Salário do Professor

O Ministério da Educação está feliz pois conseguiu aprovar na Câmara dos Deputados o piso nacional salarial de R$ 950,00 para os professores da educação básica, por 40 horas semanais de trabalho, ou seja, uma jornada diária de 8 horas. Falta ainda a aprovação do Senado para que a lei tenha validade em todo o território nacional. A proposta do piso nacional, façamos coro à verdade, devemos ao senador Cristovam Buarque, que nem mesmo como Ministro da Educação do primeiro mandato do Presidente Lula, conseguiu apoio para aprovar a proposta. Mas o tempo passa, as pressões crescem e o governo é obrigado a capitular, e para não ficar mal na história, no meio do caminho pega o bonde andando e faz da proposta bandeira do seu próprio ideal.

Menos mal que muitas prefeituras e estados terão que dar aumentos na ordem de até 70% aos profissionais da educação, por conta de desrespeitarem - e há muito tempo - o salário mínimo. Para professores da região sudeste e sul o novo piso não fará muita diferença, talvez nem faça diferença para alguns, mas devemos considerar a significativa parcela de professores em sala de aula que finalmente vão ganhar um salário, digamos, decente.

Infelizmente nem tudo está para um mar de rosas. Prefeitos e governadores já estão a chorar, dizendo que esse aumento esbarra na Lei de Responsabilidade Fiscal, obrigando-os a cortes no orçamento público, quem sabe iniciando por demitir professores, afinal a educação nunca foi prioridade!

E realmente a educação nunca foi prioridade, nem para o atual governo federal, que passou o primeiro mandato sequer cogitando dessa área, iniciou o segundo mandato com visão eleitoreira através do suntuoso e majestoso PAC e, por ter sido pressionado, lançou um programa de desenvolvimento da educação que, apesar dos discursos e iniciativas, não chega a destinar 4% do PIB para a educação, quando o próprio Ministro fala aos microfones que o ideal seria uma verba pública de 6% do produto interno bruto - para os especialistas essa verba deveria estar situada entre 7% e 12%.

Temos muito a fazer, muito a transformar, e comemorar, como não, o piso nacional, ficando de olho no que as administrações municipais e estaduais vão fazer, pois conseguimos uma vitória na imensa luta por uma educação de qualidade.

Pena que o novo salário vai ser implantado gradativamente, estendendo-se até os confins de 2010, e tendo em plena largada a concorrência da inflação - basta ir ao supermercado para saber o que é um assalto ao próprio bolso.

Agora, será que os professores estão educados para saber o que fazer com todo esse dinheiro no fim de cada mês? Boa pergunta, não é mesmo?

Pensemos nisso!

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