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Mostrando postagens de junho, 2009

Educação, uma boa fachada para as eleições

Estradas são abertas e hidrelétricas são erguidas. Investe-se em campanhas publicitárias. Partidos políticos afirmam, em programas televisivos muito bem produzidos, fazerem sempre o melhor para a nação. A segurança pública é reforçada. E assim, esforços e mais esforços, em diversas áreas, gastam milhões, mesmo bilhões de reais. Agora, quando se trata da educação... Faltam professores, mas os concursos públicos para preenchimento das vagas não são realizados. Existe um piso salarial, mas a maioria dos governos paga aos professores salário abaixo do que exige a lei. O ensino fundamental deve ser de nove anos, mas grande parte das secretarias de educação ainda trabalha com o modelo antigo de oito anos. A reforma ou construção de escolas engatinha, com os prazos anunciados nunca sendo respeitados. E o ensino, pobre coitado, castiga impiedosamente o processo ensino-aprendizagem, desrespeitando estágios de desenvolvimento da criança, insistindo em procedimentos arcaicos, desvinculado de obje

Proibir será solução?

Na esteira dos problemas enfrentados pelas escolas, duas medidas chamam atenção e merecem ser discutidas do ponto de vista pedagógico. A primeira diz respeito à proibição, por força de projeto de lei em discussão, do uso de celulares e outros aparelhos nas escolas. A segunda medida é o toque de recolher noturno para adolescentes adotado por diversas cidades. A questão não é discutir se essa medidas funcionam, pois como são medidas de impacto, e tendo fiscalização, claro que funcionam, pelo menos nos primeiros tempos, mas toda medida proibitiva, coercitiva, imposta de cima para baixo, tende a ser questionada e ... burlada. Antigamente a escola era rígida, cheia de regras e inspetores prontos para mandar o aluno para a sala da diretoria, e nem por isso os alunos eram comportados e davam menos trabalho. Era desafiador confrontar as regras rígidas, mesmo arcando com as consequências às vezes drásticas. Proibir não resolve, não é pedagógico, não educa. É paliativo diante da bola de neve dos

Dobra Repetência no Ensino Médio

Dados fornecidos pelo MEC e divulgados pela Unesco dão conta que: "A proporção de alunos do ensino médio (antigo colegial) que repete de ano no país chegou a 12,7% em 2007, o dobro do que em 1998. Educadores afirmam que a piora é reflexo de problemas no currículo, centrado em conhecimentos específicos das matérias (diversas fórmulas em química ou física, por exemplo, sem que o aluno entenda a importância e a aplicação delas). Os alunos, dizem os pesquisadores, não têm motivação para a escola, que não prepara para o mercado de trabalho nem para a universidade". Esta é a notícia colhida na mídia, merecendo nossa análise, pois o Ensino Médio há muito tempo está perdido, sem saber para que serve nem para onde vai. Realmente, é verdadeira a colocação feita pelos educadores que o currículo está centrado em conhecimentos específicos das matérias, e que esses conhecimentos estão sobrecarregados de fórmulas, equações, regras que não fazem sentido para os alunos, pois não sobra espaço

Pobres Alunos, Brancos e Pobres

Recebi por e-mail o texto abaixo transcrito. Você pode gostar ou não da autora deste texto, e até questionar algumas colocações, mas aí está uma boa visão sobre o regime de cotas. POBRES ALUNOS, BRANCOS E POBRES... Entre as lembranças de minha vida, destaco a alegria de lecionar Português e Literatura no Instituto de Educação, no Rio. Começávamos nossa lida, pontualmente, às 7h15. Sala cheia, as alunas de blusa branca engomada, saia azul, cabelos arrumados.Eram jovens de todas as camadas. Filhas de profissionais liberais, de militares, de professores, de empresários, de modestíssimos comerciários e bancários.Elas compunham um quadro muito equilibrado. Negras, mulatas, bem escuras ou claras, judias, filhas de libaneses e turcos, algumas com ascendência japonesa e várias nortistas com a inconfundível mistura de sangue indígena.As brancas também eram diferentes. Umas tinham ares lusos, outras pareciam italianas.Enfim, um pequeno Brasil em cada sala. Todas estavam ali por mérito! O concurs

Professores mal formados

A notícia que o Ministério da Educação decidiu pelo fechamento de 17 cursos de pedagogia ou normal superior não pode passar despercebida. Em 2005 nada menos que 60 instituições de ensino superior, após a aplicação do Enade (Exame Nacional de Desempenho do Estudante) ficaram com conceitos 1 e 2, considerados insuficientes, fazendo com que o MEC as colocasse sob supervisão. Agora, 40 dessas instituições vão assinar o Termo de Saneamento de Deficiências, tendo um ano para melhorar as condições de seus cursos, de acordo com parâmetros estabelecidos pelo MEC. Outras três instituições foram consideradas aptas a continuar os cursos. Lembrando que a Faculdade de Pedagogia é responsável pela formação dos professores brasileiros, que adentram ao magistério na educação básica, a situação vai muito mal. Essa constatação, agora oficial, já era apontada por pesquisas publicadas em revistas especializadas, que apontavam os cursos de pedagogia dissociados da realidade escolar, e deixando os futuros pr