Toda guerra é prejudicial
Como sempre, assistimos um jogo de empurra, sem que ninguém assuma suas responsabilidades no contexto da educação. A família acusa a escola que, por sua vez, acusa a família. Os professores se queixam dos pais que, por outro lado, se queixam dos professores. Pais e professores se queixam das autoridades públicas, que, para se eximir de suas responsabilidades, se queixam da situação econômica, e assim vão as desculpas, às vezes esfarrapadas ou muito gastas de tanto que são usadas.
A educação nunca foi prioridade em nosso país, embora o Mistério da Educação tenha a maior verba entre todos os ministérios. Todos sabem que prevalecem critérios políticos regidos pelos partidos da base governamental na utilização das verbas, e não apenas no patamar federal, mas igualmente nas esferas estaduais e municipais.
Como a educação é vista como sinônimo de escola, pensam alguns que basta construí-las, equipá-las minimamente e nelas colocar professores mal pagos para cumprir com a lei e deixar a consciência tranquila. Isso é, ao mesmo tempo, miopia governamental e suicídio social.
Toda nação que coloca em segundo ou terceiro plano a educação se vê às voltas com altos índices de violência, miséria, corrupção e injustiça. Basta verificar a história humana para se dar conta disso. Basta analisar a história do nosso Brasil, sempre às voltas com esses quatro índices.
A guerra entre família e escola, pais e professores não tem razão. Nada há que justifique tal situação. Tanto a família quanto a escola são as instituições humanas promotoras da educação e, portanto, devem se dar as mãos, devem se unir no esforço comum de melhor educar as novas gerações.
A família é feita por pessoas. A escola é feita por pessoas. Muitos pais são professores, muitos professores são pais. O filho é um ser humano, assim como o aluno também é um ser humano. Muitos filhos são alunos, e todo aluno é filho de alguém.
Hoje em dia esse quadro é ainda mais amplo, pois junto dos pais temos que colocar os outros responsáveis, como avós e tios. Junto aos professores temos que colocar outros profissionais, como pedagogos e psicólogos. Temos, na verdade uma rede educacional com várias pessoas, cada qual exercendo seu papel, sua função, mas não de forma isolada, e sim com união, com troca, com colaboração.
Que a escola abra generosamente a porta, os espaços, os procedimentos e atividades para os pais. Que os pais interajam com interesse na escola, junto aos professores, para o melhor pela educação.
Esse é o caminho para que a escola se transforme numa verdadeira comunidade de aprendizagem, finalmente entendendo pais e professores que, na verdade, todos são educadores.
E assim mais uma guerra ficará no passado da humanidade.
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