Enem: o que não está sendo discutido
Vejamos a nota publicada na mídia a respeito do Enem:
O Ministério da Educação decidiu, na tarde desta sexta-feira (20), cancelou a edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que seria realizada em abril deste ano. Uma portaria de 18 de maio de 2011 havia anunciado que, a partir de 2012, o Enem seria realizado duas vezes por ano. A mesma portaria havia fixado a data da primeira edição do exame para os dias 28 e 29 de abril, e afirmado que a data da segunda edição só seria divulgada posteriormente.
Em nota, o ministério agora afirma que, neste ano, a única edição do Enem acontecerá nos dias 3 e 4 de novembro. As duas edições seriam independentes uma da outra. "Por solicitação do Ministério da Educação, a empresa Modulo Security, de gestão de risco, concluiu, depois de ouvir todas as entidades que participam da organização do Enem, que a realização de duas edições em 2012, sobrecarregaria as "estruturas logísticas do exame", diz o comunicado.
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Depois de vários escândalos com a realização das provas, o MEC faz um recuo e tudo isso está em debate na mídia, mas não se apercebem pais, estudantes, professores e jornalistas que essa discussão é de periferia. Estão atacando os efeitos, esquecidos das causas.
Por motivos que não podem ser confessados, o MEC paulatinamente caminhou para tornar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) num vestibular nacional, desobrigando as universidades e centros universitários de fazerem seus próprios vestibulares, o que é muito vantajoso pelo lado financeiro, pois o governo federal arca com todas as despesas e toda estrutura, cabendo às instituições de ensino superior simplesmente confirmar a matrícula dos jovens classificados.
E mais: o Enem foi criado para ser um exame avaliativo do ensino médio, ou seja, para se ter um instrumento de análise de como anda esse segmento do ensino, para que políticas e estratégias pudessem ser implementadas para o setor, visando a famosa melhor qualidade do ensino. Mas qual, agora as escolas já sabem com antecedênia a data do exame, o conteúdo provável das provas, tendo largo tempo para preparar os alunos. Em palavras fáceis: o ensino médio foi transformado em curso pré-vestibular, onde tudo está apostilado e os estudantes são massacrados com testes e exercícios, afinal ter uma boa nota no Enem é passaporte para ter a vaga assegurada na faculdade.
Habilmente - pelo menos o MEC serve para isso - o Ministério da Educação evitou essa discussão, desviando o foco das atenções, e o senhor ministro se despede bem pouco chamuscado, pronto para disputar as eleições municipais paulista. Inclusive não participou da reunião que tomou a decisão do cancelamento da realização das duas provas, como está na notícia acima transcrita, pois assim ficaria estabelcido ser apenas uma decisão técnica, e não política.
A vergonha da educação brasileira, infelizmente, é o Mnistério da Educação. Quando a mídia e os professores vão acordar para essa realidade?
O Ministério da Educação decidiu, na tarde desta sexta-feira (20), cancelou a edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que seria realizada em abril deste ano. Uma portaria de 18 de maio de 2011 havia anunciado que, a partir de 2012, o Enem seria realizado duas vezes por ano. A mesma portaria havia fixado a data da primeira edição do exame para os dias 28 e 29 de abril, e afirmado que a data da segunda edição só seria divulgada posteriormente.
Em nota, o ministério agora afirma que, neste ano, a única edição do Enem acontecerá nos dias 3 e 4 de novembro. As duas edições seriam independentes uma da outra. "Por solicitação do Ministério da Educação, a empresa Modulo Security, de gestão de risco, concluiu, depois de ouvir todas as entidades que participam da organização do Enem, que a realização de duas edições em 2012, sobrecarregaria as "estruturas logísticas do exame", diz o comunicado.
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Depois de vários escândalos com a realização das provas, o MEC faz um recuo e tudo isso está em debate na mídia, mas não se apercebem pais, estudantes, professores e jornalistas que essa discussão é de periferia. Estão atacando os efeitos, esquecidos das causas.
Por motivos que não podem ser confessados, o MEC paulatinamente caminhou para tornar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) num vestibular nacional, desobrigando as universidades e centros universitários de fazerem seus próprios vestibulares, o que é muito vantajoso pelo lado financeiro, pois o governo federal arca com todas as despesas e toda estrutura, cabendo às instituições de ensino superior simplesmente confirmar a matrícula dos jovens classificados.
E mais: o Enem foi criado para ser um exame avaliativo do ensino médio, ou seja, para se ter um instrumento de análise de como anda esse segmento do ensino, para que políticas e estratégias pudessem ser implementadas para o setor, visando a famosa melhor qualidade do ensino. Mas qual, agora as escolas já sabem com antecedênia a data do exame, o conteúdo provável das provas, tendo largo tempo para preparar os alunos. Em palavras fáceis: o ensino médio foi transformado em curso pré-vestibular, onde tudo está apostilado e os estudantes são massacrados com testes e exercícios, afinal ter uma boa nota no Enem é passaporte para ter a vaga assegurada na faculdade.
Habilmente - pelo menos o MEC serve para isso - o Ministério da Educação evitou essa discussão, desviando o foco das atenções, e o senhor ministro se despede bem pouco chamuscado, pronto para disputar as eleições municipais paulista. Inclusive não participou da reunião que tomou a decisão do cancelamento da realização das duas provas, como está na notícia acima transcrita, pois assim ficaria estabelcido ser apenas uma decisão técnica, e não política.
A vergonha da educação brasileira, infelizmente, é o Mnistério da Educação. Quando a mídia e os professores vão acordar para essa realidade?
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