segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Pais devem amar e educar

Vem de longe em nossa história um ditado popular que afirma: “tal pai, tal filho”, ou seja, que os filhos tendem a ter comportamento, gostos, hábitos e valores iguais, ou muito semelhantes, aos pais, pois se espelham neles e deles recebem fortes influências. Isso é verdade, atestando o poder da educação,

infelizmente nem todos os pais atentam para essa forte influência que exercem sobre seus filhos. Vivem diante das crianças como se estas não lhes prestassem atenção, como se suas palavras e atitudes nada tivessem com elas. Vivem no seu mundo adulto, esquecidos que existe um mundo infantil interagindo constantemente com eles.

Outros pais sabem muito bem da influência que exercem sobre os filhos, entretanto, não se preocupam em se autoeducar para dar bons exemplos e bem formar o caráter dos filhos, pelo contrário, se comprazem em distorcer valores, em manter as velhas zonas de conforto, induzindo os filhos a terem que pensar como eles, a agirem como eles.

Os pais devem se conscientizar que o amor liberta, que a educação promove autonomia. Para isso precisam se colocar sempre como aprendizes, tendo mente aberta para adquirir novos conhecimentos, refazer conceitos, reavaliar condutas, permitindo que os filhos realizem suas próprias descobertas, descubram o que querem da vida, tenham experiências enriquecedoras e, o que é muito importante, não sejam cópias frustradas dos pais.

Filhos que não sabem pensar por conta própria são cidadãos inconscientes jogados na realidade social, sem o devido preparo para viver com equilíbrio e fazer sua parte na transformação para melhor da humanidade.

Nunca é demais lembrar que os pais, por toda a vida, precisam desenvolver autoconhecimento e autoeducação. Somente assim compreenderão que o amor também corrige, também exige, também liberta. Somente assim compreenderão que a educação deve respeitar as tendências, ideias e ritmo de aprendizado dos filhos, que são individualidades diferentes, mas, acima de tudo, são seres humanos que pensam e sentem, portanto, precisam ser respeitados.

Compreendendo o amor e a educação, os pais darão bons exemplos, e não apenas sermões, sabendo que o exemplo é a maior força da educação.

Que adianta brigar com os filhos, colocá-los de castigo, fazer ameaças e, em alguns casos, chegar à violência física – a qual somos totalmente contrários –, se essas coisas não são acompanhadas pelos exemplos, pelo carinho e pelo afeto?

Se palavrões, xingamentos, palmadas e outras coisas realmente educassem, já teríamos, e há muito tempo, uma humanidade vivendo em paz, justa e ética, mas sabemos que isso não é realidade.

O núcleo familiar é a grande escola para a vida. Na família devemos ter diálogo, respeito, compreensão, auxílio, amor e… educação!

Aos pais, lembramos o brado de alerta do saudoso educador Içami Tiba: quem ama, educa!

Eduquemo-nos para educar, essa é a senha diante dos filhos e das crianças em geral, único caminho para corrigir os desvios da humanidade e termos nos tempos, tempos de justiça, de respeito aos direitos, de conservação da natureza, de relações pacíficas, em que depositamos nossa esperança nas novas gerações.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Projeto nacional de educação

Historicamente o Brasil não consegue elaborar um projeto nacional de educação, pois o que assistimos ao longo do tempo, inclusive nos tempos atuais, são projetos de governo, sem continuidade, construindo e desconstruindo a educação, sempre à mercê das vontades políticas, ou melhor seria dizer politiqueiras, dos partidos e seus representantes. Se a sucessão for ganha pela oposição, muda-se tudo, e assim, ao sabor dos ventos, vai indo a educação brasileira.

Temos, é verdade, um Plano Nacional de Educação, com metas a serem atingidas em dez anos, plano esse sempre revisado para novo período, entretanto, e todos sabemos disso, muitas vezes nem metade das metas previstas são atingidas, e fica por isso mesmo, pois um novo plano tem que ser elaborado e novas metas têm que ser escolhidas. Dez anos em cima de dez anos para pouca coisa realmente ser feita.

Com quase dois anos de pandemia, descobre-se agora, com a reabertura das escolas, que boa parte dos governos estaduais e municipais, e inclusive o federal, somente utilizaram algo em torno de 25% das verbas para a educação. Onde foi parar o dinheiro? Por que escolas não foram reformadas e/ou reequipadas? Por que a alimentação não foi distribuída às famílias através de cestas básicas ou cartões para compras no comércio, se a verba existia?

Alguém já me alertou: esses temas são espinhosos, melhor não abordá-los. Mas se vamos fechar os olhos para os desmandos, como iremos corrigi-los?

Como vamos combater o analfabetismo, a evasão escolar, a falta de carreira no magistério, as escolas com péssimas condições físicas, a decoreba e mesmice do ensino, se vamos fingir que essas coisas não existem?

Aqueles que hoje governam, governam porque foram eleitos por nós, para nos representar, então é nosso direito de cidadania cobrar que nos representem direito, com dignidade e ética.

Mas o professor João, de tradicional família de professores, hoje aposentado, vaticina:

Sempre foi assim, desde que me conheço como professor, e já era assim com meus pais, também professores.

Pergunto: por que sempre foi assim, deverá continuar do mesmo jeito? Não podemos fazer diferente e melhor?

Voltando à questão: precisamos de um projeto nacional de educação que o governo federal, seja quem for que esteja no poder, siga com força, com seriedade, se quisermos ter uma nação mais justa, pacífica e estável.

Não é mais possível logo pensar em retirar verba da educação para socorrer programas eleitoreiros em outras áreas. Isso é atitude típica de política rasteira, mesquinha, covarde e que solapa o futuro da nação, pois sem educação de qualidade não é possível sequer sonhar com um amanhã melhor.

Agora, para termos um plano nacional de educação, primeiro precisamos entender o que seja a educação e sua importância. Neste momento, infelizmente, não há boa vontade política para esse debate. E ai de quem pensar diferente dos que estão à frente da governança: corre o risco de ser cancelado, ou pior, de ser execrado e considerado a causa de todo mal, de todos os problemas da nossa educação.

Mas a esperança e a perseverança devem prevalecer, abrindo portas e janelas de um futuro melhor, nos impulsionando a seguir fazendo e falando.

Como dizia o sanitarista Oswaldo Cruz, não esmorecer para não desmerecer.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

A solução

Onde está a causa de tantos males e sofrimentos da humanidade?

Será que a causa está na falta de ciência? A resposta é negativa, pois os avanços científicos em todas as áreas atestam que não nos falta conhecimento, tecnologia e visão sobre o homem, o mundo e vida.

Será que a causa está na falta de filosofias? Novamente a resposta é negativa, pois não faltam as mais diversas visões filosóficas sobre o ser e o existir, sejam elas materialistas ou espiritualistas.

Será que a causa está na falta de doutrinas religiosas? Olhando a história humana e nossa atualidade, vemos que o que não nos falta é opção de caráter religioso, pois temos religiões as mais diversas para escolher e seguir.

Será que a causa está na falta de códigos morais? Eis o que não carecemos, pois códigos morais para nossa melhor conduta existem desde os tempos mais recuados da humanidade.

Será que a causa está na falta de cultura? Outra vez temos que responder negativamente, pois as manifestações culturais em todas as áreas são exuberantes, atendendo a todos os gostos.

Será que a causa está na falta de soluções econômicas? Se assim fosse, não teríamos recordes sucessivos do produto interno bruto das nações, amplos acordos comerciais, empregos nas mais diversas áreas e assim por diante.

Será que a causa está falta de esportes? Numa época em que estádios e ginásios vivem lotados, em que a prática de atividades físicas é moda, não se pode pensar em escassez de oportunidades esportivas saudáveis.

Será que a causa está na falta de lazer? Diante de festivais de música, feiras literárias, parques de diversões, museus, centros culturais, passeios ecológicos e tanto mais, seria um contrassenso aceitar essa causa.

Então, diante de tudo isso, onde está a causa de tantos males e sofrimentos da humanidade?

Está no desvio que fizemos, historicamente, da educação, colocando sua finalidade em segundo plano, e substituindo-a pela instrução. Hoje não se pensa em formação do caráter, em aquisição de bons hábitos, em desenvolvimento da ética e da solidariedade. Tudo está voltado para adquirir conhecimentos, pouco importando o que o ser humano vai fazer com esses conhecimentos, se vai propiciar a justiça e a paz, ou se vai procurar apenas a satisfação do seu ego, mesmo que isso venha a prejudicar a coletividade humana.

Nesse contexto, família e escola estão perdidas, tanto quanto um cego em meio a um tiroteio, mais valendo uma coleção de certificados do que ser um homem ou mulher de bem.

Repetindo o que já disse o educador Paulo Freire, se a educação não é a solução de tudo, com certeza a solução passa pela educação, pois é com ela que transformamos as pessoas que, por sua vez, transformarão o mundo.

Eis a causa dos males e sofrimentos da humanidade: a falta de educação, aqui compreendida na sua grande finalidade formativa do ser humano. Enquanto teimarmos em deixar a educação de lado, desconstruída, continuaremos a não conseguir resolver o que nos aflige, agravando os problemas que nos causam tanta dor.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Corrupção e educação

A corrupção, acompanhada da dissolução dos costumes, sempre existiu, é uma marca histórica em todos os tempos da humanidade, e de tal ordem, que derrubou impérios e fez ruir povos e nações que pouco vestígio deixaram.

Após a libertação do jugo egípcio e sob o comando de Moisés. O povo judeu se bandeou para as festas, o culto ao bezerro de ouro e outras práticas que levaram o legislador hebreu a ter que sancionar a lei de talião, do olho por olho e dente por dente, única maneira de exercer controle.

O Império Romano, glorificado e considerado invencível, afundou num mar de lama de defecções morais, favores políticos, libertinagens, desvios de conduta, lutas pelo poder, levando a águia erguida nos estandartes e encerrar melancolicamente seu voo sobre o ocidente e o oriente do mundo então conhecido.

E assim teríamos outros tantos exemplos do poder da corrupção.

Dizem que no Brasil a corrupção é uma instituição, trazida e erguida em nossas terras pelo próprio Pedro Álvares Cabral, nosso descobridor português, e que, assim, não é possível viver sem os escândalos da corrupção. Todo governo precisa ter seu quinhão , a honestidade não parece fazer parte da índole do brasileiro. É o que dizem…

Hora, toda peste, e toda praga, tem seus remédios, seu controle, e não pode ser diferente com a corrupção, que empesteia e enodoa nossa sociedade. Onde, então, está esse remédio? Como ele não foi descoberto até agora?

Na verdade nós temos o remédio há muito tempo, mas não queremos aplicá-lo. São poderosas as forças mantenedoras da corrupção, com seus interesses mesquinhos, egoístas. Forças tão poderosas que diluíram o remédio até torná-lo ineficaz, desviado de sua finalidade.

O remédio é a educação.

Educação no sentido de desenvolver a ética, a solidariedade, o caráter, os valores humanos, a honestidade, os bons hábitos e o pensar nos outros, numa visão espiritualista e futurista da vida.

Educação que também desenvolve a aquisição de conhecimentos, mas para que as pessoas aprendam a colocar esses conhecimentos a bem da coletividade, e não para se servir deles a benefício próprio e em prejuízo dos outros.

Mas qual, hoje entendemos e aplicamos a educação somente do ponto de vista da instrução, da aquisição de saberes, do desenvolvimento cognitivo, deixando-a afastada, na família e na escola, da formação do caráter, da correção das más tendências. Professores só sabem dar aula de suas especialidades. Pais só sabem listar os certificados conquistados pelos filhos.

É assim, desviando a educação do que ela é e de suas finalidades, que a corrupção é mantida.

A corrupção é um mal moral. A educação é um bem moral.

Vamos minimizar e acabar com a corrupção, de todos os tipos e de todos os níveis, quando tivermos a coragem de combatê-la com a educação das novas gerações, porque não serão as leis o antídoto, mas sim a educação moral.

Pessoas moralizadas serão incorruptíveis, eis o que é líquido e certo para deixar a corrupção no passado histórico da humanidade.

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...