As estrelas brilham no céu
Quando, à noite, o céu está nublado, não vemos as estrelas, mas elas estão lá, como sempre, refletindo sua luz. Quando, ao dia, o sol está majestoso, também não vemos as estrelas, mas elas continuam lá, brilhando sem cessar. Quando o professor está de mal humor, estressado, e mais do que nunca se apega a transmitir o conteúdo de sua disciplina curricular, literalmente esquecendo os alunos, estes continuam lá, em sala, pensando e sentindo, embora sem permissão para se manifestarem.
A sociedade muitas vezes tenta abafar as vozes infantis e juvenis – veja-se o caso dos influenciadores digitais, ou dos jovens que lutam por pautas ecológicas e de direitos civis –, mas elas estão ali, latentes, aproveitando todas as brechas, todas as oportunidades.
Crianças e jovens são como estrelas, nunca deixam de espalhar sua luz, apesar da família desestruturada, da escola burocrática, da sociedade desumana. E, teimosamente, crescem, desafiam e, com o tempo, vão tomar conta do mundo.
Neste ponto nossa reflexão deve voltar-se para a educação, pois ela é a essência, é fundamental para formar as consciências, preparar para a vida, desenvolver os potenciais que estão em germe.
O que estamos fazendo com a educação?
Quando visitamos uma escola não precisamos visitar outra, pois elas são iguais, seguem um padrão físico e pedagógico onde a sala de aula e o professor que ensina reinam absolutos; onde o planejamento curricular anual, as provas e as notas são majestosamente entronizados. Escola boa, de qualidade, é a que faz muitos dos seus alunos se darem bem nos exames vestibulares, nos concursos públicos e nas provas nacionais de avaliação. Será isso sinônimo de qualidade em educação? Afirmamos que não, pois nada disso revela um trabalho que coloca o aluno no centro do processo de aprendizagem.
Quem convive com crianças, seja na família e/ou na escola, sabe o quanto essa geração infante é inteligente, esperta, vivaz, participativa, iluminando a vida apesar de todos os bloqueios, de todos os cerceamentos que enfrenta. São estrelas, teimosamente brilhando.
Estamos preparando as crianças para serem transformadoras da humanidade?
Estamos permitindo que a inteligência delas promova boas coisas para todos?
Estamos propiciando o fazer pensar, as situações desafio, para que as crianças sejam autônomas e críticas?
E as questões ligadas à ética, empatia, equilíbrio emocional, solidariedade, estão sendo trabalhadas pela educação que desenvolvemos na família e na escola?
Como perguntou Piaget, para onde vai a educação?
Para onde ela for irá a humanidade.
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