Para onde vai a educação brasileira?

Com três meses de novo governo, cai o Ministro da Educação e temos um novo titular à frente da educação brasileira. Foram três meses de muito tumulto, com declarações estapafúrdias, ameaça de militarização das escolas (um absurdo!) e uma guerra interna irresponsável e que fez nada menos que 15 assessores e secretários serem demitidos ou pedirem demissão de seus cargos. Foi um festival de péssima gestão, polarização de interesses de grupos e falta de planejamento, deixando nossa educação mais à deriva do que já estava. Agora assume um novo gestor que, apesar de ser professor de economia, nunca trabalhou no ramo da educação, tendo carreira toda ela na área de finanças e economia, aliás, nem mesmo formação em educação possui. Então temos que fazer a pergunta: para onde vai a educação brasileira?

Sinceramente, tudo parece indicar que vai à mais completa falência, embora minha torcida é para que isso não se efetive, não aconteça. Se o MEC falhar em sua missão, pelo menos a esperança que fica é que não atrapalhe os projetos pedagógicos de escolas inovadoras e criativas, bolsão resistente da educação verde e amarela de nossa pátria. Mas até que ponto não paira uma ameaça sobre aquilo que está dando certo, e acabe vencendo a mesmice?

A verdade é que nossa educação básica pública, que compreende o ensino infantil, fundamental e médio, está de mal a pior, com índices oficiais - aos quais todos têm acesso pelos portais do MEC e das Secretarias de Educação - que arrepiam qualquer pessoa: escolas sucateadas, sem internet, violência contra os professores, bullying entre os alunos, alto índice de analfabetismo funcional, aulas, provas e notas que nada avaliam, falta de merenda escolar, salários baixos dos profissionais da educação.

Como consequência temos professores desmotivados, sem esperança em dias melhores e que estão investindo em licenças médicas, até porque o nível de estresse está chegando ao auge, ou mesmo em troca de profissão, numa desistência da escola, dos alunos, da educação. Então ouvimos de muitos pais o seguinte discurso para seus filhos: você pode escolher o que quiser ser na vida, menos professor!

Por enquanto o MEC e, portanto, o Governo Federal, está alheio à realidade. É compreensível, afinal educação não é prioridade. Entretanto, enquanto esse caos continuar, nossa nação verá agigantarem-se os males de toda ordem.

Se a educação for abandonada ou aviltada, preparemo-nos para o caos social, sim, pois o que já está acontecendo é apenas prenúncio do que poderá vir mais à frente.

Mas, apesar do tom apocalíptico, este texto, na verdade, é de esperança. Esperança que os responsáveis pela educação brasileira abram os olhos, enxerguem o que precisa ser feito, parem de lutar por interesses egoístas e mesquinhos. E que entendam que somente pela educação o Brasil dará jeito na sua tortuosa história, e fazendo-se, finalmente, exemplo para as demais nações do mundo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Escolas diferentes pelo mundo

Uma nova dinâmica para a evangelização

Carta pela paz no mundo