As eleições e a educação

Há pouco menos de um ano para as eleições presidenciais em nosso país, estamos assistindo intensa movimentação dos partidos políticos para indicação de seus candidatos ou a realização de coligações partidárias que viabilizem um único candidato representando vários partidos. Os analistas políticos extravasam suas opiniões em textos, vídeos e comentários nas tevês e rádios. As redes sociais fervilham em prós e contras. Enfim, o jogo teve início e alguns presidenciáveis já são conhecidos.

Passando em revista as falas desses pré candidatos, lembrando que alguns não se lançaram ainda oficialmente, e também levando em conta que muitos temas ou não foram devidamente abordados, ou foram apenas pincelados por eles, o que nos chama a atenção, mais uma vez, pois é cenário de quase todas as eleições, é que o tema educação é bem pouco falado.

Vemos uma grande preocupação com os rumos da economia, a questão da pobreza e da miséria pelo ângulo social, o combate à corrupção e alguns outros temas já trazidos à tona pelos candidatos ou possíveis candidatos, mas é fato que nenhum mostrou até o momento o mínimo conhecimento ou preocupação com a educação, ou seja, novamente estamos assistindo tudo ser prioridade, menos a educação.

E quando alguém fala da educação, a confunde com o que se ensina nas escolas, num debate desgastante sobre os conteúdos e as disciplinas curriculares, quando sabemos que isso faz parte da educação, mas não é a educação.

No jogo de cena político partidário temos uma polarização em três vias: candidatos ultra conservadores à direita, candidatos de centro, a chamada terceira via, e candidatos de esquerda. Todo o debate, por enquanto, está focado nisso. É um debate pobre. Ninguém está falando de projeto de governo. Os holofotes estão alinhados nas pessoas, nos indivíduos e o que eles representam nessas três vias.

É claro que aguardamos o desenrolar dos acontecimentos, a confirmação das candidaturas e das coligações, naquela expectativa que os projetos de governo comecem a ser apresentados para um debate mais profundo com a própria sociedade, e que esse debate não seja camuflado, ou seja, com um discurso verbal que não corresponda às verdadeiras intenções, como já cansamos de assistir.

Ainda há tempo para que os partidos políticos e seus candidatos à Presidência da República entendam a importância da educação, o que ela verdadeiramente é, suas finalidades, e o quanto deve ser prioridade no planejamento e nas ações do governo federal. Educação que não sofra com ingerência ideológica nem de direita, centro ou esquerda, mas educação que liberte as consciências, que dê autonomia com responsabilidade, que permita a preparação para a vida coletiva, que faça as pessoas aprenderem a pensar por si mesmas, que sensibilize os sentimentos, que leve os indivíduos ao viver ético e solidário.

Temos a esperança, teimosamente, que surja uma luz no fim do túnel, e o candidato escolhido pelo voto da população brasileira seja aquele que tenha em seu programa de governo a melhor visão sobre a educação, e que esta não esteja perdida no meio de páginas e mais páginas falando de outros temas.

Quando a educação for prioridade, e não os conchavos políticos que priorizam pequenos grupos de terceiros interesses, nossa nação finalmente se engrandecerá e será respeitada internacionalmente.

Como acabar com a miséria, a inflação, a corrupção, a violência, a injustiça, se não investimos na educação, único caminho que pode acabar com esses males em sua raiz? Se não preparamos as novas gerações na ética e na solidariedade, permitindo que diariamente milhares de indivíduos adentrem à nossa sociedade sendo egoístas e insensíveis aos outros?

Podemos aprender muitas coisas nos bancos escolares e outras instituições sociais, mas se não aprendemos o essencial, que é saber fazer ao outro somente o que gostaríamos que ele nos fizesse, todos esses aprendizados só servem para fazer mal a nós mesmos e à sociedade em que vivemos, como assistimos em nossa história e nos dias de hoje.

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