Os planos de governo e a educação

Uma leitura dos planos de governo e dos discursos dos candidatos à Presidência da República e dos Governos Estaduais revela que a educação, sempre ela, não é prioridade para nenhum candidato. Não que a educação não esteja contemplada nos planos já disponibilizados para o eleitor, pois ela ali está, mas a abordagem não é de profundidade, atem-se mais às questões do ensino escolar e, muitas vezes, são abordagens genéricas, quando se fala da educação mas não se define exatamente qual é o entendimento sobre a questão, nem se define com transparência as ações.

Os velhos discursos políticos repletos de chavões e promessas, não faltam. E a saúde, o transporte, a economia, a segurança pública ganham destaque, esquecendo-se os candidatos que todas essas coisas, para realmente funcionarem a contento, precisam da educação, e não estamos aqui falando dessa edeucação escolar que leva em conta apenas o português e a matemática nos exames nacionais. Que adianta termos jovens diplomados no ensino superior, se serão corruptos, desonestos ou indiferentes?

A prioridade da administração pública deveria ser a educação moral, fazendo com que as escolas, em conjunto com as famílias, trabalhassem também o desenvolvimento do senso moral, o exercício da cidadania, a valorização da vida, a ética no comportamento social, enfim, o desenvolvimento das virtudes. E para isso não é necessário criar mais disciplinas, inserir mais matérias para estudar. É preciso, isso sim, mudar o pensamento filosófico que rege a educação em nosso país e dar uma nova dinâmica à escola, pois senso moral, ética e virtudes não devem ser conteúdo de mais uma aula, devem estar presentes em todo o currículo e em todas as ações pedagógicas, com ampla participação dos educandos.

Para os que consideram isso um discurso bonito mas utópico, recomendamos conhecer o trabalho vitorioso de José Pacheco, conhecido pela Escola da Ponte, e agora à frente do Projeto Âncora, em Cotia/SP. E também conhecer o trabalho do Tião Rocha, lá nas Minas Gerais. Igualmente, o trabalho das Escolas Waldorf (temos várias no Brasil). E a Escola do Sentimento, projeto do Instituto Brasileiro de Educação Moral, do qual fazemos parte.

Quando nossos políticos e administradores públicos vão priorizar a educação, começando pela educação de si mesmos, para que esse quadro de corrupção, desvio de verbas, favorecimentos ilícitos, formação de grupos econômicos excludentes e tantas outras coisas do mesmo teor, parem de machar nossa história?

Aguardamos uma postura mais ética, consciente e cidadã por parte de todos, deixando de lado a política partidária, que mina a saúde da estrutura político-administrativa de nosso país, para pensar e trabalhar pelo povo que fez a escolha e colocou um voto de confiança em quem deveria representá-lo.

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