Adolescência, Gravidez e Escola
A Agência Brasil envia a seguinte notícia:
"Gravidez na adolescência afasta jovens das salas de aula - Nem a metade dos adolescentes de 15 a 17 anos está matriculada no ensino médio, etapa escolar indicada para essa faixa etária, e 18% estão fora da escola. O quadro pode ser ainda mais pessimista para as jovens. Quando cadernos e livros dão lugar às fraldas e mamadeira, boa parte das mães adolescentes acaba desistindo da escola. Segundo informações do Ministério da Educação, um terço das jovens nessa faixa etária que estão fora da escola já é mãe".
A notícia possui dois conteúdos distintos. Primeiro, que menos da metade dos jovens está matriculada no ensino médio. Segundo, que das jovens que estão fora da escola, o motivo é a gravidez.
O que acontece entre o ensino fundamental e o ensino médio? Por que, historicamente, perdemos aproximadamente metade dos alunos na passagem entre esses dois segmentos do ensino? Os anos passam, os projetos pedagógicos mudam, gerações se sucedem nos bancos escolares, e continuamos com uma grande defasagem, conforme atestam os dados disponibilizados pelo Ministério da Educação.
Na minha época de estudante escolar - ainda peguei o antigo primário - era preciso fazer um ano de curso de admissão, realizar as provas e, caso aprovado, ingressar no antigo ginasial, hoje segundo segmento do ensino fundamental. Fazer o ginásio era uma glória, uma honra, e depois, ingressar no curso colegial, atual ensino médio, era coroar com brilhantismo os estudos. A faculdade ainda era vista como opção para poucos, com o famigerado vestibular eliminando a maioria. No meio desse caminho a lei mudou e os cursos primário e ginasial foram unidos no 1º grau, com o fim da admissão. Agora temos a educação infantil, o ensino fundamental, o ensino médio e o ensino superior. Palavras diferentes, realidades não muito diferentes.
A chave da questão está na qualidade do ensino que as escolas oferecem, e na interação social que estimulam. Com o crescimento absurdo das chamadas comunidades, antigas favelas, temos uma expressiva parcela da população vivendo uma segmentação social discriminatória, que envolve os jovens no mundo das drogas, da violência, do subemprego e da sexualidade sem controle. E eis a gravidez, levando meninas a partir dos 12 anos a serem mães.
A necessidade da orientação sexual no currículo é uma demanda ainda não atendida, e isso ocorre porque não conseguimos responder uma grave e profunda pergunta: Quem vai exercer a orientação sexual dos jovens dentro da escola? E mais: Qual adulto está preparado para exercer essa orientação? Quais serão os parâmetros norteadores desse trabalho? E como envolver pais e responsáveis num tema considerado por muitos um verdadeiro tabu?
Será que a gravidez na adolescência pode ser resolvida com a distribuição gratuita de preservativos? E isso resolve a promiscuidade sexual?
Alguns educadores querem que a escola se adapte a essa realidade, construindo creche, permitindo tempo adequado para amamentação dos filhos por parte das alunas-mães. Não cremos que essas atitudes sejam solução. Atenderão paliativamente a situação estabelecida, mas não podem ser classificadas como ações pedagógicas de prevenção.
Enquanto não tivermos um olhar profundo sobre a questão, estabelecendo padrões morais para orientação da sexualidade, ficaremos na superfície, com medidas paliativas.
Pensemos nisso!
"Gravidez na adolescência afasta jovens das salas de aula - Nem a metade dos adolescentes de 15 a 17 anos está matriculada no ensino médio, etapa escolar indicada para essa faixa etária, e 18% estão fora da escola. O quadro pode ser ainda mais pessimista para as jovens. Quando cadernos e livros dão lugar às fraldas e mamadeira, boa parte das mães adolescentes acaba desistindo da escola. Segundo informações do Ministério da Educação, um terço das jovens nessa faixa etária que estão fora da escola já é mãe".
A notícia possui dois conteúdos distintos. Primeiro, que menos da metade dos jovens está matriculada no ensino médio. Segundo, que das jovens que estão fora da escola, o motivo é a gravidez.
O que acontece entre o ensino fundamental e o ensino médio? Por que, historicamente, perdemos aproximadamente metade dos alunos na passagem entre esses dois segmentos do ensino? Os anos passam, os projetos pedagógicos mudam, gerações se sucedem nos bancos escolares, e continuamos com uma grande defasagem, conforme atestam os dados disponibilizados pelo Ministério da Educação.
Na minha época de estudante escolar - ainda peguei o antigo primário - era preciso fazer um ano de curso de admissão, realizar as provas e, caso aprovado, ingressar no antigo ginasial, hoje segundo segmento do ensino fundamental. Fazer o ginásio era uma glória, uma honra, e depois, ingressar no curso colegial, atual ensino médio, era coroar com brilhantismo os estudos. A faculdade ainda era vista como opção para poucos, com o famigerado vestibular eliminando a maioria. No meio desse caminho a lei mudou e os cursos primário e ginasial foram unidos no 1º grau, com o fim da admissão. Agora temos a educação infantil, o ensino fundamental, o ensino médio e o ensino superior. Palavras diferentes, realidades não muito diferentes.
A chave da questão está na qualidade do ensino que as escolas oferecem, e na interação social que estimulam. Com o crescimento absurdo das chamadas comunidades, antigas favelas, temos uma expressiva parcela da população vivendo uma segmentação social discriminatória, que envolve os jovens no mundo das drogas, da violência, do subemprego e da sexualidade sem controle. E eis a gravidez, levando meninas a partir dos 12 anos a serem mães.
A necessidade da orientação sexual no currículo é uma demanda ainda não atendida, e isso ocorre porque não conseguimos responder uma grave e profunda pergunta: Quem vai exercer a orientação sexual dos jovens dentro da escola? E mais: Qual adulto está preparado para exercer essa orientação? Quais serão os parâmetros norteadores desse trabalho? E como envolver pais e responsáveis num tema considerado por muitos um verdadeiro tabu?
Será que a gravidez na adolescência pode ser resolvida com a distribuição gratuita de preservativos? E isso resolve a promiscuidade sexual?
Alguns educadores querem que a escola se adapte a essa realidade, construindo creche, permitindo tempo adequado para amamentação dos filhos por parte das alunas-mães. Não cremos que essas atitudes sejam solução. Atenderão paliativamente a situação estabelecida, mas não podem ser classificadas como ações pedagógicas de prevenção.
Enquanto não tivermos um olhar profundo sobre a questão, estabelecendo padrões morais para orientação da sexualidade, ficaremos na superfície, com medidas paliativas.
Pensemos nisso!
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