Quanto vale a vida?

A vida de um ser humano pode ser quantificada num determinado valor financeiro? Em outras palavras, podemos afirmar que a vida de uma pessoa vale tantos reais, enquanto a vida de outra pessoa vale outros tantos reais? Sabemos que as companhias seguradoras trabalham com tabelas determinando valores para cada sinistro, inclusive para o caso de morte da pessoa, e que em tragédias, indenizações financeiras às famílias dos que faleceram são estabelecidas, mas será que o dinheiro pode representar o valor de uma pessoa?

Tabelas e valores não vibram no sentimento, não têm vida própria e, portanto, não podem representar um ser humano, que somente pode ser avaliado qualitativamente, e não quantitativamente. É por isso que nos opomos à avaliação escolar por provas e notas, pois é uma avaliação apenas quantitativa, e que não leva em conta o desenvolvimento do ser integral, com suas potencialidade e seu ritmo próprio de aprendizagem.

Será que um aluno, que é um ser humano que pensa e sente, pode ter sua vida quantificada numa determinada nota? E como considerar essa nota representativa, se ela apenas conceitua um momento estanque da vida escolar e pessoal desse aluno?

Estamos tão formatados em tudo quantificar em avaliação por nota ou por valor financeiro, que não nos demos conta do quanto desumanizamos o processo educacional e, por consequência, a própria vida.

Uma tragédia natural equivale a uma perda de tantos milhões ou bilhões na economia. Uma tragédia provocada pelo ser humano representa custo de tantos milhões ou bilhões. O falecimento de uma pessoa representa determinado valor a ser pago pelo seguro de vida. Passar ou não de ano na escola depende de uma nota média preestabelecida, a qual se alcança através de exames em provas que avaliam a memorização de conhecimentos. Essas provas não levam em conta a pessoa humana do aluno.

Um jovem sai da escola diplomado, “apto” a ingressar no ensino superior numa universidade, muitas vezes sendo analfabeto funcional. E quando voltamos nosso olhar para área comportamental/atitudinal, vemos um jovem indolente, egoísta, não cooperativo, que não sabe pensar por conta própria, violento, pois isso não foi trabalhado durante a educação básica, embora ele tenha passado pela escola e cursado a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio.

Que avaliações do seu desenvolvimento foram feitas? Provavelmente colou nas provas e se pendurou nos colegas nos trabalhos em grupo. Que cidadão ele será? Que profissional teremos no mercado de trabalho?

É urgente a necessidade de humanizar a educação e a escola, levando em conta o real progresso do educando, sua participação ativa no processo de aprendizagem, sua aquisição de autonomia assumindo as correspondentes responsabilidades. Avaliação que não levam conta valores e virtudes, comportamentos e atitudes, não é avaliação.

Afinal, quanto vale a vida de um ser humano? Um número ou um conceito podem dar resposta satisfatória?

Está na hora de pensarmos com profundidade sobre essas questões tão importantes, pois disso depende o rumo da humanidade. 

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