Um olhar para o futuro
Esperança
é sentimento que nos permite vislumbrar a possibilidade de
realização de um desejo.
Esperança é ter confiança na
concretização de algo melhor para nós e para os outros. Esperança
é crer que resultados positivos acontecerão com o tempo por força
de eventos e circunstâncias a partir de ações concretas pessoais e
coletivas. A esperança se alimenta da fé e da perseverança, mesmo
que tudo pareça estar ao contrário do que se deseja. A esperança
não fica simplesmente esperando, ela realiza, pois quem vislumbra
algo melhor deve fazer todos os esforços em tornar realidade o que é
ainda apenas um sonho. Há esperança de dias melhores para a
humanidade? Existe esperança para o entendimento entre os homens?
Na
década de 1960 fomos assaltados por uma revolução cultural sem
precedentes e pela invasão da tecnologia, dando vazão à robótica
e cibernética, fazendo com que muitos acreditassem ser esse caminho
a ruína da humanidade, que seria em breve tempo dominada por robôs,
androides e computadores desprovidos de sentimentos, escravizando os
seres humanos. Nada disso aconteceu. A inteligência artificial é
domínio dos homens e é totalmente dependente da sua programação,
feita pelos humanos.
Durante
muito tempo tivemos a sombra da “guerra fria” e do extermínio
humano através da ameaça atômica pairando sobre as coletividades,
mas prevaleceram o bom senso, o diálogo e os acordos de paz, pois
nunca perdemos a esperança de dias melhores.
A
devastação do planeta com o desequilíbrio do meio ambiente também
se tornou uma grave ameaça, trazendo consequências ruins para a
vida, entretanto o mesmo ser humano que destrói é o que se
conscientiza da importância da preservação e da correção de
rumos.
Sim,
sempre há esperança.
No
dizer de Erch Fromm, em sua obra A
Revolução da Esperança,
“Ter
esperança significa estar pronto a todo momento para aquilo que
ainda não nasceu e todavia não se desesperar se não ocorrer
nascimento algum durante nossa existência. (…) Ter esperança é
um estado de ser. É uma disposição interior. (…) No homem, a
esperança está ligada a sentimentos e a um estado de ser
consciente”.
Estamos
diante de uma humanidade com muitos paradoxos: comunicação global
instantânea e ao mesmo tempo milhões de pessoas na miséria;
pedidos de paz nas relações humanas e guerras espalhadas por várias
nações; ações humanitárias de organizações não governamentais
e corrupção envolvendo autoridades públicas. E poderíamos
continuar essa lista colocando lado a lado muitas coisas boas com
muitas coisas ruins. Isso nos mostra que, realmente, o mundo está
precisando de mudança, e mudança para melhor, onde não tenhamos
tantas desigualdades, tantas contradições.
A pergunta que se faz é o que eu posso fazer para mudar o mundo, ou
seja, o que eu, individualmente, posso fazer, mesmo não tendo em
minhas mãos o poder que certas pessoas têm de conseguir mobilizar
os meios de comunicação, ou não tendo autoridade política para
tomar decisões que impactam boa parcela da humanidade. O que eu, uma
pessoa comum, posso fazer? Diante dessa pergunta talvez muitas
pessoas pensem que, se podem fazer alguma coisa, essa alguma coisa
seria bem pequena e nada impactante para realmente poder mudar o
mundo. Será isso uma verdade?
Somos parte de uma coletividade e nossa ação individual é muito
importante, pois a soma das ações individuais e dos pensamentos
direciona a coletividade à qual pertencemos, a influencia em maior
ou menor escala, então não podemos ficar acomodados e omissos,
ainda mais diante das tecnologias de comunicação hoje disponíveis,
que nos conectam de forma instantânea, como podemos constatar com as
redes sociais. Quantas vezes já não assistimos uma ação
individual numa rede social viralizar e se tornar um fenômeno
mundial? Mas podemos, igualmente, mobilizar a vizinhança para uma
ação coletiva na comunidade em que vivemos. Existem mil modos de
agirmos para melhora da sociedade e, portanto, da humanidade.
Olhe para o futuro e lembre-se que ele depende da esperança ativa que você aciona nos dias atuais.
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