Postagens

Mostrando postagens de abril, 2020

A criança quer explicações

L embro a existência , em meus tempos de adolescente, de uma enciclopédia que muito me ajudou nos estudos e nas descobertas sobre a vida, enciclopédia famosa naqueles tempos, o "Tesouro da Juventude". Estou com essa lembrança porque em seu último volume, se não me engano, ele trazia o "livro dos porquês", com centenas de perguntas iniciando com essa indagação e suas respostas. Lendo, eu sabia o porque disso e daquilo, compreendendo desde fenômenos da natureza até fenômenos sociais. Tenho, confesso, saudade desse tipo de literatura quando vejo pais e mães darem ordens a seus filhos, ou responderem às suas indagações com monossílabos ou a famosa expressão "porque eu estou mandando!". Não sabem esses pais que a criança necessita de explicação para compreender porque sim ou porque não? Se nós, adultos, necessitamos de explicações para compreender certas situações, certas necessidades, e somos adultos, quanto mais a criança, que não possui o desenvolvi

Para que serve a escola?

Imagem
Após uma visita familiar, dirigi-me ao ponto de ônibus, em subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, e enquanto esperava a condução, assisti crianças de uma escola pública, em algazarra, tomarem conta da rua, saídas do seu turno de estudo em demanda aos seus lares. Meninos e meninas entre sete e dez anos de idade. Atravessavam a rua sem nenhum cuidado. Discutiam, falavam alto, faziam gestos nada amistosos uns com os outros. Observei a fala: gírias, palavras erradas, frases desconexas. Uma menina, aparentando sete ou oito anos, pequenina, utilizava sua mochila como arma, batendo nas costas de um colega e chamando-o para a briga. Felizmente o garoto não aceitou a provocação. E assim continuaram na algazarra, sem respeito aos colegas, às pessoas na rua, até a dispersão natural da volta ao lar. Em outra cena, um amigo relata que as professoras fazem do pátio da escola pública, único local livre para recreação dos alunos, já que não existe uma quadra de esportes, estacio

Pais omissos e permissivos

Imagem
Temos duas categorias de pais que merecem nossa análise por não serem bons modelos para a educação dos filhos. E talvez muitos pais estejam numa dessas categorias, ou em ambas, sem se aperceberem disso. Estou falando dos pais que são omissos, e daqueles outros que são permissivos. Entendamos essas duas categorias de educadores familiares. Os pais omissos são aqueles que pouco esforço fazem para educar os filhos. Consideram que são pequenos, são crianças, devem mais é brincar e ganhar experiência sozinhos, para mais rápido saberem “se virar” e não dar mais trabalho. Esses pais ignoram o que seja educar, ou, por preguiça, por não quererem sair de seu próprio mundo, pouco esforço fazem para orientar e/ou corrigir os filhos, mesmo porque isso dá trabalho. Quando os filhos crescem e entram pela adolescência, têm resposta na ponta da língua para pouco se esforçarem em sua educação: “Não adianta falar, eles não obedecem”. Esses pais omissos precisam se perguntar qual a razão dos filh

Educação para cidadania começa em casa

Imagem
Relendo o livro Quem Ama, Educa!, de Içami Tiba, encontrei este significativo pensamento: “Quando um filho ganha sem esforço um brinquedo, depois outros, e vai recebendo tudo o que quer sem despender um mínimo esforço nem um merecimento, acaba não valorizando o que ganha. Sem custos, os benefícios gratuitos aleijam o desenvolvimento dos filhos. A distorção educativa é que o filho se sente no direito de ter os benefícios e passa a exigi-los sem custo. A verdadeira educação é inspirar os filhos a lutar pelo que querem, fazer-se merecedores das conquistas que são premiadas. Os pais não devem dar tudo seguindo seus próprios desejos ou porque têm condições de dar, mas devem oferecer as coisas de que os filhos realmente precisam. É a partir da demasia que vem a desvalorização e o desperdício material e a falsa autoestima de bem estar.” Os pais não devem aceitar as birras dos filhos e acharem que se não fizerem suas vontades estarão traumatizando os filhos, se assim agirem n