Quem são os espíritos?

Na história da humanidade, em todos os tempos e todas as civilizações, não faltam registros de manifestações sobrenaturais, de fenômenos extrassensoriais, transcendentes, deslumbrando o ser humano e até mesmo deixando-o assustado por não compreender o acontecimento. Também não faltam registros da existência de profetas, pitonisas, gurus, pajés e outros, cuja especialidade era receber a palavra dos deuses ou receber conselhos dos mortos. Igualmente são fartos os registros nos livros sagrados da antiguidade sobre a intuição, a crença, mesmo que confusa, da comunicação entre mortos e vivos, o que pressupõe a existência da alma e sua sobrevivência após a morte. Sem conhecer a chave para o que até então se configurava um mistério, os antigos povos dos primeiros tempos da civilização humana envolveram a solução do problema que lhes atiçava a curiosidade, num manto de crendices e ideias esdrúxulas, mas que estavam de acordo com os conhecimentos de então, surgindo daí, por exemplo, a ideia da existência dos fantasmas, embora não se soubesse muito bem quem eram e o que representavam.

Na evolução do conhecimento, as sociedades melhor organizadas deram surgimento a elaborações mais racionais e profundas do pensamento, ampliando os conhecimentos através dos sábios e dos filósofos, embora ainda mantendo a crença politeísta em deuses ora celestiais, ora humanos, ora meio celestiais e meio humanos. No embate entre o pensamento materialista e o pensamento espiritualista sobre a vida, vários foram os pensadores que declararam a crença na existência e sobrevivência da alma, e na comunicação das mesmas, como foi o caso do filósofo grego Sócrates, que afirmava conversar naturalmente com seu daimon, ou seja, com o Espírito que lhe instruía, que lhe aconselhava, sendo que essa palavra, que em português traduz-se por demônio, na época era a indicação da existência dos espíritos, fossem eles bons ou maus.

Impõe-se, então, uma pergunta: afinal, os espíritos existem? E também esta outra pergunta: se os espíritos existem, quem são eles? Diante de fenômenos que sempre aconteceram e estão registrados nas mais diversas culturas e tempos, inclusive extrapolando o meio religioso, precisamos ter resposta convincente, racional, e temos total e plena certeza de responder a essas e outras perguntas através do Espiritismo, doutrina que abrange ao mesmo tempo a ciência, a filosofia e a religião, cujos princípios foram elaborados através da pesquisa séria dos fenômenos mediúnicos, também conhecidos como fenômenos parapsíquicos, paranormais, extrafísicos e assim por diante.

Para o Espiritismo os espíritos, ou almas, são os próprios seres humanos, só que desvestidos da roupagem corporal humana, ou seja, vivendo no mundo espiritual, ou na dimensão espiritual, invisíveis ao nosso olhar mas muito vivos, podendo agir sobre nós e sobre a matéria, através das propriedades do perispírito ou corpo espiritual de que se revestem. Isso quer dizer que nós, que nos denominamos seres humanos, também somos espíritos, momentâneamente encarnados na Terra, sendo que a morte não existe, pois ela é somente a porta de passagem para retorno ao mundo espiritual de onde viemos através do nascimento.

De forma simples e racional, o Espiritismo elucida um dos grandes enigmas da humanidade, deixando claro quem somos, de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos.

E se todos somos seres humanos, apenas em estados diferentes, ora no corpo físico, ora fora dele, isso quer dizer que os espíritos que se comunicam nas reuniões mediúnicas dos centros espíritas são apenas os homens e as mulheres que se encontram do outro lado da vida, na dimensão espiritual; não são entidades sobrenaturais, nem fantasmas, ou qualquer outra coisa equivalente. Nenhum mistério ou coisa do outro mundo acontece nas dependências do centro espírita e nas reuniões dos espíritas, mas apenas o intercâmbio natural, simples, com os familiares e amigos que se encontram na espiritualidade e conversam conosco através dos médiuns, que são pessoas dotadas de faculdades especiais para servirem de intermediários entre seres humanos desencarnados e encarnados.

O estudo do Espiritismo dissipa qualquer dúvida e acaba com o maravilhoso, com o sobrenatural, com o fantasmagórico. Tudo é natural e tem explicação, inclusive a existência e a manifestação dos espíritos.


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