segunda-feira, 30 de julho de 2018

Professores da educação básica estão insatisfeitos com sua profissão

Apenas 21% dos professores da educação básica no Brasil afirmam estar totalmente satisfeitos com a atividade docente, enquanto um terço deles (33%) diz estar totalmente insatisfeito com a profissão.

É o que mostram os dados da pesquisa "Profissão Docente". O levantamento é uma iniciativa do Todos Pela Educação e do Itaú Social, com realização do Ibope Inteligência em parceria com a Conhecimento Social.

A pesquisa ouviu 2.160 professores da educação básica (desde a educação infantil até o ensino médio) de todo o Brasil, tanto da rede pública como da rede privada. A coleta foi realizada por telefone entre os dias 16 de março e 7 de maio deste ano. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

De acordo com o levantamento, 78% dos professores afirmam ter escolhido a carreira principalmente por aspectos ligados à afinidade com a profissão, como o prazer por ensinar ou transmitir conhecimento (34%) e a aptidão e talento para ser professor (13%).

Ao mesmo tempo, quase metade dos docentes (49%) não recomendaria a própria profissão para um jovem por considerá-la "desvalorizada".

A pesquisa aponta que a qualificação e a escuta dos professores são, para os docentes, as medidas mais eficazes a serem tomadas para que haja maior valorização da profissão pela sociedade. Eles apontam a necessidade da formação continuada (69%) e a escuta dos docentes para a formulação de políticas educacionais (67%). Em seguida, a restauração da autoridade e do respeito à figura do professor (64%) e o aumento salarial (62%).

O levantamento também aponta que os cursos de formação inicial não parecem ser suficientes para o exercício da profissão, na avaliação dos docentes.

Só 29% dos professores ouvidos concordam com a afirmação de que esses cursos os prepararam para os desafios do começo da docência. Por outro lado, 79% deles afirmam ter continuado os estudos depois da graduação, buscando, principalmente, uma especialização.

Segundo a pesquisa, os professores trabalham, em média, em uma a duas escolas: 63% dizem trabalhar em um colégio, enquanto 30% dizem trabalhar em dois.

Os resultados da pesquisa, como vemos, são preocupantes, e novos rumos devem ser dados a tão importante profissão. Esperamos que, a partir desse verdadeiro clamor dos professores, as autoridades públicas, principalmente, e os cursos de formação para o magistério, reajam positivamente com novas políticas e novos procedimentos para revalorizar o professor e a escola.

Apenas 21% dos professores da educação básica no Brasil afirmam estar totalmente satisfeitos com a atividade docente, enquanto um terço deles (33%) diz estar totalmente insatisfeito com a profissão. É o que mostram os dados da pe... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/listas/33-dos-professores-estao-insatisfeitos-com-a-profissao-mostra-pesquisa.htm?cmpid=copiaecola
Apenas 21% dos professores da educação básica no Brasil afirmam estar totalmente satisfeitos com a atividade docente, enquanto um terço deles (33%) diz estar totalmente insatisfeito com a profissão. É o que mostram os dados da pe... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/listas/33-dos-professores-estao-insatisfeitos-com-a-profissao-mostra-pesquisa.htm?cmpid=copiaecola

quarta-feira, 18 de julho de 2018

E o jeitinho brasileiro continua

Apesar de há anos estarmos assistindo o poder judiciário levar para trás das grades prisionais centenas de pessoas condenadas por corrupção, por improbidade administrativa, por desvios de recursos públicos e outras questões, num combate incessante pela moralidade, pela ética, continuamos a assistir o famoso jeitinho brasileiro acomodando as situações e encontrando subterfúgios para escapar da lei e da ordem.

Aproximando-se o período eleitoral, vemos a movimentação de jovens políticos, ou pelo menos candidatos a tal configuração, que estão se preparando para ludibriar o eleitor. Expliquemos: muitos são filhos ou sobrinhos de políticos famosos, que estão sob investigação, que respondem a processos e que protagonizam escândalos. Ou seja, estão com o nome sujo. O que fazem então esses jovens apadrinhados por esses políticos? Estão registrando na justiça eleitoral nomes que não têm ligação com a família, ou seja, estão encobrindo o nome de família, para não serem identificados com o padrinho político que está muito mal na opinião pública.

Precisamos nos precaver com o famoso jeitinho brasileiro. Infelizmente nossa legislação eleitoral permite essas manobras, essas brechas. Como nossa educação moral é de baixíssimo nível, muitos jovens estão com a mesma mentalidade dos velhos políticos, já estão contaminados com as falcatruas do sistema legislativo e também do sistema executivo brasileiro. É uma triste realidade.

É por esse motivo que lutamos pela educação moral no sistema de ensino brasileiro, aqui entendendo não somente a escola, mas também a família, as duas grandes instituições sociais de educação de nossa nação. Que adianta assistir o noticiário e discursar contra esses malfeitores do Brasil, proclamando que todos devem ir para a cadeia, se, ato contínuo, em favor de um ente querido ou de um amigo, burlamos as regras e damos um jeito para privilegiar este e aquele?

Fiquemos alertas, pois há uma luta nos bastidores pela manutenção das coisas do jeito que elas estão, mas não podemos nos conformar com isso, escolhendo nossos candidatos com bastante rigor, preferencialmente aqueles que se mostrem éticos, que não apenas pensam nos outros, como realizam para o coletivo, e que tenham em seus projetos e discursos a educação como prioridade.

Analfabetismo funcional no ensino superior

O Instituto Paulo Montenegro em parceria com a ONG Ação Educativa, publicou a pesquisa Indicador de Alfabetismo Funcional, onde aponta que apenas 22% dos brasileiros que chegaram à universidade têm plena condição de compreender e se expressar. Em bom entendimento, isso significa que  78% dos estudantes brasileiros do ensino superior podem ser classificados como analfabetos funcionais, ou seja, não sabem ler e interpretar corretamente um texto, além de não dominarem o raciocínio lógico-matemático mais complexo. Diante desses índices, a pergunta que devemos fazer é onde está a causa, ou onde estão as causas desse fenômeno que coloca a educação brasileira nos últimos lugares quando em comparação com outros países?

A leitura e a interpretação de textos e o raciocínio lógico-matemático são essenciais para a pessoa melhor se articular nas relações sociais, são fundamentais para a vida, mas tudo indica que lastimavelmente estamos desprezando na educação das novas gerações essas ferramentas tão importantes. E quando temos jovens e adultos que não conseguem ler, que não conseguem entender o que leem, que não coseguem fazer uma formulação matemática, isso quer dizer que estamos lançando na sociedade pessoas despreparadas, sem os requisitos necessários para alavancar o progresso social, cultural e tecnológico da sociedade brasileira.

Mas, voltemos à pergunta: onde a causa, ou causas, desse fracasso educacional? Fica claro que temos um problema na escolarização, pois o brasileiro que chega à universidade, que entra no ensino superior, passou antes pelo ensino médio, e anterior a esse, cursou o ensino fundamental, e ainda antes, esteve na educação infantil. Ora, se ele chega, adulto, no estado de analfabeto funcional, a escola não está cumprindo seu papel, pois é nela que ele se prepara para a vida adquirindo conhecimentos, saberes indispensáveis, e isso não está acontecendo.

A verdade é que os índices e estatísticas do ensino fundamental há muito vem sendo maquiados. A massa de estudantes analfabetos ou analfabetos funcionais no segundo segmento do ensino fundamental é enorme, mesmo assim eles são encaminhados para o ensino médio, que os empurra para o ensino superior, ou pelo menos uma parcela significativa desses estudantes mal preparados. Um amigo professor universitário me confessa: o primeiro semestre, ou primeiro período da faculdade, é perdido por conta dos professores terem que utilizá-lo para dispor os alunos com o mínimo de preparo para o curso, ou seja, tendo que gastar boa parte do tempo em aulas ligadas ao que os estudantes já deveriam ter aprendido no ensino médio.

No âmbito da família temos assistido um despreparo dos pais e responsáveis quanto à educação dos filhos, não acompanhando suas atividades escolares, aliás muitas vezes completamente divorciados da escola. E ainda permitindo que os filhos durmam em metade do dia, ou fiquem ligados nos games e redes sociais, ou ainda tomados por atividades esportivas e outras, quase nunca recebendo a supervisão e acompanhamento daqueles que são os principais responsáveis pela sua educação. E quando esses quadros são acompanhados por maus exemplos, a questão se agrava, com filhos que não querem saber de estudar, que tem horror a ler um livro, e que vivem copiando e colando o que encontram na internet, sem o mínimo de estudo e interpretação.

Agravando a deplorável situação da educação brasileira, temos o descaso e desinteresse das autoridades públicas e políticas do nosso país com essa área essencial, fundamental e que deveria ser prioritária. Mas o que assistimos é um desleixo com o ensino fundamental, e uma alarmante conivência com os sistemas de ensino privados, verdadeiras empresas que estão transformando o sistema de ensino brasileiro num negócio, num investimento comercial como qualquer outro.

Onde vamos parar com a continuidade dessa situação?

Em 1999 fui responsável pela criação do Instituto Brasileiro de Educação Moral, que tem por objetivo humanizar o ensino, transformar a escola, integrar no processo educacional os professores, os pais e responsáveis e os líderes comunitários. Para isso desenvolvemos o Projeto Escola do Sentimento, a Pedagogia da Sensibilidade e o Programa Vivendo Sempre em Paz. Estamos lutando pela renovação do Brasil através da educação, e, apesar desses índices ainda tão alarmantes, não perco a esperança de um amanhã muito melhor. Mas está claro que a sociedade brasileira precisa iniciar uma reação, colocando em sua agenda discussões e ações que façam com que a educação seja o melhor e maior investimento da vida de qualquer pessoa e de uma nação que realmente quer fazer a diferença;

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...