segunda-feira, 24 de abril de 2023

Jesus, o educador de almas

Na história da humanidade não houve ninguém como ele. De todos os títulos que lhe quiseram dar, aceitou apenas um: Mestre. E assim se fez. Primeiro, porque foi exemplo de tudo aquilo que ensinou, mostrando a força da autoeducação, da conquista de si mesmo. Segundo, porque soube respeitar o potencial de cada pessoa que por ele passou, tornando-os seus educandos. Terceiro, porque sua didática foi perfeita, utilizando um método de ensino que revela procedimentos pedagógicos nunca antes utilizados, e que até hoje espantam os estudiosos da educação. Estamos falando de Jesus, o Cristo, o enviado de Deus, o Messias anunciado pelos profetas do antigo povo judeu. Sua presença na Terra dividiu a história em antes e depois dele, tal a sua magnitude, dando-nos o maior livro de pedagogia já visto: o Evangelho.

Para muitos pedagogos e doutores em educação é mera pretensão nossa classificar Jesus como educador, como mestre, mas um estudo isento de sua vida e obra revela estarmos diante de um ser único, transcendente e eminentemente voltado à educação, tanto individual quanto coletiva. E não estamos sozinhos. Eminentes educadores e pesquisadores assim o classificaram, como Price, Gal, Riboulet, Monroe, Larroyo, Luzuriaga, Cambi, Bohm, Marrou, todos professores, pesquisadores e autores de consagradas obras sobre a história da educação e da pedagogia. O espanto da maioria é que normalmente Jesus é considerado como uma questão exclusiva da religião, o que não é verdade, pois ele é, antes de tudo, um humanista que nunca fundou uma religião,

Jesus tinha visão integral do ser humano e tudo ligava a Deus, nosso Pai e Criador, concitando a todos transcendessem leis e regras humanas, fossem sociais, administrativas ou religiosas, entendendo igualmente a vida imortal e a reencarnação, sobre a qual não deixou dúvidas, ensinando categoricamente a necessidade de nascer de novo e afirmando que João Batista era o Elias que haveria de vir, ou seja, era a reencarnação do antigo profeta judeu.

Eis algumas passagens em que vemos Jesus como verdadeiro mestre:

Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”.

Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.

Ame seus inimigos, faça o bem para aqueles que te odeiam, abençoe aqueles que te amaldiçoam, reze por aqueles que te maltratam. Se alguém te bater no rosto, ofereça a outra face”.

O olho é a lâmpada do corpo. Se teu olho é bom, todo o teu corpo se encherá de luz. Mas se ele é mau, todo teu corpo se encherá de escuridão. Se a luz que há em ti está apagada, imensa é a escuridão”.

Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos”.

Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado”.

Bem aventurados os pobres de espírito pois é deles o reino dos céus”.

Ame o próximo como a ti mesmo”.

Aquele entre vós que não tenha pecado seja o primeiro a atirar uma pedra”.

Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles”.

São ensinamentos profundos de ordem moral, universais e para todos os tempos, caracterizando Jesus como um grande educador, na verdade o maior educador que a humanidade já viu em ação, um educador de almas.


segunda-feira, 17 de abril de 2023

A belíssima doutrina do anjo da guarda

Ao estudarmos o Espiritismo nos deparamos com a questão da existência ou não do Anjo da Guarda, o espírito que, conforme várias crenças, teria a missão de proteger o ser humano. Allan Kardec não fugiu ao assunto e dialogou com os Espíritos Superiores sobre essa figura, se ela seria real ou mitológica, conforme vemos nas questões 489 a 521 de O Livro dos Espíritos, e ficamos sabendo que além do Anjo da Guarda, sempre um espírito superior, existem também os espíritos protetores e os espíritos familiares ou simpáticos. Vamos focar neste texto exclusivamente o Anjo da Guarda.

Na questão 490 é feita a seguinte pergunta: Que se deve entender por anjo da guarda? Resposta: O espírito protetor de uma ordem elevada. Na sequência, questão 491, pergunta Kardec: Qual a missão do espírito protetor? Recebendo a seguinte resposta: A de um pai para com os filhos: conduzir o seu protegido pelo bom caminho, ajudá-lo com os seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, sustentar sua coragem nas provas da vida.

É, sem dúvida, uma bela missão, cumprindo uma ordem de Deus, cumprimento esse que faz com todo amor e devoção, auxiliando aquele que lhe é inferior para que consiga crescer em moralidade e espiritualidade. Ele não faz pelo seu protegido, o auxilia para que este, com seu livre arbítrio e sua força de vontade possa vencer os obstáculos e mais rápido chegar à perfeição.

Merece igualmente destaque a questão 495, especialmente a resposta assinada em conjunto por São Luís e Santo Agostinho, toda ela de uma beleza poética profunda:

Há uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos, por seu encanto e por sua doçura: a dos anjos da guarda. Pensar que tendes sempre ao vosso lado seres que vos são superiores, que estão sempre ali para vos aconselhar, vos sustentar, vos ajudar a escalar a montanha escarpada do bem, que são amigos mais firmes e mais devotados que as mais íntimas ligações que se possam contrair na Terra, não é essa uma ideia bastante consoladora? Esses seres ali estão por ordem de Deus, que os colocou ao vosso lado; ali estão por seu amor, e cumprem junto a vós todos uma bela mas penosa missão. Sim, onde quer que estiverdes, vosso anjo estará convosco: nos cárceres, nos hospitais, nos antros do vício, na solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma recebe os mais doces impulsos e ouve os mais sábios conselhos.

Sancionando a doutrina dos anjos da guarda, o Espiritismo esclarece que eles não seres à parte criados por Deus já perfeitos, são espíritos criados simples e ignorantes, como quaisquer outros, que fizeram sua caminhada evolutiva até chegar na posição de espíritos puros ou perfeitos, aproximando-se de Deus, do qual cumprem diretamente suas ordens por todo o universo.

Para que não ficasse nenhuma dúvida sobre a possibilidade da existência deles e de como podem cumprir sua belíssima missão, Allan Kardec esclarece em comentário à questão 495 de O Livro dos Espíritos:

A doutrina dos anjos da guarda velando pelos protegidos, apesar da distância que separa os mundos, nada tem que deva surpreender; pelo contrário, é grande e sublime. Não vemos sobre a Terra um pai velar pelo filho, ainda que esteja distante, e ajudá-lo com seus conselhos através da correspondência? Que haveria de admirar em que os Espíritos possam guiar, de um mundo ao outro, os que tomaram sob a sua proteção, pois se, para eles, a distância que separa os mundos é menor que a que divide os continentes, na Terra? Não dispõem eles do fluido universal, que liga todos os mundos e os torna solidários, veículo imenso da transmissão do pensamento, como o ar é para nós o veículo da transmissão do som?

Não esqueçamos que temos um Anjo da Guarda. Lembremos dele, dirijamos nosso pensamento a ele, oremos por sua intercessão, não apenas nos momentos aflitivos, mas em todos os momentos, para que ele possa ter o canal da sintonia conosco aberto. O Anjo da Guarda nunca nos abandona, apenas se afasta quando vê que seus conselhos não são seguidos, deixando ao seu protegido as consequências do uso do livre arbítrio, voltando ao mesmo quando este, num ato de humildade, suplica pelo socorro divino.

Não importa quem ele seja, assim como também pouco importa se não sabemos seu nome. Importante é ter a certeza de que ele está a serviço do nosso bem. A nós compete lembrar de sua existência, do seu amor por nós, para que assim ele possa melhor cumprir sua missão, encorajando-nos e sustentando-nos rumo ao destino maior para o qual fomos criados: a perfeição!


segunda-feira, 10 de abril de 2023

Séria reflexão sobre a vida

Temos notícia da existência de projetos de legalização do aborto em vários países, assim como de sua aprovação em outros.. Embora muitas mulheres comemorem, considerando ser a legalização do aborto um avanço no campo dos direitos, na visão espiritualista da vida consideramos que, em verdade, é um retrocesso, pois o feto em desenvolvimento possui uma alma que a ele está ligada, e que merece ter a oportunidade existencial, como nós a merecemos.

Alegar que o aborto sempre existiu, e por isso deve ser legalizado, é o mesmo que afirmar que o crime sempre existiu, que as drogas sempre existiram, e assim por diante, e, portanto, também deveriam ser legalizados, o que caracteriza uma inversão de valores, alegando-se uma justificativa que não se justifica em si mesma.

É muito fácil para quem teve o direito de nascer e viver, querer abortar, não permitindo que o outro, indefeso, tenha o mesmo direito.

Também temos que lembrar que todos estamos sujeitos ao esgotamento das energias físicas, pois a juventude não é duradoura para sempre, e que viver no prazer das sensações da sexualidade cobra o seu preço, mais cedo ou mais tarde, quando nos veremos isolados, sozinhos, sem filhos e netos que possam nos amparar.

Ainda nesta questão entra a reflexão sobre os métodos contraceptivos, com a pergunta que normalmente homens e mulheres não querem encarar: por que não são utilizados, evitando-se assim a gravidez?

As autoridades cristãs devem se manifestar, fazendo a defesa da vida, contrapondo o pensamento espiritualista sobre a vida, onde o aborto é um crime hediondo, se posicionando em defender a existência da alma antes do nascimento.

Se nós, espíritas, não levantarmos a voz em defesa da vida, daqui a pouco projetos de lei liberando o aborto, a eutanásia e a pena de morte vão começar a ser aprovados em diversos países, na esteira dessa aprovação do crime do aborto.

Caso essas liberações aconteçam, será um retrocesso da sociedade humana em sua caminhada progressiva para ser uma verdadeira civilização, permitindo que o primitivismo e a barbárie, que o egoísmo e o sensualismo vençam, nos afastando da predominância do bem e do amor que caracterizam o mundo de regeneração, estágio que devemos alcançar.

Sim, o aborto é um crime hediondo. É ceifar a vida da alma que está se preparando para reencarnar. É tirar dessa alma a possibilidade de realizar novos aprendizados, de reparar o mal cometido em outras existências, e de fazer sua parte no progresso da humanidade.

A vida pertence a Deus e, portanto, somente ele pode decidir sobre a mesma.

Não nos acomodemos ou acovardemos diante da astúcia, da ganância, da hipocrisia, dos interesses mesquinhos, das paixões e do crime. Levantemos a bandeira em defesa da vida, esclarecendo e pautando ações contra a legalização do aborto, esclarecendo as consciências e sensibilizando os corações, dizendo bem alto que a vida não se encerra no nascer, viver e morrer, mas sim que a vida é nascer, renascer, progredir sempre, aqui na Terra como no mundo espiritual, pois que a morte não existe, somos almas ou espíritos, e que tudo o que fazemos repercute, tem consequências, perante a lei divina, pois a cada um é dado segundo suas obras.

Enviemos nossas orações a Deus, para que ele, em sua infinita misericórdia, nos perdoe por esse atentado contra a vida.

segunda-feira, 3 de abril de 2023

A questão do livre arbítrio e da responsabilidade

Quando estudamos o Espiritismo logo nos deparamos com a questão do uso do livre arbítrio, com a liberdade que temos em dirigir nossa própria vida, mas também com a determinação divina de assumirmos as responsabilidades, ou consequências, pelas escolhas que fazemos, quer sejam de caráter individual ou social. Muitas pessoas se contrapõem a isso alegando duas coisas principais: a existência de um planejamento reencarnatório que estabelece com antecedência os fatos existenciais, e o consequente fatalismo na figura do karma, daquilo que já estava escrito, já estava planejado e não pode ser alterado.

Karma não é uma palavra do vocabulário espírita, e à luz do Espiritismo não pode ser entendida e empregada na sua conceituação original mantida pelo Budismo, ou seja, não pode ser utilizada significando algo já previsto e que vai acontecer quer queiramos ou não, como uma fatalidade determinada por Deus. Fatal, para a Doutrina Espírita, somente a morte, da qual nenhum ser humano escapa, mesmo assim não sabemos quando ela acontecerá, nem como vamos morrer, o que depende, por mais paradoxal que pareça, de como estamos vivendo aqui no mundo material, ou seja, voltamos à questão do uso do livre arbítrio.

Sabemos que podemos adiantar ou retardar o momento da morte. Os que não cuidam da saúde orgânica e mental podem morrer antes do previsto, antes da hora, ou pelo menos estão mais sujeitos a esse acontecimento. Os que estão no esforço de se melhorarem moralmente e preocupados em melhorar a coletividade, podem ganhar mais tempo para concluir suas benéficas ações. Tudo é relativo, pois tudo depende do livre arbítrio. Nada está escrito, fechado, sancionado irremediavelmente e não ser passível de modificação. Se assim fosse seríamos quais robôs obedecendo uma programação e nada mais. Não somos uma máquina. Somos Espíritos dotados de inteligência e sentimento, pensando, sentindo e agindo, tomando decisões, pois carregamos conosco o livre arbítrio, a razão, a vontade, por isso somos construtores de nós mesmos no percurso em direção à perfeição.

Se a responsabilidade não acompanhasse o livre arbítrio, tudo poderíamos fazer sem nos importar com as consequências, mas com isso estabeleceríamos o caos na vida. Para evitar isso é que livre arbítrio e responsabilidade estão entrelaçadas, como determina a sabedoria divina. Esse entendimento é antigo na história humana, mas por ignorância dos verdadeiros mecanismos da lei divina, inventamos a existência de um tribunal que nos aguarda depois da morte e que irá fazer nosso julgamento, determinando se vamos para o céu ou para o inferno.

O Espiritismo acabou com essa falsa ideia. Não existe tribunal celestial verificando nossa ficha e determinando nossas penas ou recompensas. Esse tribunal é o da consciência, onde a lei divina está gravada. É na consciência, da qual não podemos fugir, onde estão gravadas nossas ações, nossos pensamentos, nossos valores, e é ela que automaticamente nos leva ao estado de felicidade ou sofrimento no mundo espiritual. Céu e inferno são estados de consciência e não lugares específicos na dimensão espiritual. Onde nos encontrarmos estaremos intimamente com o nosso céu ou com o nosso inferno, com todas as suas consequências.

Situações físicas ou morais de sofrimento que hoje estamos passando e não encontramos suas causas determinantes nesta existência, são, as mais das vezes, consequências ou reflexos do que fizemos em existências anteriores, ou seja, no hoje estamos arcando com a responsabilidade do uso do livre arbítrio em encarnação passada. Colocados nestes termos pelo Espiritismo, o livre arbítrio e a responsabilidade ficam perfeitamente explicados, sendo que cada um responderá exclusivamente por si, mesmo nos fatos coletivos realizados em grupo, pois a justiça divina é perfeita e não poderia agir de outro modo.

Cuidemos do livre arbítrio, meditando sobre as consequências de nossas ações, para que amanhã não venhamos a ter que nos arrepender amargamente diante das responsabilidades que nossa consciência nos obrigará a assumir.


Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...