segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Transformar o homem para transformar a humanidade

A humanidade está necessitada da educação moral porque está vivendo uma crise moral. Essa constatação nos leva a sérias e úteis reflexões a respeito de tema por demais importante, mas que vem sendo relegado a segundo plano: a educação moral dos indivíduos para que estes possam realizar a transformação moral da humanidade, revendo seu papel, enquanto cidadãos no mundo, na sociedade da qual fazem parte. A Doutrina Espírita não proclama apenas uma educação individualista, transformadora do indivíduo, mas proclama igualmente a ação política e social desse indivíduo, para que ele, com novos valores de vida, possa transformar a sociedade em que vive. É um equívoco de graves consequências pensar que basta estudar a doutrina, frequentar o centro espírita e fazer a caridade material, e tudo estar resolvido, quer aqui na existência terrena, quer no retorno ao mundo espiritual. Acomodar-se a esse padrão é repetir o que já fizemos em existências passadas, ou seja, obtivemos o conhecimento espiritual e religioso, mas não o utilizamos para nos transformar e transformar a humanidade, do ponto de vista moral.

Por esse motivo Allan Kardec, ecoando o ensino dos Espíritos Superiores, proclama que o Espiritismo é essencialmente doutrina de educação da alma imortal, levando o indivíduo a transcender a matéria, a ter visão de futuro, e a romper os laços que o prendem a valores, hábitos e culturas cultivadas há séculos, ou mesmo há milênios, permitindo a construção de uma nova, onde o paradigma do espírito será o roteiro e a bússola das individualidades e, ao mesmo tempo, da coletividade. O ser humano, seja ele criança, jovem ou adulto, é um espírito reencarnado, e essa verdade deve nortear tanto os estudos que fazemos da doutrina, quanto nossa ação no mundo.

Durante o século XX assistimos uma onda avassaladora de niilismo, de negativismo, de individualismo egoísta, de materialismo, reforçada por duas guerras mundiais, tomando conta da cultura e da formação das novas gerações, perdendo a educação sua base espiritualista, muitas vezes confundida com doutrina religiosa sectária, e o que o Espiritismo propõe é a volta dessa base, dessa visão espiritualista sobre o ser e a vida. Não é ensinar Espiritismo nas escolas, não é tornar todos os indivíduos espíritas, pois pensando assim estaríamos cometendo o mesmo erro cometido na história humana tanto pela Igreja Católica quanto pela Igreja Protestante. A visão espírita da educação vai mais além: é tornar os indivíduos conscientes de sua realidade imortal, de suas experiências e aprendizados trazidos de existências passadas, de sua missão transformadora no mundo, de sua vida futura após a morte.

Para transformar moralmente a humanidade o primeiro passo é realizar a transformação moral dos indivíduos, pois a humanidade nada mais é do que o conjunto dos indivíduos, mas para realizar essa transformação de caráter individualista, precisamos reformar a educação, pois, como nos dizem os Espíritos Superiores em O Livro dos Espíritos: somente a educação pode reformar a humanidade (questão 796). Essa educação reformadora não é a que ensina conteúdos de disciplinas curriculares, como hoje encontramos nas escolas. A educação reformada e transformada deve trabalhar a humanização, a espiritualidade, a ética, a empatia, os sentimentos, a liberdade com responsabilidade, levando então a inteligência na direção de construir o bem para todos.

Como já dizia Léon Denis, hoje ensina-se muita coisa às crianças e aos jovens, menos o que é essencial: sua realidade espiritual e imortal (veja-se a introdução do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor). Essa é a grande contribuição do Espiritismo, religando o indivíduo ao seu potencial divino e às diretrizes morais do Evangelho, mostrando que ele está no mundo não para assistir a vida passar e levá-lo a qualquer destino, mas para atuar conscientemente nessa vida, aproveitando a oportunidade reencarnatória para se aperfeiçoar, para progredir, e ajudar seus irmãos e irmãs no sentido de todos também se aperfeiçoarem, construindo uma sociedade humana mais justa, mais igualitária, mais espiritualizada.

Nessa visão, disponibilizamos para todos o Curso Educação do Espírito, disponível no canal Orientação Espírita, no YouTube, gratuitamente, em videoaulas desenvolvendo a visão espírita da educação, que deve ser aplicada na família, no centro espírita e na escola.

Se queremos uma humanidade melhor, a competência de realizá-la é nossa, que já conhecemos essa realidade espiritual através do Espiritismo.


quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Nossa casa planetária: sustentabilidade e reencarnação

 

Está disponível na revista O Consolador meu artigo Nossa Casa Planetária - Sustentabilidade e Reencarnação:

Vivemos no planeta Terra, e disso não há quem duvide, portanto, podemos afirmar que a Terra é a nossa casa enquanto aqui estamos temporariamente vivendo a aventura da experiência humana. Toda casa requer cuidados na sua manutenção, limpeza, organização, pois se assim não acontecer o ambiente pode se tornar difícil para seus moradores. Sujeira, vazamentos, bagunça, retratam uma casa em más condições para habitação de uma família, podendo gerar doenças, assim como a deterioração física significa risco de incêndio, de desabamento. Diante disso, todos sabemos que o melhor é cuidar da casa e, se for o caso, fazer reformas de tempos em tempos. O uso excessivo com forte desgaste, sem a devida manutenção, arruína a casa e atinge diretamente seus moradores. Ora, o que devemos fazer com a habitação, referência de uma família, é o que devemos fazer com o planeta, referência da humanidade.


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http://www.oconsolador.com.br/ano17/841/ca4.html 

Professor e mestre: diferenças e aproximações

Está disponível na revista O Consolador meu artigo Professor e Mestre: Diferenças e Aproximações:

Professores, existem muitos hoje em dia. Mas poucos podem ser chamados de mestres. Professores têm alunos; mestres têm discípulos que procuram quase imitá-los. O professor é aquele que exerce sua função como um computador. O mestre é um computador que tem alma. Enquanto o professor acha que já sabe tudo o que é necessário, o mestre se considera sempre um aprendiz. Mestre é aquele que ensina de modo tal que o discípulo se interessa em aprender e colocar em prática o seu saber, transmitindo-o a outros.”

Sabe de quem são essas palavras? Do psicólogo e educador Içami Tiba, em seu genial livro Ensinar Aprendendo, que todo professor, e todo educador, deve ler. E como o evangelizador espírita da criança e do jovem é igualmente um educador, esta recomendação também é feita para ele.


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http://www.oconsolador.com.br/ano17/839/ca5.html

O Espiritismo no contexto humano

Está disponível no jornal O Imortal meu artigo O Espiritismo no Contexto Humano:

Com o avanço científico e cultural realizado principalmente a partir do século 18, novas luzes foram acesas no conhecimento humano, permitindo que em meados do século 19 tivéssemos condições para receber a revelação espírita, após intenso trabalho de Allan Kardec junto aos Espíritos Superiores, via mediunidade, dando surgimento à obra O Livro dos Espíritos e ao consequente lançamento do Espiritismo ou Doutrina Espírita. Uma nova era tinha início, com sérias e profundas implicações na evolução humana, face a uma doutrina que une em seu edifício doutrinário a ciência, a filosofia e a religião, não apenas do ponto de vista material, mas igualmente do ponto de vista espiritual. O Espiritismo, como muito bem afirma Kardec, não é doutrina formulada pela concepção de um homem, e sim doutrina emanada dos ensinos dos Espíritos, que se revelaram através dos fenômenos mediúnicos devidamente observados e estudados, ou seja, é doutrina trazida pelos desencarnados para os encarnados, todos seres humanos, portanto, uma doutrina de ordem natural, sem nada de místico ou sobrenatural.


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https://www.jornaloimortal.com.br/blogs/O-Espiritismo-no-contexto-humano--Marcus-De-Mario

 

A sociedade e a ordem moral

Está disponível na revista O Consolador meu artigo A Sociedade e a Ordem Moral:

Sabemos, através do Espiritismo, que estamos num mundo de expiações e provas, onde o egoísmo predomina e o mal, por isso mesmo, é presente no cotidiano das relações humanas. Diante desse quadro, o Espiritismo promove uma revolução ética ao propor a dinâmica social da caridade para romper o individualismo egocêntrico que ainda nos caracteriza, e que o movimento espírita abraça no desenvolvimento das ações de promoção e assistência social, tanto do ponto de vista material quanto moral, pois o espírita compreende que não se vive apenas de pão e agasalho.

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http://www.oconsolador.com.br/ano17/837/ca6.html

 

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Defendendo a vida

Em vídeo publicado nas redes sociais, uma mãe faz um desabafo e um alerta, após ver seu filho adolescente de 16 anos cometer suicídio, motivado por influências negativas recebidas através da internet: “Vigiem! A internet está doente!”. Esse triste e doloroso caso, com um jovem tirando-se a vida influenciado por pseudos amigos, liga um poderoso e sonoro alerta para todos os educadores, sejam pais, avós, tios, professores: estamos doentes! Doença da alma sem ideal superior, sem visão espiritualista, sem esperança na vida.

O problema não é a internet. Ela é uma ferramenta tecnológica neutra, depende do uso que dela fazemos. A culpa não é das redes sociais ou dos aplicativos de comunicação, instrumentos que em si igualmente também são neutros, pois são alimentados pelas pessoas, conforme seus valores. Temos sim que vigiar, não propriamente a internet, mas a nós mesmos e nossos filhos e alunos, pois a questão é essencialmente educacional.

Conforme nossos valores de vida, assim serão nossas postagens, e assim atrairemos os afins, os que pensam como nós, é a lei de sintonia funcionando. E quando mostramos fragilidade emocional, muitos disso se aproveitam para influenciar negativamente através de postagens enganosas, com mensagens levando a pessoa a mais se deprimir, abrindo a porta para o equívoco do suicídio, pois a morte não é o fim de tudo, não é a solução para os problemas, pelo contrário, arrojando o suicida em sofrimentos e tormentos muito piores no mundo espiritual, pois a vida pertence a Deus e somente ele pode deliberar sobre ela.

Precisamos educar as crianças e os jovens para terem visão espiritualista sobre a vida, para terem fé e esperança, para terem resignação e força de vontade, pois tudo passa, menos a misericórdia divina sobre cada um de nós, e nada acontece por acaso, nenhum problema dura para sempre. Não deixemos nossas crianças e jovens soltos na internet. Acompanhemos sua vida digital mantendo o diálogo aberto e dando bons exemplos, para que eles mesmos cheguem à conclusão que o melhor uso é aquele que faz sempre o bem para todos.

Reencarnados num planeta de expiações e provas como a Terra, não é possível termos uma existência sem dificuldades, dores, aflições que nos visitam de vez em quando, inclusive pela internet, fazendo parte das aprendizagem necessárias ao nosso processo evolutivo, mas isso não quer dizer que devamos estacionar diante dos desafios existenciais, pelo contrário, devemos acionar nossas forças divinas para superá-los, aprender com eles e seguir em frente.

Todos temos que sonhar, idealizar e ter metas bem definidas para a vida, ocupando-nos utilmente em trabalhar pela nossa transformação moral e pela transformação moral da humanidade, colocando em prática projetos que visem o bem comum, coletivo, sem esmorecimento de qualquer espécie, confiando em Deus sempre.

É assim que teremos incondicionalmente entusiasmo por viver. Como diz Paulo de Tarso, devemos prosseguir a caminhada mesmo com os joelhos desconjuntados, pois somente assim poderemos ser considerados fiéis discípulos de Jesus Cristo, que tudo enfrentou e legou para a humanidade a lei de amor através do Evangelho.

Ao espírita, sabedor da imortalidade da alma e da reencarnação, e que a vida corpórea é uma existência diante da vida que se desdobra depois da morte, compete estar sempre pronto para o trabalho, para o chamado do mais Alto, abraçando as tarefas com decisão e nunca perdendo a esperança, alimentando-a com a força de vontade e o entusiasmo de servir.

Lembremos sempre que nada acontece por acaso, tudo, tudo mesmo, tem sua razão de ser, e que somos construtores de nós mesmos rumo à perfeição. O que hoje não pode ser feito, ou em não podendo colher o resultado do trabalho, amanhã haverá de poder ser feito ou vermos a colheita da semeadura.

Nunca perca o entusiasmo em viver. Não dê chance para a ansiedade, a incerteza, o desânimo, a depressão e as coisas negativas publicadas na internet. Recomece quantas vezes seja necessário. A existência humana é muito preciosa para perdê-la por algo que pode ser superado, mesmo que leve um tempo maior. Jesus, a luz do mundo, enfrentou perseguições, sarcasmos e a morte odienta, sem nunca reclamar, vacilar ou recuar, tenhamos assim nele nosso guia e modelo, prosseguindo, com entusiasmo, nossa vida.


segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Preciso de ajuda!

Armando Gonçalves é dedicado trabalhador voluntário do Centro Espírita, colaborando em diversas atividades e serviços, principalmente no estudo doutrinário, no atendimento fraterno e na reunião mediúnica, onde exerce a função de dialogador com os desencarnados. Respeitado e admirado, cumpridor diligente de suas tarefas e compromissos, procura sempre aumentar seu conhecimento sobre o Espiritismo e, apesar de arrastar consigo o drama familiar da incompreensão dos entes queridos, que vivem querendo atormentá-lo com essa sua “mania” de estar ligado às coisas do espírito, continua perseverante no seu ideal.

Aqueles dias, no entanto, tinham levado ao auge a verdadeira perseguição movida contra ele por parte dos familiares, que se deixavam levar por espíritos que tramavam contra Armando, num esforço para apagar a luz do Evangelho, culminando no difícil diálogo sustentado com um dos perseguidores espirituais na reunião de desobsessão. Apesar de tentar se manter sereno e confiante na proteção dos benfeitores espirituais, sem esquecer a oração, Armando havia sentido o golpe no seu íntimo, procurando então renovar suas energias no Centro Espírita, junto aos companheiros e companheiras de ideal. Foi assim que, aproveitando a oportunidade, solicitou a bênção do passe.

Um alvoroço agitou a todos. Como assim? Armando Gonçalves solicitando atendimento? Como isso seria possível? E quem se atreveria a aplicar o passe a ele, tão bem considerado, exemplo de verdadeiro espírita, ele que deveria estar acima de qualquer condição de reajustamento e de socorro? Com muito custo conseguiu fosse atendido, explicando que não era isento de problemas e dificuldades na vida, como qualquer outra pessoa. Mesmo assim, o atendimento foi feito sigilosamente, em dependência à parte, abafando-se o mais possível o caso. Alguns chegaram a hipotecar a ideia de ter de afastar Armando Gonçalves das atividades, para que o mesmo fizesse tratamento espiritual, quando ele apenas havia requerido breve atendimento fraterno para renovação de suas energias.

Desse dia em diante as coisas já não foram mais as mesmas para Armando Gonçalves no Centro Espírita. Alguns cogitavam de não mais poder confiar nele nas tarefas doutrinárias. Outros chegaram mesmo a cortar amizade ou o evitarem o mais possível. Espalhou-se que Armando sofria obsessão. Foi retirado da escala de palestrantes das reuniões públicas sob a alegação que necessitava de um tempo para rearmonizar-se. Tudo isso por causa da solicitação de um simples passe.

A história de Armando Gonçalves é muito significativa. Colocaram-no num pedestal, criando dele uma imagem irreal, esquecidos que trata-se de um espírito reencarnado num mundo de expiações e provas, sujeito a todas as vicissitudes da existência humana, como toda e qualquer pessoa. E mais, esqueceram que o Espiritismo é para todos: dirigentes, trabalhadores, frequentadores, simpatizantes, enfim, para qualquer pessoa, e, portanto, atendimento fraterno, passe, orientação espiritual, socorro material, também pertencem aos próprios espíritas, ou seja, dirigentes e trabalhadores do Centro Espírita também precisam de espaço para acolhimento, pois o fato de esposarem a Doutrina Espírita não os isenta de problemas, dificuldades e dúvidas. Somos todos espíritos imperfeitos em romagem terrena, ninguém neste mundo alcançou a perfeição.

O espírita, por mais consciente seja, por mais conheça os princípios da doutrina, por mais trabalhe com abnegação e renúncia, é igualmente um espírito reencarnado carregando vícios e virtudes, erros e acertos, portanto, vez ou outra necessitado de auxílio, sem que isso seja considerado o fim do mundo.

O Centro Espírita precisa abrir espaço para as reuniões fraternas de seus dirigentes e trabalhadores, não apenas para avaliação das atividades e melhor planejamento das mesmas, mas para realização do atendimento fraterno, da aplicação do passe, assim humanizando as relações e permitindo que, em conjunto, os laços do amor fraterno se consolidem.

Não esqueçamos que o Espírito da Verdade nos conclamou: “espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento; instruí-vos, eis o segundo”, lembrando-nos da necessidade do amor entre nós em todas as circunstâncias, para que não tenhamos histórias como a do Armando Gonçalves. Pensemos com profundidade sobre isso.


segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Educação, imortalidade e reencarnação

De onde vem as altas habilidades que crianças de pouca idade demonstram, como sentar-se ao piano com dois anos de idade e tocar com maestria um concerto de Mozart? De onde vem as tendências de caráter, para o bem ou para o mal, quando a criança ainda não sofreu a influência do processo educacional, tendo comportamento oposto ao dos pais? A ciência, com todas as suas pesquisas e conhecimentos, não consegue responder satisfatoriamente a essas duas indagações, elaborando hipóteses que não satisfazem todos os casos, deixando muitas lacunas. A religião, de modo geral, se vê em situação dificílima, pois mesmo considerando a existência da alma, supõe que ela tenha sido criada no ato do nascimento, ou se considera sua preexistência, não possui definição concreta sobre a mesma.

Não temos dúvida quanto a importância da crença na alma imortal, mas somente essa crença não responde as perguntas que formulamos no início deste texto. Mesmo considerando a sua sobrevivência após a morte e a manutenção de sua individualidade, se não levarmos em consideração a reencarnação, não teremos como explicar as altas habilidades, as tendências de caráter e as ideias inatas que a criança apresenta logo após o nascimento. Com a reencarnação da alma imortal temos uma explicação lógica que a observação dos fatos comprova como verdadeira.

Ao estudarmos a Doutrina Espírita ficamos sabendo que a alma progride incessantemente, nunca perdendo o que aprende com os estudos que faz e as experiências pela qual passa, de existência em existência, mantendo sempre sua individualidade e carregando para cada nova encarnação suas tendências e habilidades, embora assumindo um novo corpo, uma nova personalidade e um novo contexto social e cultural. A criança é uma alma (ou espírito) reencarnada, essa é a verdade, trazendo na bagagem as aquisições e valores que somou de encarnação em encarnação.

Assim, uma criança de altas habilidades, também chamada de criança prodígio, ao sentar ao piano e executar uma música clássica, está revelando que já fez esse estudo em outra encarnação, onde poderá ter sido um musicista, o que não quer dizer que se tornará novamente uma pessoa dedicada a essa arte. A alma não perde o que conquistou, mas em cada encarnação procura desenvolver o que ainda não conseguiu desenvolver satisfatoriamente. É por esse motivo que algumas pessoas possuem hobbies completamente diversos da sua profissão. Por exemplo, um alto magnata da indústria química adora pintar, revelando-se muito bom artista plástico, mas não faz disso sua preocupação principal. De onde vem esse dom se nunca estudou as técnicas dessa arte? Somente com a reencarnação obtemos resposta.

A educação da criança deve levar em conta ser ela uma alma imortal, presentemente reencarnada, portanto, não pode descurar dela trazer consigo as tendências de caráter e as ideais inatas, ambas trazidas de suas aquisições em vidas anteriores. A aplicação disso resulta numa profunda transformação da educação, senão mesmo uma revolução pedagógica: a criança é uma alma (espírito) reencarnada.

Nesse contexto, percebemos que a educação deve, acima de tudo, preparar o educando para a vida, mas não apenas a vida presente, mas igualmente para a vida futura, pois a morte não existe, é apenas nossa porta de passagem para retorno ao mundo espiritual. Essa preparação deve ser entendida como formação, pois a educação é essencialmente formadora do ser humano, não apenas do ponto de vista cognitivo, mas moral.

Estamos necessitados não apenas de conhecimentos, mas muito mais de ética, de humildade, de empatia, de resiliência, de saber pensar no bem coletivo. É urgente envidar esforços em torno do pilar educacional “aprender a amar”, e da regra de ouro da educação: fazer ao outro somente o que desejamos que o outro nos faça.

Quando levarmos em conta na teoria e na prática a imortalidade e a reencarnação, teremos respostas para as dúvidas até hoje existentes e, ainda mais, faremos a revolução pedagógica da qual a educação está necessitada, com a consequente transformação moral dos indivíduos, que assim farão a transformação moral da humanidade.


Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...