O futuro depende de nossas escolhas
O
jornalista André Trigueiro publicou em seu perfil no Facebook
reflexivo texto que nos permitimos reproduzir, pela atualidade e
importância. Eis o que ele escreveu sob o título "A parte que
nos cabe nesta crise":
O pensamento não é
uma abstração. A energia mental tem força e direção, interfere
na qualidade do ambiente e na sensação de bem ou mal estar das
pessoas. O sentimento que embala um pensamento lhe afere maior ou
menor poder de irradiação. Quanto mais intensa e sincera for uma
emoção, maior o seu alcance.
Pensamento e
sentimento são, portanto, forças da natureza que por invigilância
- ou ignorância - malbaratamos todos os dias. Distraídos e
dispersos, abrimos mão do comando mental e seguimos o fluxo. O
resultado disso não é nada bom. O que se convencionou chamar de
movimento de manada (essa correria irrefletida não se sabe muito bem
pra onde) tem origem justamente nessa perda da autonomia, quando
reproduzimos os pensamentos dos outros, nos espelhamos nos
sentimentos dos outros, e a vida segue desprovida de sentido e
verdade.
É possível filtrar
pensamentos e emoções. Oxigenar a mente, serenar o coração.
Investir tempo e energia na direção do equilíbrio, da serenidade,
da lucidez. Isso requer alguma disciplina, mas é perfeitamente
possível onde haja VONTADE!
Prece, meditação,
leituras e músicas inspiradoras, boas companhias, bons papos, tudo
isso entra no pacote. Engana-se quem acha que esses cuidados geram
alienação, fuga ou afastamento da realidade. Na verdade, dá-se o
contrário: uma mente serena percebe com maior clareza o que vai à
volta, não se precipita em movimentos exasperados nem se atormenta
com facilidade. Tão importante quanto o mecanismo "autolimpante"
de um forno, o antivírus de um computador, ou o olhar atento de um
jardineiro que remove com atenção e cuidado as ervas daninhas do
jardim, precisamos cuidar todos os dias dessa dupla dinâmica que
resume a nossa existência: a mente e o coração.
A crise lá fora não
vai mudar por causa desse movimento solitário. Mas a sua resposta à
crise será outra. Ter opinião sobre as coisas é ótimo, melhor
ainda é manifestá-la sem prejudicar o seu fígado, sem se indispor
com a pessoa amada, sem eleger como inimigo quem pensa diferente de
você.
De uma forma ou de
outra o mundo seguirá em frente. As crises se sucederão em
diferentes ordens de grandeza, no plano pessoal ou coletivo.
A grande questão é:
como você deseja passar por tudo isso?
Recolhido à prisão
de Robben Island, onde cumpriu pena de trabalhos forçados por 27
anos, Nelson Mandela superou o pesadelo do cárcere repetindo como um
mantra o seguinte trecho do poema "Invictus", do britânico
William Ernest Henley:
“Não
importa o quão estreito seja o portão e quão repleta de castigos
seja a sentença, eu sou o dono do meu destino, eu sou o capitão da
minha alma”
Mandela mobilizou
preciosos recursos mentais e emocionais para superar o ódio e o
desejo de vingança, resistir ao massacre do corpo físico e da
esperança, para viver a glória de conduzir o processo que resultou
na implosão do regime racista do apartheid na África do Sul.
Sejamos donos do
nosso destino. Capitães da nossa alma.
Há um futuro
auspicioso pela frente.
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Façamos a nossa
parte com serenidade, pensando sempre no bem coletivo e com visão de
futuro, pois não há nada pior do que, amanhã, se arrepender de
pensamentos e atos que feriram aqueles com os quais deveríamos viver
em paz e solidariedade.
Que nosso futuro,
não apenas individual, mas também coletivo, seja o melhor, sob as
bênçãos de Deus.
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