sexta-feira, 25 de julho de 2008

Salário do Professor

O Ministério da Educação está feliz pois conseguiu aprovar na Câmara dos Deputados o piso nacional salarial de R$ 950,00 para os professores da educação básica, por 40 horas semanais de trabalho, ou seja, uma jornada diária de 8 horas. Falta ainda a aprovação do Senado para que a lei tenha validade em todo o território nacional. A proposta do piso nacional, façamos coro à verdade, devemos ao senador Cristovam Buarque, que nem mesmo como Ministro da Educação do primeiro mandato do Presidente Lula, conseguiu apoio para aprovar a proposta. Mas o tempo passa, as pressões crescem e o governo é obrigado a capitular, e para não ficar mal na história, no meio do caminho pega o bonde andando e faz da proposta bandeira do seu próprio ideal.

Menos mal que muitas prefeituras e estados terão que dar aumentos na ordem de até 70% aos profissionais da educação, por conta de desrespeitarem - e há muito tempo - o salário mínimo. Para professores da região sudeste e sul o novo piso não fará muita diferença, talvez nem faça diferença para alguns, mas devemos considerar a significativa parcela de professores em sala de aula que finalmente vão ganhar um salário, digamos, decente.

Infelizmente nem tudo está para um mar de rosas. Prefeitos e governadores já estão a chorar, dizendo que esse aumento esbarra na Lei de Responsabilidade Fiscal, obrigando-os a cortes no orçamento público, quem sabe iniciando por demitir professores, afinal a educação nunca foi prioridade!

E realmente a educação nunca foi prioridade, nem para o atual governo federal, que passou o primeiro mandato sequer cogitando dessa área, iniciou o segundo mandato com visão eleitoreira através do suntuoso e majestoso PAC e, por ter sido pressionado, lançou um programa de desenvolvimento da educação que, apesar dos discursos e iniciativas, não chega a destinar 4% do PIB para a educação, quando o próprio Ministro fala aos microfones que o ideal seria uma verba pública de 6% do produto interno bruto - para os especialistas essa verba deveria estar situada entre 7% e 12%.

Temos muito a fazer, muito a transformar, e comemorar, como não, o piso nacional, ficando de olho no que as administrações municipais e estaduais vão fazer, pois conseguimos uma vitória na imensa luta por uma educação de qualidade.

Pena que o novo salário vai ser implantado gradativamente, estendendo-se até os confins de 2010, e tendo em plena largada a concorrência da inflação - basta ir ao supermercado para saber o que é um assalto ao próprio bolso.

Agora, será que os professores estão educados para saber o que fazer com todo esse dinheiro no fim de cada mês? Boa pergunta, não é mesmo?

Pensemos nisso!

sábado, 12 de julho de 2008

Discussão sobre a Educação

Educação, eis uma discussão importantíssima e de máxima urgência. Os resultados das avaliações nacionais e internacionais sobre o ensino brasileiro mostram que estamos muito mal, e esse fato é histórico, não é de hoje.

Temos uma massa significativa de brasileiros estagiando no analfabetismo funcional, com dificuldade para calcular e interpretar, isso sem contar os realmente analfabetos, com dados estarrecedores sobre o ensino básico (da educação infantil ao ensino médio).

Os discursos e promessas acontecem, mas a base continua em segundo plano. Existe verba para comprar e distribuir notebook para os professores (a maior parte não tem acesso a internet em suas cidades!), enquanto aproximadamente 25 mil escolas de ensino fundamental não possuem energia elétrica e, isso mesmo, 10 mil não têm banheiro!

De cada 100 alunos matriculados na 1ª série do ensino fundamental, 47 concluem a 8ª série, 14 terminam o ensino médio e apenas 11 conseguem entrar no ensino superior.

Esses dados são oficiais, divulgados pelo Ministério da Educação, que informa que o Brasil investe míseros 842 dólares anuais por criança matriculada no ensino fundamental, e que somente 4,3% do PIB (Produto Interno Bruto) é destinado a educação, quando o ideal é que esse repasse fosse de 7% a 12%.

E o baixo nível de aprendizagem? 61% dos alunos da 4% série do ensino fundamental não conseguem identificar as principais idéias de um texto simples, e 60% dos alunos da 8ª série não sabem interpretar um texto dissertativo. Em matemática, 65% dos alunos da 4ª série não dominam as quatro operações, e 60% dos alunos da 8ª série não sabem porcentagem.

Some-se a tudo isso escolas básicas mal equipadas, caindo aos pedaços, professores estressados, mal formados e mal pagos, e então podemos entender porque tanto se critica o ensino público brasileiro.

Enquanto isso o MEC gasta esforços e verbas na Educação Superior, e o governo federal implanta programa de educação profissionalizante no ensino médio.

Não tem algo de muito errado nessa história?

E não será uma política de cotas na universidade que resolverá a má qualidade da educação básica brasileira. O famigerado vestibular, na base da múltipla escolha, é o mais democrático dos exames. Quem estuda, sabe ler, calcular e interpretar, possui os requisitos básicos para se dar bem e ingressar no ensino superior. Entretanto, para estudar, ler, calcular e interpretar é preciso ter um bom ensino básico.

Até quando vamos ficar ouvindo as mesmas histórias e registrando os baixos índices nas avaliações, acomodando-nos com o discurso "que tudo indica que o Brasil não vai alcançar as metas propostas pela Unesco de educação para todos"?

Marcus De Mario
http://www.educacaomoral.org.br

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Sou um Ser Humano

A violência nos grandes centros urbanos transforma as pessoas em máquinas numeradas nas estatísticas, mas devemos lembrar que o ser humano não é um número, é gente, é pessoa, é individualidade intelecto-emocional, é sonho e realidade. E não é joguete do sensacionalismo da mídia, que substitui um fato por outro sem nenhum pudor, sempre à procura do melhor índice de audiência,

A violência também leva as pessoas a adotarem ações que devem ser questionadas. Portões e grades de ferro para proteger a casa, alarmes, cercas eletrificadas, cadeados, ruas fechadas com guaritas de segurança, carros blindados, seguranças armados e tantas outras ações de proteção, como se o outro fosse sempre um inimigo.

Escondemo-nos, protegemo-nos, mas a criminalidade continua solta.

Se queremos melhorar a sociedade devemos exercer conscientemente a cidadania, e não fugir para redomas protegidas, ou simplesmente ficar reclamando das autoridades públicas.

Você pode plantar uma árvore, cuidar de uma praça, varrer a calçada, dar bom dia aos vizinhos, ajudar alguém a atravessar a rua, telefonar para o serviço público alertando para um vazamento, uma luz acesa durante o dia, um buraco no asfalto, auxiliar voluntariamente numa cooperativa ou instituição de caráter beneficente, votar no candidato com ficha limpa.

Enfim, são tantas as participações sociais que você pode fazer que, se todos nós fizéssemos, este mundo seria maravilhoso, e não estaríamos fazendo parte de uma estatística, seríamos pessoas respeitadas, formadoras de opinião, de comportamentos, transformadoras.

Mas é mais fácil jogar a latinha de refrigerante pela janela do carro ou do ônibus. É bem mais simples ficar escandalizado e se esconder dos outros, continuando sua vidinha egoísta.

É desse jeito que as coisas vão melhorar?

Está na hora de mudarmos conceitos, valores, comportamentos e ações.

Pensemos nisso!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Segurança Pública

A cidade do Rio de Janeiro vive, mais uma vez, às voltas com a questão da segurança pública x criminalidade, e recente pesquisa demonstra que a polícia não é, exatamente, a melhor protetora da sociedade, como foi noticiado pela imprensa:

"Nos primeiros quatro meses do ano (janeiro a abril de 2008), quem tem a função de proteger a população vem ajudando a engrossar as estatísticas da violência no Estado. De janeiro a abril deste ano, a polícia do Rio matou quatro pessoas a cada dia. O dado, alarmante, faz parte dos índices de criminalidade divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), que revela aumento de 11,8% nos autos de resistência (morte pela polícia em confronto) entre janeiro e abril, em comparação com o mesmo período de 2007. Segundo o ISP, são 502 mortos pela polícia este ano, contra 449 no ano passado. Se comparados os quatro primeiros meses, o número vem aumentando desde 2006, quando 307 pessoas foram assassinadas em confronto com policiais civis e militares."

A pergunta que devemos fazer é: a polícia, no combate ao crime, deve utilizar a mesma arma do bandido, ou seja, atirar e matar?

Os dados da pesquisa justificam o medo de boa parte da população carioca com relação à aproximação de uma viatura policial. Será que o policial é honesto? Será que ele vai agir com violência? Sim, esse medo existe, é real, pois a desconfiança sobre a polícia do Rio de Janeiro é muito grande.

Basta andar pelas ruas e, vez ou outra, nos deparamos com policiais ostentando fuzis e metralhadoras pelas janelas da viatura. Assistimos o noticiário televisivo e vemos "caveirões" (carros blindados) entrarem nas comunidades, como se estivéssemos em cenário de guerra. Aliás, de fato, estamos numa guerra civil: polícia x bandido, sobrando balas perdidas.

Não, não é isso o que queremos. Queremos equilíbrio social, educação, justiça e paz.

O Rio de Janeiro mais parece uma metrópole favelizada em constante conflito, e infelizmente as autoridades públicas continuam dando mais importância à Secretaria de Segurança do que à Secretaria de Educação. Nossas autoridades precisam despertar para a educação e para a inclusão social, que em médio e longo prazo vão mudar radicalmente, para melhor, o atual quadro da cidade maravilhosa.

E não esperemos a atuação governamental. Façamos também nossa parte, como cidadãos, aprendendo e agindo solidariamente.

Pensemos nisso!

Vídeo - O Jovem e a Dinâmica Educacional

O vídeo sobre educação espírita O Jovem e a Dinâmica Educacional aborda a importância da participação do jovem no processo ensino-aprendizag...