Entendendo a educação
O educando, seja qual for sua faixa etária, é um ser integral objeto da educação, ou seja, é com ele, para ele, por causa dele que a educação existe.
O educando não é uma coisa. Também não é um objeto. Igualmente não pode ser classificado como um boneco.
Quando está numa sala de aula, o professor deve ter consciência que os alunos à sua frente são seres humanos, são almas dotadas de potencialidades perfectíveis, esperando por estímulos positivos que auxiliem seu processo de crescimento interior. São seres humanos ansiosos por aquisição de conhecimentos e também por conquista de si mesmos, para vivenciarem plenamente ideais superiores de vida.
Todo professor deve estar consciente do seu papel de educador de almas.
A criança, o adolescente, o jovem e o adulto possuem fases distintas de desenvolvimento, fases essas que possuem ampla interação com os contextos educacionais que já estudamos. Para que melhor ele se eduque, o processo educacional deve trabalhar em harmonia com todos os contextos.
O educando é a causa da educação. O conteúdo curricular não é a causa da educação. A carga horária de ensino não é a causa da educação. As disciplinas curriculares não são a causa da educação.
É e sempre será a causa da educação o próprio homem. Somente a insensibilidade e a ignorância podem trabalhar tudo, menos a criança que ali está, rica em si mesma, inteligente e afetiva, com seus olhos repletos de esperança, depositando toda sua confiança no professor, pois sua vida está nas mãos e no coração daquele mestre.
Minha memória está repleta de cenas vivas com crianças, jovens e adultos. Abraços bem apertados, sorrisos de alegria, palavras de agradecimento, lágrimas de gratidão, felicidade em aprender, e tantas outras cenas que talvez um livro não pudesse conter todas as descrições. São cenas vivas porque sempre me dediquei com todo amor ao ato de educar, mesmo trabalhando com adultos em cursos de capacitação, pois reconheço em todos eles seres humanos, iguais a mim mesmo, com suas potencialidades aguardando meu afeto, meu ideal, minha visão integral, mesmo com falhas, pois eles sentem em mim mais do que um coordenador, a sagrada esperança de ter encontrado um educador, e eu somente poderei chegar a esse patamar se compreender que diante de mim está outro ser humano. Assim deve ser todo professor.
Pais e professores, em sua maioria, não possuem visão plena da influência que a educação exerce na vida de seus filhos e alunos. As preocupações de ordem material e intelectual sufocam a educação, substituída pela instrução, verdadeiro adestramento para a vivência social.
Exemplo do que estamos falando é a escola que, de forma geral, sempre com suas exceções, está preocupada em realizar a preparação dos seus alunos para as provas universitárias, direcionando todos os seus esforços para o conteúdo curricular, deixando em segundo plano a formação do caráter, a sensibilização dos sentimentos e outros fatores essenciais da verdadeira educação.
Outro exemplo é o quadro normalmente encontrado nas famílias e que podemos compreender com a seguinte história: "O pai e a mãe estavam reformando o quarto da filha, que havia completado cinco anos de idade. Naquele momento estavam pintando as paredes, com o pai sobre uma escada, enquanto a mãe pintava a parede da metade para baixo. A filha entrou no quarto, com os braços cruzados sobre o peito, e, muito séria, perguntou: "Que diabos! Quando vocês vão terminar?". A menina saiu batendo os pés no chão, mostrando sua contrariedade, o que deixou o pai extremamente irritado. Este, olhando, atônito, para a esposa, perguntou: "Mas, que diabos, onde nossa filha aprendeu a falar assim?" E arrematou dando um chute no degrau da escada".
Esta história retrata bem o poder da influência da educação, e o quanto os pais não são conscientes dessa influência.
O educando é extremamente influenciável pelos exemplos, pelo que lhe é proporcionado. Se recebe bons estímulos desenvolve com mais facilidade suas potencialidades. Se não recebe esses bons estímulos, sua dificuldade em mostrar suas capacidades é maior.
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