A esperança na educação

Para que as crises possam ser momentos frutíferos, torna-se necessário ao homem ter uma visão esperançosa de sua existência.”

Pierre Furter

Pensadores e educadores como Pierre Furter, Rubem Alves, Erich Fromm, Paulo Freire, entre outros, destacam a importância da esperança na vida e na educação, pois sem esperança qualquer crise pode levar o ser humano ao derrotismo e ao surgimento do totalitarismo, quando líderes carismáticos aproveitam o estado de inércia e paroxismo da população para se fazerem salvadores da pátria.

Toda crise é prenunciadora de transformação, de um novo tempo que se faz iniciar através de um processo de transição, motivo pelo qual a esperança é muito importante, para que saibamos bem aproveitar esse momento e dele fazer surgir novos tempos.

A esperança é diferente do otimismo. A pessoa otimista vive dos fatos exteriores, portanto, quando estes estão precários, ela se entrega ao pessimismo. A pessoa esperançosa vive da sua força interior, então quando os fatos estão ruins, ela avança mesmo assim, para transformá-los para melhor.

A esperança deve aceitar a crítica e o desafio, levando-nos a uma tomada de consciência das nossas carências, para agir na transformação das mesmas.

Somos seres não perfeitos, não acabados, em constante crescimento, sempre diante de novos conhecimentos e aprendizados, vivendo dinamicamente em inter-relacionamentos com os outros e com a natureza, ou seja, somos aperfeiçoáveis, portanto, nunca podemos perder a esperança, pois ela é a virtude que nos garante ser possível continuar a viver, superando obstáculos e promovendo o novo.

Na educação a esperança é o motor dos nossos desejos, que nos motivam a querer aprender, a querer ter uma formação profissional, a querer ser alguém na vida, a querer ter uma família, a querer fazer diferente dos que nos antecederam, a querer construir uma sociedade mais justa. A educação somada à esperança desperta em nós os sonhos, animando a vida e fazendo com que sejamos reflexivos, não aceitando qualquer coisa que queiram nos impor.

É ainda o educador suíço Pierre Furter, em seu livro Educação e Vida, que nos diz:

A esperança é uma maneira de encarar a nossa existência neste tempo atual, considerando-a como um campo de possibilidades abertas à ação.”

Muito mais do que proporcionar conhecimento intelectual sobre diversos assuntos, temas e ciências, a educação deve trabalhar para que o ser humano tenha esperança e a utilize para transformar a vida e a humanidade, com visão global, agindo numa sociedade em evolução constante.

A educação deve estar profundamente animada pela esperança.

Indo além da rotina das aulas, o educador deve colocar em ação sua capacidade de crescer, de criar, de interagir com os educandos, dinamizando seu trabalho e permitindo a participação dos educandos no processo escolar, comunicando sua esperança a eles, ao mesmo tempo em que se contagia com a esperança de cada criança ou de cada jovem.

Não pode haver verdadeira educação sem a esperança.

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