Dois bons exemplos

Dizem que nos tempos atuais não é nada fácil lidar com os jovens, que andam desgarrados da obediência, da disciplina, do respeito e dos bons valores para melhor viver. Estudos apontam graves desvios na família com relação à educação dos filhos, e os professores, na escola, se sentem perdidos, impotentes, sem saber o que fazer.

Pensando no professor e na escola, trago dois exemplos bem significativos do trabalho educacional a ser feito com o jovem, e com muito bom resultado.

O primeiro caso é contado pelo Milton Soares, professor de matemática, já aposentado, que durante muitos anos trabalhou numa escola particular com jovens do ensino médio. Diz o Milton que das janelas da sala de aula dava para ver o cinema da cidade, e era difícil controlar os alunos, ansiosos para faltar às aulas e usar o cinema para passar as horas.

Quando dava falta deste ou daquele aluno, era comum os jovens responderem: “foi ao cinema, está engando o gerente”. Aproveitando a ocasião, o professor Milton olhou para os alunos e disse:

Sabe, vocês, quando vão ao cinema, pensam que enganam o gerente, entrando e ficando na brincadeira, na zoação, ou mesmo dormindo enquanto o filme é projetado. Não, vocês não estão enganado o gerente. Para entrar vocês pagaram o ingresso, portanto o gerente já está no lucro, e para ele pouco importa se vocês vão ou não assistir o filme. Vocês estão enganando a vocês mesmos, que gastam dinheiro e nada sabem sobre o filme que está na tela. Gastam tempo e dinheiro de forma inútil. Por favor, avisem seus colegas que hoje faltaram, que eles não estão enganando o gerente.

A partir do dia seguinte ninguém mais faltou às aulas de matemática.

O segundo caso é relatado pelo professor Jairo, que leciona numa universidade pública. Numa das turmas haviam quatro jovens alunos que viviam inventando histórias para se desculpar por atrasos, faltas, pouco estudo. Sempre tinham algo em comum para relatar e justificar suas faltas e notas baixas.

Um dia faltaram a uma prova. No dia seguinte vieram, os quatro, com a história que tinham ido à noite numa festa de amigos, vararam a madrugada e, no retorno, com a intenção de ir direto para a faculdade, tiveram problema com o carro, com um pneu furado e que precisou de conserto, inviabilizando a chegada em tempo para a prova.

O professor Jairo, tranquilo, disse-lhes que isso acontece, um imprevisto pode acontecer, mas que não se preocupassem, pois teriam dois dias para se preparar para a prova, que aplicaria para eles, como compensação.

No dia marcado, Jairo explicou que a prova teria apenas duas perguntas. A primeira valendo meio ponto, e a segunda valendo nove pontos e meio, e que eles fariam a prova separados, cada um numa sala, totalmente isolados.

A primeira pergunta, com múltipla escolha foi muito fácil. A segunda pergunta foi o problema:

Qual pneu do carro furou?

Nos dois casos, tanto o Milton quanto o Jairo fizeram os jovens pensarem. Fazer pensar é básico em educação. Então, diante desses dois exemplos, fica o convite para você pensar no que está fazendo e no que pode fazer na escola quanto a melhor educação dos jovens.

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