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Mostrando postagens de abril, 2008

Saúde humana

A epidemia de dengue no Rio de Janeiro, não apenas na capital, mas igualmente nos municípios da baixada fluminense, mostra cruelmente como estamos insensíveis para com o outro. O vizinho com seu vizinho, o familiar com seu familiar, o médico com o paciente, a autoridade pública com o povo. Todo mundo fala, pede, exige, chora... mas trabalhar efetivamente no combate ao mosquito transmissor e no tratamento dos infectados... aí já é outra história. O prefeito da cidade maravilhosa diz que rezou para que os mosquitos fossem levados pelos santos protetores para alto mar, enquanto mantém fechado o Hospital de Acari. As forças armadas limitam-se a abrir tendas de hidratação, quando possuem hospitais de campanha já utilizados anos atrás. O governo estadual gasta dinheiro emergencial para pagar médicos vindos de outras regiões do país, mas não contrata em definitivo os profissionais de saúde que a rede necessita. E todos se acusam: a população acusa o governo de descaso, o governo acusa a popul

Ética

Após um dia de trabalho, o pai estava no aconchego do lar assistindo o noticiário televisivo, ao lado da esposa e dos filhos. Em certo momento assistiu reportagem sobre desvio de verba pública envolvendo administradores públicos e representantes políticos. Indignado, disse aos filhos: "Isso é uma pouca vergonha, um absurdo, parece que todos eles são corruptos, é uma imoralidade". E arrematou: "E quase não estou aqui para lhes falar isso". Instado pelos filhos a uma explicação, disse: "É que quando vinha para casa um guarda me parou e queria me multar, tive que escorregar um dinheiro para me livrar". Para esse pai, desviar verba pública é corrupção, é desonestidade. Corromper o guarda de trânsito é ser esperto, é sair no lucro, evitando uma multa mais cara que a chamada propina. Entretanto, no pequeno ou no grande, a questão não é a mesma? Pode parecer muito conveniente adaptar a ética aos próprios interesses, mas em continuando assim estamos reforçando inv