Uma nova realidade para a evangelização espírita

Você já parou para pensar por que existe aula? E por que o currículo tem que ser formatado no início do ano e prever todas as aulas até o fim do mesmo ano? E por que existem materiais apostilados que são copiados e aplicados? Na verdade, não há necessidade de aula, currículo fechado e cópia de apostilas. Tudo isso é ultrapassado e leva as novas gerações a se distanciarem da evangelização espírita, pois os espíritos que reencarnam estão vindo cada vez mais dinâmicos, inteligentes e ligados à cultura tecnológica dos novos tempos que estamos vivendo. Então, temos que dinamizar o processo evangelizador, com mais criatividade, mais interatividade, numa transformação pedagógica, sem perder as bases doutrinárias que solidificam o Espiritismo que, por si mesmo, é doutrina de educação.

O evangelizador espírita precisa aprender a ser um facilitador, um orientador, ou mais do que isso, um instigador do conhecimento, levando os educandos a pensar, a querer saber, a construir o próprio conhecimento e a praticar os ensinos morais do evangelho. Em outras palavras, não há necessidade de ficar à frente da turma, dando aula, ensinando… ensinando… falando… falando… Hoje, em que temos tantos recursos didáticos disponíveis, por que não utilizar a roda de conversa, a pesquisa nos livros e nas mídias digitais e assim por diante? Colocar as crianças e os jovens para pesquisar, formando grupos de trabalho, e depois ouvir e debater os resultados, é uma boa técnica, pois é dinâmica e participativa. Estamos apenas dando alguns exemplos possíveis de serem colocados em prática, entre tantas outras possibilidades. Ao final do texto daremos algumas indicações de livros de educadores espíritas, onde você obterá muitas sugestões e estudos.

Quanto ao currículo, por que não trabalhar por eixos temáticos? Nesse modelo, temos temas geradores de subtemas, inclusive escolhidos pelas crianças e pelos jovens, sem que haja prazo pré-determinado para fazer o seu estudo, ou seja, sem que se determine que ele seja estudado, por exemplo, em duas semanas. Pode ser estudado num único encontro, mas pode ser que leve mais tempo, a depender do desenvolvimento e entendimento de todos. O evangelizador fará o controle, pois outros temas também devem ser estudados.

Com relação à sala de aula, esse conceito precisa mudar, pois ele está muito ligado à figura do professor que ensina. Precisamos entender a sala como espaço de aprendizagem, onde todos têm direito de perguntar, de pesquisar, de realizar as atividades por si mesmos ou em grupo, sendo o evangelizador o orientador desse processo. Consideramos que o currículo deve priorizar as leis morais apresentadas em O Livro dos Espíritos, e os ensinos morais de Jesus apresentados em O Evangelho Segundo o Espiritismo, pois estamos muito necessitados de sentimento, de moralização e espiritualização.

Naturalmente os dirigentes dos centros espíritas precisam igualmente entender essa nova dinâmica e providenciar cursos de qualificação para os evangelizadores, que por sua vez devem entender da necessidade de terem reuniões de avaliação do processo evangelizador, assim como encontros de estudo da pedagogia e da educação espíritas, para constantemente aprimorar o trabalho.

Não podemos mais escolher o que achamos que as crianças e os jovens devem aprender, precisamos também ouvi-los, saber das suas demandas, das suas necessidades, pois os tempos são outros e os desafios existenciais são muitos.

Reconhecemos o valor dos primórdios do movimento de evangelização espírita infantojuvenil, pois tudo o que foi desenvolvido, principalmente a partir dos anos 1970, foi de grande importância, mas não podemos ficar parados no tempo, agora também abrangendo os adultos, pois os pais, avós e tios devem ser igualmente participantes da evangelização, unindo esforços educativos a benefício das novas gerações e, a médio e longo prazo, da humanidade.

Como prometido, aqui estão algumas indicações literárias espíritas da área da educação, onde você encontrará tanto a parte teórica quanto prática: Educação do Espírito, de Walter Oliveira Alves; A Evangelização Mudando Vidas, de Lucia Moysés; Evangelizando Bebês, de Cíntia Vieira Soares; Os Desafios da Evangelização Espírita, de Cezar Braga Said; Introdução ao Estudo da Pedagogia Espírita, de Walter Oliveira Alves.

De nossa parte temos os livros Aprendendo a Educação Espírita, Educando o Espírito e Prática Pedagógica para Pais e Educadores, assim como disponibilizamos no YouTube o Curso Educação do Espírito, em videoaulas com bastante material para pensar e colocar em prática.

Divulguemos a evangelização espírita, pois ela é muito importante, mas igualmente dinamizemos seu trabalho, para verdadeiramente desenvolvermos a educação moral do espírito reencarnado. 

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