domingo, 16 de fevereiro de 2020

Espaço de aprendizagem coletiva

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Para que serve uma sala de aula? Por que o professor deve ser aquele que ensina? Qual é o papel dos alunos na escola? Você, que é um profissional da educação, que exerce o magistério, já se fez essas perguntas? Será que a dinâmica da sala de aula pode ser diferente daquelas cadeiras enfileiradas? A sua postura enquanto professor pode ser diversa daquela de "eu ensino, os outros aprendem"? E em fazendo diferente, será que dá certo?

Perguntas ... perguntas ...

As perguntas são importantes pois fazem parte do processo educacional. Quem não pergunta não descobre, não se motiva, não se esclarece. E não é somente o aluno que deve perguntar, o professor também. Por que não conhecer novas metodologias? Por que não estar aberto a novos fazeres? Por que não desconstruir ideias e valores para reconstruir e alcançar novos paradigmas? Por que não fazer da sala de aula um espaço de aprendizagem coletiva interativo, participativo, acolhedor e dinâmico? Por que não trabalhar com grupos de estudo e pesquisa? Por que não implementar o desenvolvimento de projetos? Por que não utilizar os espaços escolares como espaços de aprendizagens?

Mais perguntas ... mas elas são importantes. São importantes para sairmos de um fazer atrelado ao século 19, quando a escola foi formatada num modelo que até hoje repetimos. Modelo esse adequado àquela época, com o que se sabia da educação e do desenvolvimento humano, mas que reclama, em pleno século 21, uma nova visão e uma nova postura. E por falar em postura, a mentalidade de boa parte dos professores também está deslocada no tempo e no espaço, pois muitos ainda se movimentam como se estivessem no século 20, sem entender que na verdade o professor nada ensina, nada transmite, mas pode e deve dar aquilo que ele é, num processo mais humano de educação.

Voltando à sala de aula, imagine um ambiente alegre, acolhedor, com os alunos formando grupos de trabalho, desenvolvendo suas pesquisas, tirando suas dúvidas, auxiliando-se mutuamente, com liberdade de ir e vir em obediência a combinados acertados previamente e em comum acordo, com o professor exercendo a orientação e facilitação dos estudos. De sala de aula, como tradicionalmente a entendemos, temos um espaço de aprendizagem coletiva.

Você sabia que essa metodologia foi amplamente discutida, elaborada pedagogicamente e implementada com grande sucesso nas escolas durante o final do século 19 e a primeira metade do século 20? Foi o Movimento das Escolas Novas, reunindo nomes que ficaram na história da educação e da pedagogia como Freinet, Claparéde, Montessori, Dewey, Ferriére, entre outros, e aqui no Brasil com destaque para Anísio Teixeira e Lourenço Filho.

As duas grandes guerras mundiais atrapalharam o movimento de renovação educacional e escolar, mas desde a década de 1970 ele ressurgiu com o movimento das Escolas Inovadoras, destacando-se o processo de transformação da Escola da Ponte, em Portugal, e que neste início de século 21 está se ampliando mundialmente, inclusive em terras brasileiras, abrangendo tanto escolas públicas quanto particulares, trazendo uma nova visão sobre o ser humano, uma nova filosofia educacional e novas metodologias.

Que tal fazer da sala de aula um espaço dinâmico e interativo de aprendizagem coletiva? Quem não tenta, quem não acredita, quem não confia em si mesmo e nos alunos, com certeza terá bastante dificuldade e provavelmente não colherá os bons resultados esperados. Mas quem não tenta, nada consegue, e nunca saberá se é possível dar certo.

Para construir novos paradigmas é preciso desconstruir velhos paradigmas. Pense nisso!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Qualidade e remuneração


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Quando o professor ganha salário pequeno e em sua escola ele não é valorizado pela sua formação, é quase certo que a qualidade da educação ficará comprometida. Isso vale tanto para a rede particular quanto para a rede pública de ensino. Arrastando problemas financeiros, sem conseguir receita compatível com as despesas na sustentação do lar e da família, como cobrar do professor dedicação, comprometimento? E quando as condições físicas e pedagógicas ofertadas pela escola em que trabalha são inadequadas? Somente o amor à profissão pode fazer com que esse professor não desista do magistério.

Sabemos que, embora tenhamos a existência do piso nacional para o professor, muitas secretarias municipais de educação não cumprem o estabelecido em lei, e mesmo muitas escolas particulares igualmente não obedecem aos valores mínimos estipulados em lei ou pelos sindicatos. Todos alegam receita insuficiente, falta de verba, mas esse é um quadro que tem de ser melhorado com urgência. O professor é profissional importantíssimo para a sociedade humana, as crianças e os jovens passam por ele em sua formação intelectual e emocional.

Além de salário decente, o professor também deve ser valorizado pela sua formação. Quantos se esforçam por estudar, realizar graduações no ensino superior, fazer especialidades e, em troca, nada ganham a não ser o salário que é dado a todo e qualquer professor, por existir uma padronização remuneratória. Será isso justo?

Por tudo isso é que muitos têm saudade do início da segunda metade do século 20, ou seja, das décadas de 1950 a 1960, quando o professor era bem remunerado e, ainda mais, era valorizado pela profissão, era respeitado. Hoje, num reverso desse quadro, os jovens nem querem saber em pensar em ser professor. Magistério é a última coisa que querem como profissão, tal a desvalorização do que outrora dava status social. Também, as notícias somente falam em salários baixos, escolas onde quase tudo falta, violência dos alunos, desrespeito por parte dos pais. Quem quer enfrentar?

Pensando em tudo isso, uma amiga que sonhava em criar uma escola disse a si mesma: “somente vou criar a escola quando tiver condições financeiras de pagar muito bem aos professores, para que estes se dediquem em tempo integral à mesma”. E assim ela fez e a parabenizamos por isso. E assim devem pensar secretários de educação, prefeitos e gestores particulares, pois não é lícito exigir sacrifícios de quem mal consegue se sustentar com o que ganha e ainda ter de conviver com falta de recursos e condições físicas decentes na escola.

O professor, como agente social fundamental na formação das novas gerações e, portanto, na constituição futura da própria sociedade, é profissional que deve ter todo apoio para dedicar-se integralmente a um único projeto pedagógico, e não como hoje acontece, quando ele tem que trabalhar em duas ou três escolas, acumulando empregos, alunos e trabalho para ter dignidade em seu viver, isso quando não tem que atuar em outra área profissional para complementação de sua renda.


Sabemos que a qualidade da educação não é diretamente proporcional à qualidade da remuneração salarial, que o amor pode suplantar as adversidades, mas também sabemos que quem é valorizado, recebe boas condições de trabalho e consegue viver com dignidade, dará muito melhores frutos, ou em outras palavras, terá um rendimento profissional muito maior.

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...