Poucos e muito

Leio sobre o lucro anual dos principais bancos em atuação no Brasil, todos mostrando cifras bilionárias, fazendo a fortuna pessoal de alguns poucos, e cobrando taxas e juros extorsivos da maioria da população. Por falar no povo, assisto matéria jornalística na tevê sobre os entrepostos alimentícios e o desperdício de alimentos. Nas principais cidades brasileiras diariamente toneladas de verduras, legumes e frutas são jogados fora por terem algum amassado ou mancha, e milhares de pessoas tornaram-se catadoras de lixo para sobreviver.

Poucos têm muito. Muitos têm pouco.

Não é um quadro novo, ou seja, não é um fenômeno social dos tempos atuais de neo-liberalismo econômico e político. Desde que a história do homem é registrada encontramos essa grande defasagem social. É que o homem, até agora, não aprendeu o valor da solidariedade, não conseguiu desprender-se do que pensa que é seu, exclusivamente seu. E se tem, quer mais, não se importando com os outros. Ressalvando as exceções, que felizmente existem e em maior número do que supomos, podemos dizer que o homem ainda é extremamente individualista e egoísta.

A mudança desse quadro só se fará se dermos à educação o devido valor. Se respeitarmos o direito de cada indivíduo de receber bons exemplos e reforço ao desenvolvimento do senso moral, o que não se faz com escolas atreladas ao ensino para vestibular, nem com famílias apegas a deveres de casa, notas e diplomas.

Educação vai muito além de ensino, pois ela é a via pela qual se faz o homem. A educação é formadora, enquanto a instrução é informadora.

Quantos homens e mulheres terão ainda de esmolar um prato de comida na catação diária do lixo, para que aprendamos a distribuir do que nos sobra? Será que os bilhões acumulados de lucro das grandes empresas, de todos os ramos, não podem gerar mais emprego, mais renda, mais vida digna?

Pensemos nisso!

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