segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

A pessoa perfeita

Por mais possamos procurar, por todos os meios possíveis, uma pessoa dotada de perfeição intelectual e moral aqui na Terra, não a encontraremos, isso porque todos somos pessoas em evolução, em aperfeiçoamento, em construção constante. Somos perfectíveis, mas não somos perfeitos. Não existindo a perfeição em nosso planeta, conclui-se de forma lógica, que nenhuma pessoa, ou seja, nenhum ser humano é infalível, todos estamos sujeitos a equívocos, a erros. E não importa quem seja a pessoa, seu currículo e sua experiência de vida: não existindo perfeição, não existe infalibilidade. A pessoa pode ser militar, engenheiro, jurista, médico, cientista etc, e estará sujeita a cometer erros de apreciação e equívocos de conduta, pois não possui todo o conhecimento, nem conquistou todas as virtudes, que caracterizam a perfeição.

Todos os vícios humanos, físicos e morais, derivam da imperfeição que ainda nos caracteriza, pois estamos reencarnados num mundo de expiações e provas. Espíritos perfeitos não necessitam nem de expiações, pois nada têm a reparar, nem de provas, pois nada tem mais que aprender; quem atingiu a perfeição não encarna num mundo de expiações e provas, a não ser para cumprir missão de auxílio para a humanidade desse mundo. Assim, podemos afirmar com segurança que ninguém neste mundo é dono da verdade, é guia infalível, pois, repetimos, todos somos ainda Espíritos imperfeitos.

É por essa razão que na questão 625 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga se Deus, Pai e Criador, em algum momento da história humana nos ofereceu um guia e modelo, na pessoa de um Espírito encarnado perfeito, e a resposta dos Espíritos é: Jesus!

O esclarecimento é completo. Jesus é Espírito mais perfeito que já esteve a\qui na Terra, e, por esse motivo, é o guia e modelo da humanidade, pois cumpriu sua missão de Enviado de Deus para nos ensinar a lei de amor, ampliando nossa visão sobre nós mesmos e a vida, não apenas esta, material, mas igualmente a espiritual.

Hoje, em tempos de influenciadores digitais, culturais, políticos, religiosos e outros, precisamos tomar muito cuidado, pois entre eles existem muitos falsos profetas, falsos guias e modelos, espalhando mentiras, distorcendo conhecimentos, manipulando as consciências em proveito próprio, escondendo interesses escusos, projetando vícios como se fossem coisas benéficas. Ninguém pode ser alçado a guia dos outros, pois terá muita dificuldade em se manter no pedestal, face às suas imperfeições de caráter. O único guia e modelo que devemos seguir, vamos repetir, é Jesus.

Ao longo da história já nos equivocamos inúmeras vezes, deixando-nos enredar por líderes que somente fizeram o mal, espalhando dor e destruição, e que, na verdade, eram egoístas e hipócritas, e pouco estavam se importando conosco. Não faltam exemplos, e a maioria desses líderes estão registrados nos livros de história, enquanto Jesus, que foi justo e bom, ainda é menosprezado, deixado de lado, olhado com desconfiança, ou entendido como inalcançável.

Jesus esteve conosco e nunca se esquivou de viver com o povo, com todas as pessoas, fossem quem fossem. Ensinou nas praias, nas praças, nas ruas, nos montes, nos templos mais simples, atendendo homens, mulheres e crianças, sem se importar com posição social de quem quer que fosse, pois cumpria a missão de muito nos amar, de nos ofertar a esperança, de esclarecer o funcionamento da misericórdia de Deus, que nunca nos desampara.

Podemos não ser perfeitos, mas isso não impede que tenhamos um encontro com Jesus, e para isso basta nos esforcemos em colocar em prática suas lições, contidas no Evangelho: amar o próximo como a nós mesmos; perdoar as ofensas; amar os inimigos; fazer sempre o bem diante do mal; fazer aos outros somente o que desejamos o que eles nos façam.

Se você está procurando um guia, um verdadeiro líder, um modelo para seguir, esqueça todos os personagens humanos de ontem e de hoje, a não ser um: Jesus Cristo. Siga-O, e você terá um encontro com o seu potencial divino e com a felicidade. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Desavenças em família

Por que ocorrem brigas e discussões na família? Por que, muitas vezes, é tão difícil manter a harmonia na convivência familiar? Por que alguns familiares chegam mesmo a se odiar? Por que ainda assistimos tragédias acontecerem, levando inclusive à morte, entre membros de uma mesma família? Tais são as perguntas que sociólogos, psicólogos e outros especialistas se fazem, procurando respostas em pesquisas que nem sempre trazem respostas satisfatórias, pois falham ao não adentrarem no campo moral e na realidade espiritual do ser humano.

A Doutrina Espírita, por considerar que o ser humano é um Espírito em evolução dotado de todo o potencial divino intelectual e emocional, que vai desenvolvendo através das experiências reencarnatórias, esclarece que as dissensões familiares estão vinculadas ao grau maior ou menor de egoísmo e orgulho que ainda trazemos, resquícios dos vícios e paixões que cultivamos em existências passadas, formalizando laços de afeto ou desafeto com os outros, e que agora nos reunimos na família para acertar as diferenças, para reparar os erros cometidos, utilizando para isso a ferramenta do amor, que nos solicita o exercício do perdão, da compreensão, da fraternidade e da solidariedade. Acontece que não é fácil, pois ainda nos deixamos arrastar pela tendência ao egoísmo e ao orgulho, as duas grandes chagas morais que caracterizam a humanidade.

Através da reencarnação, Deus nos proporciona nova oportunidade existencial, colocando na família aqueles com os quais precisamos revisitar os laços que nos unem. Se são laços de desafeto, de inimizade, estamos juntos para tentar deixar no passado os erros cometidos, procurando na convivência doméstica no lar, refazer esses laços para que se tornem de afeto. Mas também nos encontramos com aqueles a quem amamos e que nos amam, pois não estamos aqui apenas para sofrer. Deus é bom, justo e misericordioso, não esqueçamos disso.

O que acontece é que normalmente sempre culpamos o outro, ou os outros, pelos problemas na convivência familiar, sempre nos desculpando, nos isentando. Fulano é que é teimoso. Fulana é que é fofoqueira. Não olhamos para nós, não damos conta de nós próprios, exigindo que o outro reveja sua vida, seus pensamentos e suas ações, que ele se modifique, se melhores, pois ele é o problema. Será?

Uma moeda possui dois lados com estampas diferentes, ou seja, embora seja uma moeda, cada lado possui uma imagem diferente. Utilizemos a moeda como exemplo. Na constituição da família, dois seres se unem para que, depois, venham os filhos. E ainda temos os avós, os tios e assim por diante. Juntos formam o núcleo família, mas ninguém perde sua individualidade, são estampas ou imagens diferentes, como na moeda. É impossível exigir que os membros da família sejam iguais, concordem sempre em tudo, pois são Espíritos em evolução, cada um no seu grau de progresso, tanto intelectual quanto moral, portanto, as diferenças sempre existirão. A questão é saber conviver com as diferenças, eis a arte que precisamos exercitar, sem nos deixarmos incomodar por opiniões contrárias às nossas, e sem querer impor o que pensamos.

Muitas discussões e brigas não ocorreriam se colocássemos em prática o diálogo, a tolerância, a paciência, a cooperação, fazendo a nossa parte para a melhor harmonia do ambiente doméstico, e da família maior, aqui considerando os demais parentes. Nada mais prejudicial do que alimentar conversas fúteis, “diz que diz”, que acabam espalhando intrigas, mal entendidos, com a consequente desarmonia entre os familiares. E ainda lembrando que fofocas atraem os Espíritos inferiores, que vão contribuir para o desassossego geral, pois a eles não interessam o bem estar, a amizade, a harmonia na convivência, pois querem mais é colocar “lenha na fogueira”, como diz antigo provérbio.

Precisamos, portanto, combater o egoísmo e o orgulho que ainda trazemos conosco, permitindo paulatinamente e progressivamente que as lições do Evangelho penetrem nossa alma, transformando-nos moralmente, não esquecendo que Deus, depois da morte, quando retornamos ao mundo espiritual, pedirá que prestemos conta de nós próprios, e não dos outros. É o que aprendemos com a Doutrina Espírita. Só falta colocar em prática.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

O bem, o mal e a formação do caráter


 

Convivência familiar

Viver sob o mesmo teto, no aconchego do lar, nem sempre é tarefa fácil, face às diferenças de personalidade entre os membros que compõem a família, o que acaba acarretando, muitas vezes, discussões, brigas, falta de cooperação nas tarefas domésticas e até mesmo inimizades. Mas será que a família é lugar de guerra ou é lugar de paz e amor? Vamos refletir sobre essa questão, pois se não conseguimos nos entender entre quatro paredes, como conseguiremos entendimento na comunidade em que vivemos e, ainda mais, com todos os que formam a humanidade? Se não conseguimos amar três ou quatro pessoas que convivem conosco diariamente, como conseguiremos amar vizinhos, colegas de profissão e assim por diante?

Bem, você poderá argumentar que é muito mais fácil amar um estranho, ou alguém que vemos até todo dia, mas que não vivemos com ela no mesmo lar, do que amar aquela pessoa que é da família, que está conosco todos os dias, muitas vezes manhã, tarde e noite, ou pelo menos um período significativo do dia, como os pais, os irmãos, os avós, os tios, os sobrinhos, os primos, o cônjuge e assim por diante. Será mesmo?

Acontece que a lei divina utiliza diversos mecanismos para nos aproximar quando reencarnamos, pela necessidade que temos de nos encontrar para reparar o que fizemos em existências passadas, para exercitar a compreensão e o perdão, para desenvolver uns com os outros o amor e a caridade, por isso o instituto da família é tão importante.

Como ainda vivemos num mundo de expiações e provas e, portanto, somos Espíritos imperfeitos, ou seja, nos deixando levar por vícios e paixões, é natural que tenhamos em grande escala reencontros de desafetos, e que às vezes esses desafetos se aprofundem, ou que venhamos a criar novos desafetos, isso por causa do nosso egoísmo e orgulho, quando deveríamos aproveitar a oportunidade em família para reconciliação e construção moral com os outros, no aprendizado, mesmo que difícil, do amai-vos uns aos outros.

Como ensinou Jesus, se amarmos apenas aqueles que nos amam; se fizermos o bem somente àqueles que nos fazem o bem, o que estaremos fazendo de diferente do que fizemos no passado? Hoje, com aqueles que vivem conosco no lar, é o momento de fazer diferente.

Lembremos que não são apenas os outros que são o problema para a melhor convivência. Quantas vezes não somos nós os que causamos aborrecimentos, dificuldades e problemas? Por ventura seremos perfeitos? Longe disso! Temos que ter a coragem moral de reconhecer os próprios erros, adentrando pelo arrependimento e pela reparação do mal cometido, mesmo que sem intenção.

Para a melhor convivência em família exercitemos a compreensão, a paciência, a tolerância, a cooperação, o diálogo. Essas ferramentas são muito preciosas e, quando colocadas em ação, produzem consequências que trazem paz de espírito, consciência tranquila, e tendem, com o tempo, a harmonizar as relações.

Quantas discussões poderiam ser evitadas se houvesse mais compreensão e menos irritação? Quantas brigas poderiam ser evitadas se houvesse mais diálogo e tolerância? Quantas separações poderiam ser evitadas se houvesse mais cooperação e paciência? Enfim, acionar as virtudes é o melhor caminho, mesmo que o familiar seja arredio, para quem devemos direcionar nossas orações, aguardando que o tempo traga melhor solução. Podemos ter problemas familiares, mas que não sejamos nós os causadores deles.

O Espiritismo alarga nossa visão sobre a família, principalmente quando explica os laços reencarnatórios que nos unem, e também quando mostra a importância da educação moral e do Evangelho para a construção de um lar equilibrado, harmônico, que, por sua vez, irá entregar à sociedade pessoas com um ideal superior de vida.

Conviver em família é uma arte, e todos podemos aprender essa arte se deixarmos que o amor nos conduza.

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...