

O doutor Patch Adams detectou isso no contexto da escola, que ampliamos igualmente para o contexto da família. Podemos imaginar como seria nossa sociedade se ensinássemos o amor às novas gerações?

Se o amor fosse ensinado, e não se trata apenas de teoria, como tudo seria diferente!!!

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Mudanças

Quando falamos em mudar alguma coisa em nós mesmos, ou apontamos para alguém a necessidade de realizar alguma mudança, estamos falando de vontade de alterar, de mudar, de transformar um hábito, e isso pode parecer não ser fácil, pois somos naturalmente resistentes a sair daquela zona de conforto que criamos, então utilizamos vários ditados populares para justificar a não mudança: "isso é muito difícil de fazer"; "é preciso ter muita força de vontade"; "já estou muito velho para pensar em mudar hábitos". Bem, a verdade é que é possível fazer mudanças nos próprios hábitos, e para isso o grande segredo é o querer, ou seja, querer mudar, querer ser uma nova pessoa, querer se educar.

Fazer diferente pode levar tempo, maior ou menor, mas é incontestável que toda e qualquer pessoa pode se transformar, pode começar uma nova vida a partir da hora em que toma essa resolução pela mudança de si própria.

É assim que novos e positivos hábitos, aos poucos, vão tomando o lugar dos velhos e nocivos hábitos. Então você para de fumar, não se embrutece mais com a bebida alcoólica, deixa de falar palavrões, passa a ser mais sociável, ganha mais organização na vida e assim por diante. Tudo porque em determinado momento você se disse: eu quero mudar, eu quero ser outra pessoa!

Lembra o escritor e consultor James C. Hunter: "Para mudar, basta que se esteja comprometido de forma absoluta. Isso significa ter a intenção de mudar e a disposição de aceitar os esforços necessários para alcançar o objetivo com ações concretas. É estar determinado a se comportar de uma maneira diferente muitas e muitas vezes, até que os novos hábitos estejam consolidados".

Eis as chaves: comprometimento e determinação.

A vontade de mudança tem que ser firme, sair do fundo da alma, pronta para enfrentar os obstáculos, para furar o bloqueio da zona de conforto. Sem isso vamos ficar no meio do caminho, e os velhos hábitos sairão vencedores.

E o que dizer quando almejamos mudanças nos grupos aos quais pertencemos? Mudanças de ordem social? Elas só podem acontecer se sairmos do discurso e formos para a ação com o nosso próprio exemplo. Como querer que os familiares larguem o cigarro se nós mesmos, durante o discurso, fumamos dois a três cigarros? Como incentivar os alcoólatras a procurar o apoio do AA, se não largamos o hábito de beber socialmente, se ainda mantemos nosso bar particular em casa?

Estamos, portanto, falando de auto-educação. Na verdade estamos falando de educação, pois como dizia Aristóteles, "os hábitos que formamos desde a infância não fazem pouca diferença - na verdade, fazem toda a diferença".

Não está na hora, de forma consciente, de começarmos a fazer mudanças em nossa personalidade e naqueles velhos e nocivos hábitos que tanto nos maltratam e nos dão dor de cabeça na convivência com os outros? Comecemos agora, pois adiar para amanhã é perder precioso tempo.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Procurando um sentido para viver

Assisti o filme Trem Noturno para Lisboa, produção de 2013 com o ator Jeremy Irons interpretando um professor suíço que abandona suas aulas em colégio tradicional e sua vida conservadora na cidade de Berna, para dar um mergulho na cidade de Lisboa atrás da história de um médico e escritor português que lutou na resistência contra a ditadura de Antonio Salazar. Claro que a história dos personagens e a reconstituição de época chamam a atenção, mas o mais importante é verificar que o professor, em contato com os escritos e os dramas nele contidos, vai se transformando e adquirindo um novo sentido para seu viver, ele que até então era ateísta, materialista e um tanto quanto desiludido com os seres humanos.

Assistir o filme é uma boa recomendação, mas meditar sobre seu conteúdo é o que mais recomendo, e se perguntar ao final: por que eu vivo? qual o sentido da minha existência? o que tenho feito para mudar o mundo?

E por se tratar de um professor, essas perguntas possuem maior profundidade, afinal ele lida com a formação de adolescentes e jovens, e até então nada mais fazia do que se restringir ao currículo, seguir o livro didático e dar notas através de provas. Acontece que professores e pais são os grandes educadores das almas iniciantes da romagem terrena. Ele, já em terras lisboetas, indaga-se do seu papel diante da sociedade, de sua vida chata, sem desafios, quando se vê diante de personagens que atuaram para mudar a história de um país, que se arriscaram em nome de um ideal.

O que estamos fazendo? Assistindo o tempo passar ou agindo para fazer o nosso tempo? O que nos move? Estamos fazendo perguntas e procurando respostas, ou aceitando passivamente o que nos dão?

Diante de um cenário nada tranquilo que estamos vivendo, tanto no Brasil quanto no Mundo, ficamos aparvalhados, olhando para a tela da televisão ou do computador, sem ação efetiva, ou, incomodados, nos predispomos a falar, solicitar, fazer alguma coisa?

Sair da passividade, deixar a inércia do "deixo a vida me levar", "vamos aguardar para ver como fica", não significa usar da violência, esquecer o código de ética que deve fazer com que respeitemos sempre os direitos dos outros. A ruptura com o comodismo não tem o significado de violentar as consciências ou agredir fisicamente, seja a outra pessoa ou o patrimônio público. Significa romper consigo mesmo e buscar novas atitudes, positivas, de colaborar para o bem coletivo.

Ressignificar a vida, eis a mensagem que o filme nos passou.

Quem sabe não está na hora de pegar um trem e fazer uma viagem ao profundo da alma para libertá-la das amarras do comodismo e do conformismo? O personagem professor iniciou essa viagem quando salvou uma jovem de cometer o suicídio numa ponte, mas será que necessitamos de uma cena tão dramática para iniciar nossa nova vida, nossa mudança existencial?

Pensemos nisso.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O futuro depende de nossas escolhas

O jornalista André Trigueiro publicou em seu perfil no Facebook reflexivo texto que nos permitimos reproduzir, pela atualidade e importância. Eis o que ele escreveu sob o título "A parte que nos cabe nesta crise":

O pensamento não é uma abstração. A energia mental tem força e direção, interfere na qualidade do ambiente e na sensação de bem ou mal estar das pessoas. O sentimento que embala um pensamento lhe afere maior ou menor poder de irradiação. Quanto mais intensa e sincera for uma emoção, maior o seu alcance.
Pensamento e sentimento são, portanto, forças da natureza que por invigilância - ou ignorância - malbaratamos todos os dias. Distraídos e dispersos, abrimos mão do comando mental e seguimos o fluxo. O resultado disso não é nada bom. O que se convencionou chamar de movimento de manada (essa correria irrefletida não se sabe muito bem pra onde) tem origem justamente nessa perda da autonomia, quando reproduzimos os pensamentos dos outros, nos espelhamos nos sentimentos dos outros, e a vida segue desprovida de sentido e verdade.
É possível filtrar pensamentos e emoções. Oxigenar a mente, serenar o coração. Investir tempo e energia na direção do equilíbrio, da serenidade, da lucidez. Isso requer alguma disciplina, mas é perfeitamente possível onde haja VONTADE!
Prece, meditação, leituras e músicas inspiradoras, boas companhias, bons papos, tudo isso entra no pacote. Engana-se quem acha que esses cuidados geram alienação, fuga ou afastamento da realidade. Na verdade, dá-se o contrário: uma mente serena percebe com maior clareza o que vai à volta, não se precipita em movimentos exasperados nem se atormenta com facilidade. Tão importante quanto o mecanismo "autolimpante" de um forno, o antivírus de um computador, ou o olhar atento de um jardineiro que remove com atenção e cuidado as ervas daninhas do jardim, precisamos cuidar todos os dias dessa dupla dinâmica que resume a nossa existência: a mente e o coração.
A crise lá fora não vai mudar por causa desse movimento solitário. Mas a sua resposta à crise será outra. Ter opinião sobre as coisas é ótimo, melhor ainda é manifestá-la sem prejudicar o seu fígado, sem se indispor com a pessoa amada, sem eleger como inimigo quem pensa diferente de você.
De uma forma ou de outra o mundo seguirá em frente. As crises se sucederão em diferentes ordens de grandeza, no plano pessoal ou coletivo.
A grande questão é: como você deseja passar por tudo isso?
Recolhido à prisão de Robben Island, onde cumpriu pena de trabalhos forçados por 27 anos, Nelson Mandela superou o pesadelo do cárcere repetindo como um mantra o seguinte trecho do poema "Invictus", do britânico William Ernest Henley:
Não importa o quão estreito seja o portão e quão repleta de castigos seja a sentença, eu sou o dono do meu destino, eu sou o capitão da minha alma”
Mandela mobilizou preciosos recursos mentais e emocionais para superar o ódio e o desejo de vingança, resistir ao massacre do corpo físico e da esperança, para viver a glória de conduzir o processo que resultou na implosão do regime racista do apartheid na África do Sul.
Sejamos donos do nosso destino. Capitães da nossa alma.
Há um futuro auspicioso pela frente.
...............................................................................................
Façamos a nossa parte com serenidade, pensando sempre no bem coletivo e com visão de futuro, pois não há nada pior do que, amanhã, se arrepender de pensamentos e atos que feriram aqueles com os quais deveríamos viver em paz e solidariedade.
Que nosso futuro, não apenas individual, mas também coletivo, seja o melhor, sob as bênçãos de Deus.

segunda-feira, 28 de março de 2016

A paz do mundo começa em mim

O noticiário internacional nos dá conta de que mais atentados terroristas aconteceram, vitimando centenas de pessoas ao redor do mundo; guerras civis continuam a realizar destruição de vidas humanas e patrimônios físicos; tráfico de seres humanos para a escravização sexual ou o trabalho forçado continua manchando a sociedade; o narcotráfico mantém-se ativo, desafiando os direitos humanos. E muito mais notícias degradantes continuam a dizer claramente que nós, seres humanos, estamos muito longe de constituir uma verdadeira civilização. O que dizer dos escândalos de desvios de verbas públicas através da corrupção? E a manutenção de sistemas educacionais sucateados, politizados e engessados em práticas cerceadoras?

As questões relacionadas à violência, ao desrespeito dos códigos éticos de civilidade não se circunscrevem ao Brasil, são mundiais, em maior ou menor grau de nação a nação, mas infelizmente presentes em todos os escalões das sociedades constituídas, independente do modelo governamental ou da riqueza do país.

Por que tanto nos violentamos? Por que o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a prepotência, a hipocrisia e a indiferença predominam? E mais: será que a solução está no modelo político adotado? Ou a luz no fim do túnel está na política econômica? Por que as nações não conseguem se entender nem mesmo nos organismos mundiais criados para mediar conflitos e interesses?

O mundo passa por crises cíclicas de desenvolvimento e recessão, de hegemonias e quedas, e nada parece quebrar esse cenário para que possamos ter um mínimo de estabilidade política, econômica e social. O que sucede? Será que não aprendemos a aprender com a história?

Tais perguntas encontram um única resposta. É única, mas definitiva. É que até agora, no suceder dos séculos, dos acontecimentos, da renovação de gerações, insistimos em deixar em segundo plano, talvez mesmo em terceiro, a educação moral. Não é uma educação castradora, como alguns podem pensar, mas sim uma educação libertadora das consciências, uma educação voltada para trabalhar o desenvolvimento do caráter das crianças e jovens, o desenvolvimento do emocional, da empatia (saber colocar-se no lugar do outro), ou seja, tudo o que estamos precisando para o estabelecimento da paz no mundo, que só pode acontecer se tivermos paz na interação, na convivência com o outro.

Uma educação que mostre a importância e as boas consequências do respeito aos direitos do outro. Que promova projetos envolvendo educadores, educandos, familiares e comunidade para o bem coletivo, enfatizando que é melhor pensar no todo do que somente no particular.

Essa educação desenvolverá a paz, que deve começar em mim, para depois alastrar-se nas minhas relações de convivência, e atingir a comunidade em que vivo, o país a que pertenço, a humanidade que componho.

Somente assim os interesses individuais egoístas e os interesses de grupos hegemônicos cederão lugar à fraternidade, à solidariedade, à cooperação, à compreensão, à tolerância e à bondade.

E teremos paz.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Aprendendo a lidar com as emoções

Escolas de São Paulo - públicas e particulares -, estão realizando trabalho pedagógico de desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como cooperação, empatia, senso crítico e curiosidade. É o que nos dá conta reportagem publicada pelo  jornal O Estado de São Paulo. São citados o Colégio Santa Maria, da zona sul da capital paulista, o Colégio Pio XII, da zona oeste, o Colégio Eduque, da zona sul, assim como 17 escolas da rede estadual de ensino, essas em caráter experimental durante o ano de 2015, com continuidade neste ano.

Segundo os educadores e coordenadores pedagógicos ouvidos pela reportagem, essas escolas agora estão interessadas também em chegar ao final do ano e não terem apenas uma boa avaliação de seus alunos em matemática, português e outras disciplinas curriculares, querem que os alunos também saibam lidar com situações de conflito, com preconceitos, e tenham mais tolerância e calma nas relações familiares e com os outros de forma geral.

É uma ação pedagógica que merece apoio. Naturalmente exige da escola mudança no fazer pedagógico, com a consequente capacitação dos educadores, mas os resultados positivos até agora percebidos revelam que esse é um caminho promissor.

Muitos conflitos têm origem no fato das crianças e jovens não saberem lidar com equilíbrio com as emoções, suas e dos outros, daí gerando conflitos que explodem na conduta no lar, na escola e na sociedade. A escola possui papel determinante nessa área, não esquecendo que deve realizar o trabalho socioemocional em parceria com os pais e responsáveis. Se educadores e pais não se trabalharem igualmente na área emocional, pouco efeito resultará desses procedimentos pedagógicos. É preciso lembrar que o bom exemplo do educador é a chave.

Para quem quiser se aprofundar no assunto, o link da matéria é http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,escolas-ensinam-a-lidar-com-as-emocoes,10000021093.

Pouco a pouco uma nova realidade escolar surge no horizonte, para o bem da sociedade e melhor encaminhamento das nova gerações.

sábado, 19 de março de 2016

A melhor política é pelo bem de todos

No atual cenário mundial muitas são as correntes de pensamento político, mas todas elas, um pouco mais ou um pouco menos, podem ser classificadas como de esquerda, de direita ou de centro. Mesmo não se declarando, ou não pertencendo a um partido político, todos pensamos e agimos dentro desse viés, tanto que, vez ou outra, ou muito mais vezes do que percebemos, estamos discutindo o momento político de nosso país e de outras nações, posicionando-nos contra ou a favor, ou numa posição conciliatória. Seja como for, temos um pensar político, que não deve se confundir com programa partidário. Política é uma coisa, partido político é outra.

Nesse complexo contexto, qual seria o melhor regime político? Dois regimes principais, com suas variações, convivem no mundo: o socialismo e a democracia. Há defensores dos dois lados, e críticos também. É uma discussão até certo ponto estéril, pois ambos podem se transformar em ditaduras, militares ou civis, onde prevalece o interesse de uma minoria. E eis aqui o ponto nevrálgico da questão, pois o melhor regime político é aquele que tem por base o bem comum, o bem coletivo, promovendo o bem estar social e uma educação com base na ética, nas virtudes.

Tanto a democracia quanto o socialismo podem se perder quando não há cogitação de ordem superior nos ideais que as regem. Governantes e partidos políticos, mesmo que legitimamente empossados, podem se perder diante do poder, quando a corrupção, a malversação do erário público, o enriquecimento ilícito tomam conta. A história é farta em nos dar esses exemplos, e a causa está toda na falta de promoção da educação moral das novas gerações, que é deixada de lado, permitindo-se que a ignorância, o egoísmo, o orgulho, a prepotência, a hipocrisia, a indiferença e os interesses individuais e de grupos prevaleçam. Ora, se não nos preocupamos em formar para a solidariedade, para a honestidade, para o exercício ético da cidadania, como podemos nos queixar dos males que caracterizam a sociedade?

A melhor política é aquela que trabalha para o bem de todos, e não deste ou daquele grupo, desta ou daquela pessoa. Atingiremos esse patamar quando sairmos do terreno das coisas para o terreno do ser, pois então não haverá mais sentido a luta pelo poder.

Enquanto isso não acontece plenamente, façamos o exercício de nossa cidadania com equilíbrio, sem palavras de ordem, sem radicalismos, obedecendo os mecanismos legítimos previstos pela legislação vigente, mostrando pacificamente às autoridades públicas o que queremos, o que aceitamos, levando o regime político em vigor a colocar em prática mecanismos que visem o bem de todos.

Para encerrar essas considerações, lembremos que se a educação moral tivesse sido nossa opção na entrada do século vinte, não estaríamos vivendo hoje, no século vinte e um, tantas convulsões sociais. Infelizmente preferimos fomentar duas grandes guerras mundiais, entre outras opções que nada tiveram a ver com a paz, a solidariedade, a ética e o amor.

Façamos, agora, a opção pelo bem de todos, e o regime político predominante pouco terá importância, porque prevalecerá a ética acima de toda e qualquer outra consideração em relação ao próximo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Escola do Sentimento

O Instituto Brasileiro de Educação Moral – IBEM, está engajado no trabalho de fazer a diferença, mantendo o projeto da Escola do Sentimento, que pode ser aplicado em qualquer escola, numa visão transformadora da educação e do processo ensino-aprendizagem.
Nosso grande sonho é ver a Escola do Sentimento implantada, realizada, acontecendo por todos os cantos deste nosso Brasil. Para isso mantemos o Clube Amigos do IBEM, do qual toda pessoa física acima de 18 anos pode participar, fazendo sua inscrição e contribuindo mensalmente com o Instituto com o valor mínimo de R$ 15,00. Assim formamos um Fundo Mantenedor que tem por objetivo auxiliar a construção da Escola do Sentimento, ou o financiamento às escolas que queiram se transformar em Escola do Sentimento.
Se você não não puder ter o compromisso mensal, pode realizar uma contribuição avulsa, seja através de depósito bancário ou através do PagSeguro (veja em www.educacaomoral.org). E se não puder contribuir financeiramente, pode ser um divulgador de nossa campanha pela Escola do Sentimento junto a familiares e amigos.
A Escola do Sentimento tem como proposta realizar, de forma integrada, o desenvolvimento emocional e cognitivo de crianças e jovens, num processo educacional por projetos, onde os educandos trabalham em grupos de atividades e exploração do conhecimento.Conheça a Escola do Sentimento e colabore com o IBEM em www.educacaomoral.org.

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...