E o jeitinho brasileiro continua
Apesar de há anos estarmos assistindo o poder judiciário levar para trás das grades prisionais centenas de pessoas condenadas por corrupção, por improbidade administrativa, por desvios de recursos públicos e outras questões, num combate incessante pela moralidade, pela ética, continuamos a assistir o famoso jeitinho brasileiro acomodando as situações e encontrando subterfúgios para escapar da lei e da ordem.
Aproximando-se o período eleitoral, vemos a movimentação de jovens políticos, ou pelo menos candidatos a tal configuração, que estão se preparando para ludibriar o eleitor. Expliquemos: muitos são filhos ou sobrinhos de políticos famosos, que estão sob investigação, que respondem a processos e que protagonizam escândalos. Ou seja, estão com o nome sujo. O que fazem então esses jovens apadrinhados por esses políticos? Estão registrando na justiça eleitoral nomes que não têm ligação com a família, ou seja, estão encobrindo o nome de família, para não serem identificados com o padrinho político que está muito mal na opinião pública.
Precisamos nos precaver com o famoso jeitinho brasileiro. Infelizmente nossa legislação eleitoral permite essas manobras, essas brechas. Como nossa educação moral é de baixíssimo nível, muitos jovens estão com a mesma mentalidade dos velhos políticos, já estão contaminados com as falcatruas do sistema legislativo e também do sistema executivo brasileiro. É uma triste realidade.
É por esse motivo que lutamos pela educação moral no sistema de ensino brasileiro, aqui entendendo não somente a escola, mas também a família, as duas grandes instituições sociais de educação de nossa nação. Que adianta assistir o noticiário e discursar contra esses malfeitores do Brasil, proclamando que todos devem ir para a cadeia, se, ato contínuo, em favor de um ente querido ou de um amigo, burlamos as regras e damos um jeito para privilegiar este e aquele?
Fiquemos alertas, pois há uma luta nos bastidores pela manutenção das coisas do jeito que elas estão, mas não podemos nos conformar com isso, escolhendo nossos candidatos com bastante rigor, preferencialmente aqueles que se mostrem éticos, que não apenas pensam nos outros, como realizam para o coletivo, e que tenham em seus projetos e discursos a educação como prioridade.
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