O pensamento espírita sobre Jesus

Para o Espiritismo todos somos criados por Deus, ou seja, Ele é o incriado, e todos os demais são suas criaturas, inclusive Jesus, que, como qualquer um de nós, foi criado como princípio inteligente do universo, simples e ignorante, com o potencial divino em germe para, através da lei de evolução, chegar a seu destino, que é comum a todos: a perfeição. Portanto, Jesus não se confunde com Deus, é sua criatura. Como Espírito, estágio alcançado através da individuação do princípio inteligente, Jesus é imortal, exatamente como todos os homens, pois todos somos filhos de Deus e todos chegaremos à perfeição.

Quando Jesus esteve entre nós, isso há mais de dois mil anos, ele já envergava o status de espírito perfeito, ou seja, através das reencarnações, realizadas em outros mundos por este universo, ele já havia alcançado o esplendor do amor e da sabedoria. Aqui na Terra, Jesus teve apenas essa encarnação, quando realizou a missão de trazer para a humanidade os conceitos do Evangelho, que exemplificou em espírito e verdade, legando aos homens o “amai-vos uns aos outros” e “fazei ao outro somente o que gostaríeis que o outro vos fizesse”.

Segundo informações espirituais trazidas através de diversos médiuns em tempos e lugares diferentes, já nesse tempo Jesus era o governador planetário, tendo gerenciado a formação do nosso mundo, ou seja, ele foi, por assim dizer, cocriador, mas sem se confundir com Deus, que reverenciava como Pai, como Senhor do céu e da terra.

Quando Jesus informou que “ele e o Pai eram um”, quis significar a perfeita comunhão de pensamento e de ideal com Deus, por isso ele era o Messias que havia de vir, conforme constava das antigas profecias. Para diferençar a si mesmo de Deus, afiançou que bom somente o Pai Celestial, porque ele somente poderia receber o título de Mestre, por ser um espírito perfeito e que executava a missão de ensinar seus irmãos sobre as verdades divinas.

Para a Doutrina Espírita não há confusão nem mistério. Deus é o Criador de tudo o que existe no universo, a inteligência suprema, e Jesus é sua criatura, seu filho, um espírito criado simples e ignorante que, com seus esforços e experiências reencarnatórias (realizadas em outros mundos), alcançou a perfeição.

Como todos somos espíritos imortais e todos, um dia, alcançaremos a perfeição, entendemos que Jesus não é um ser à parte, na verdade não está distante de nós. Isso não minimiza Jesus, não o torna menos importante, nem fragmenta sua comunhão com Deus, pelo contrário, o exalta e engrandece sua missão.

Jesus é o guia e modelo da humanidade, o espírito mais perfeito que Deus concedeu ao homem conhecer. Segui-lo, é o nosso dever. Manter seus ensinos como ele nos legou e praticá-los em todas as situações da vida, é o que devemos fazer. Não esqueçamos: Jesus é o caminho, a verdade e a vida, e somente através dele estaremos com Deus, nosso Pai.

Verdadeiro defensor dos fracos e oprimidos, Jesus teve uma vida simples e honesta, para que seu exemplo fosse a força maior de seu ensino, mostrando que, enquanto encarnados, necessitamos das coisas materiais para viver, mas que não devemos tomá-las à força, em prejuízo do próximo e ferindo a lei divina. Quem assim procede terá de ajustar contas com o Criador, passando por expiações que são a consequência dos atos cometidos, ou seja, tendo de encarar, mais cedo ou mais tarde, a lei de causa e efeito.

Assim compreendemos que o melhor a fazer é equilibrar as coisas materiais com as coisas espirituais, mas fazendo com que as últimas sejam regentes das primeiras. Os bens espirituais sempre nos acompanharão, como patrimônio imperecível, que a traça não ataca e a ferrugem não consome.

Os brandos, os pacíficos e os mansos herdarão a Terra do futuro, onde o amor predominará e somente os bons estarão nela reencarnados. E não queremos, porventura, estar entre eles? Estaremos se seguirmos Jesus e vivermos seus ensinos.

A visão espírita sobre Jesus deve nortear o trabalho realizado pelo serviço de evangelização da família, alcançando crianças, jovens e adultos, realizado pelos centros espíritas.


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